A transição energética deve ser observada também pelo viés econômico e não apenas por motivos sociais e éticos. A afirmação de Emílio Lèbre La Rovere, professor do Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ, foi uma das que dominou o terceiro e último encontro da Série Conhecer, Responder e Inovar, realizada na Casa Firjan, em 12/05, uma parceria da gerência de Petróleo, Gás e Naval da Firjan com a empresa Oceanpact. O evento transmitido pelo YouTube reuniu também representantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), da Schlumberger e da Repsol Sinopec Brasil.
Ao abrir as exposições para os especialistas reunidos no encontro, Alfredo Renault, superintendente da ANP, traçou um panorama do momento atual em que empresas fazem parcerias para projetos de inovação com universidades e startups. Ele lembrou que alterações na regulação do mercado atualmente determinam às empresas investirem em renováveis e na captura de carbono. “É inevitável que haja muito esforço nas pesquisas, nos próximos dez anos, das empresas de energia, que entendem o quanto esse processo de inovação é fundamental para o aumento da produtividade e do salário médio”, disse Renault.
La Rovere salientou que a transição energética acontecerá, mesmo que ainda não se faça em 2050. “Há necessidade de vontade política, mas não tem volta: os danos da mudança global do clima são maiores do que os custos de manter a matriz energética atual”, comentou o professor.
Marcelo Andreotti, gerente de P&D, Desenvolvimento de Negócios, Tecnologia Offshore de O&G da Repsol Sinopec Brasil, enfatizou a importância do foco de descarbornização da empresa na área de operações offshore. Ao apresentar projetos em andamento, ele citou o que propõe a verificação de vazamentos em embarcações por drone, levando a uma redução de 95% na emissão de carbono. “A meta é reduzir a emissão de carbono a 40% em todas as operações até 2040, em busca da neutralidade em 2050, conforme definido no Acordo de Paris. Hoje, vemos que o gás será um player importante na transição energética”, comentou Andreotti.
Já Anna Paula Duarte, gerente de projeto e pesquisa da Schlumberger, destacou as oportunidades nas operações offshore para tecnologias que possam reduzir as emissões de carbono, “redefinindo ativos como hubs de armazenamento e captura de carbono, além de gerar valor agregado para as empresas”.
Lucas Correa, gerente de inovação de Mercado, Combustíveis do Futuro e Descarbonização da Wärtsilä, contou que a empresa tem investido em pesquisas em motores de embarcações, mesclando o uso de amônia com diesel. “Esse motor, que hoje emprega 70% de amônia e apenas 30% de diesel, continua em testes e deve ser produzido em escala industrial até 2024. A transição mostra que vamos queimar outros produtos como combustível, a exemplo do óleo de palma, de combinações de metanol e de etanol, reduzindo o impacto da crise climática na sociedade”, ressaltou.
Assista ao evento on-line através do link: https://youtu.be/u6bfqYx4iko