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Projeto de Lei contra violência nas escolas é aprovado em 1ª discussão no Rio de Janeiro

Em meio ao aumento de casos de violência dentro das instituições de ensino que preocupam pais e alunos pelo país, a Câmara do Rio aprovou nesta quinta-feira (13/04) um projeto de lei para monitorar as unidades escolares cariocas. O PL Nº 1166/2022 institui o Sistema de Informações Sobre Violência nas Escolas da Rede Municipal de Ensino, com a formatação e manutenção de banco de dados com informações detalhadas. O projeto foi aprovado em primeira discussão e voltará à pauta para segunda votação.

“Pretendemos encontrar soluções para os problemas de violência que ocorrem de dentro para fora. Estes não são noticiados em jornais ou na televisão e são muitos e graves”, argumentou o vereador Marcelo Diniz (SD), um dos autores do projeto. Ainda assinam a proposta os vereadores Marcos Braz (PL), Rosa Fernandes (PSC) e Luciano Medeiros (PSD).

De acordo com o projeto, o objetivo principal é mapear e monitorar condutas ou atos de violência ocorridos no ambiente escolar envolvendo alunos, professores, dirigentes e agentes públicos que atuam nas escolas. Também faz parte do escopo do projeto identificar estabelecimentos com mais ocorrências relacionadas à violência,  intensificar ações sociais nas escolas identificadas, colaborar com a formação de políticas públicas necessárias à redução da violência no ambiente escolar, otimizar, economizar e adequar recursos públicos, dentre outros.

Saúde mental

A vereadora Luciana Boiteux (PSOL) levantou alguns números e disse que, atualmente, cada psicólogo e assistente social, precisam atender a 20 escolas. “Nós temos dados de 2021 que mostram que há 75 psicólogos e 76 assistentes sociais somente dando assistência às nossas 1549 escolas do município do Rio de Janeiro. E esse programa que é o Proinape é um programa de governo sustentado por uma Portaria da SME, não é um programa de estado porque depende de um projeto de lei do Poder Executivo. Apesar de termos aprovado nesta Casa, na Comissão de Educação, uma indicação legislativa justamente para transformar em lei e permitir que esses profissionais venham oficialmente serem lotados nas SME e possam inclusive fazer a contratação novos profissionais, essa indicação nunca foi acatada pelo Poder Executivo desde 2021”, sublinhou Boiteux.

O vereador Felipe Michel (PP) também abordou a questão e disse que serão apresentadas emendas para aprimorar o projeto. “Precisamos nos mobilizar para aumentar a rede de proteção psicossocial. A gente precisa cada vez mais melhorar essa questão de atenção às nossas crianças e jovens.”

Segurança nas escolas foi debatida em reunião com secretário de Educação

Ainda durante esta semana, na última terça-feira (11/04), os vereadores receberam o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, para discutir alternativas para evitar e combater casos de violência nas escolas cariocas. A vereadora Thais Ferreira (PSOL) recordou que os parlamentares já falaram sobre o projeto com o Poder Executivo e que é fundamental uma melhor organização e mais transparência a fim de que sejam propostas políticas públicas mais efetivas.

“Especificamente sobre esse projeto, a questão aqui são os dados. As escolas já têm um sistema de aviso que é integrado e que é relacionado à toda prefeitura e à SME. O secretário colocou isso aqui. A gente sabe que não é o suficiente. Então, qualquer estratégia nova de sistematização vai ser muito útil”, apontou a parlamentar que também é presidente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente.

A revisão do Regimento Interno das escolas é uma das ações que o vereador Rocal (PSD) colocou como necessária para combater a violência e descreveu como é a situação de algumas unidades hoje. “Muitas escolas não têm câmera de segurança, não possuem cadeado no portão, têm muro quebrado, muro baixo, muitas escolas são depredadas e vandalizadas pela própria comunidade escolar, muitas sequer tem aulas por conta das áreas conflagradas. São muitas escolas, é a maior rede da América Latina. Por isso, o problema é imenso. Não posso comparar, por exemplo, um problema que tem lá em Campo Grande com qualquer outra parte da cidade. Querendo ou não, a volta do porteiro nas escolas é hoje uma atitude emergencial, um controlador de acesso”, alertou o parlamentar.

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