O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, apresentaram nesta segunda-feira (18/01), no Palácio da Cidade, o planejamento da vacinação contra o coronavírus no município. A imunização começará assim que a primeira remessa de doses enviadas pelo Ministério da Saúde chegar à capital. Os primeiros vacinados serão os trabalhadores de saúde que atendem diretamente pacientes com Covid-19 e aqueles que estarão envolvidos na campanha de vacinação.
Também serão priorizados neste primeiro momento idosos e pessoas com deficiência que vivem em instituições de longa permanência, além dos trabalhadores desses estabelecimentos. As demais fases da vacinação, voltadas a outros grupos prioritários definidos pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, serão realizadas conforme novas remessas de vacina forem recebidas na cidade.
Durante a apresentação, Paes lembrou que a chegada da vacina à cidade não significa, ainda, o fim da prevenção ao coronavírus.
– O início da vacinação não é o fim da pandemia. O início da vacinação é literalmente uma luz no fim do túnel. Nós continuaremos com as medidas que vínhamos anunciando ao longo das últimas duas semanas, especialmente na semana passada, colocando as restrições, fazendo o acompanhamento do nível de contaminação por regiões administrativas. Neste fim de semana fizemos uma fiscalização com mais conscientização. Vamos intensificar essa fiscalização, já a partir dessa semana, e sempre pedindo a colaboração das pessoas. Obviamente, é impossível que a Prefeitura esteja presente em todos os lugares, depende muito da atitude individual de cada pessoa para evitar que a doença se espalhe ainda mais e que nós tenhamos mais mortes – disse Paes, acrescentando que alguns bares já estariam tomando medidas para acabar com aglomerações. – Boa parte dos comerciantes estaria respeitando as regras, mas ainda tem muita aglomeração do lado de fora. Já começamos a coibir a venda de bebida nas ruas. Soube que no Baixo Gávea, com a retirada dos ambulantes, a aglomeração praticamente não existiu.
De acordo com o número de doses disponíveis da CoronaVac no Brasil neste momento e os planos de distribuição do Ministério da Saúde, caberá à cidade, inicialmente, 231 mil doses da vacina, sendo que 110 mil serão entregues numa primeira remessa. Devido a esse número restrito inicialmente, a SMS decidiu priorizar os profissionais da linha de frente, que somam 102 mil pessoas, e pessoas acima de 60 anos que vivem em abrigos, representando outros 8 mil cidadãos e que serão vacinados nos próprios abrigos e asilos onde vivem.
– As outras etapas da vacinação, voltadas aos demais grupos prioritários definidos pelo PNI, vão ser realizadas conforme novas remessas da vacina forem entregues pelo Ministério da Saúde. É importante ficar claro que, neste primeiro momento, ninguém deverá ir aos postos de saúde. As vacinas agora são exclusivas para os profissionais da linha de frente e aos pacientes institucionalizados e serão levadas pelos agentes de saúde até eles, nos hospitais, como o Ronaldo Gazolla, e nos abrigos – destacou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, em coletiva à imprensa no Palácio da Cidade.
A previsão da SMS é de que, assim que a primeira remessa chegar, a vacinação será iniciada imediatamente, devendo ser concluída dentro de três a quatro dias. Na quarta-feira, dia 20, apesar de ser feriado do padroeiro da cidade, São Sebastião, as equipes das unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) estarão trabalhando para levar a vacina às instituições de longa permanência cadastradas, entre eles Abrigo Cristo Redentor, Vovó House Hotel Geriátrico, Casa Geriátrica São Mateus, URS Dina Sfat, Abrigo Doce Morada Santa Cruz, entre outros.
Outras fases da vacinação:
Quando novas remessas da vacina forem sendo enviadas pelo Ministério da Saúde, a vacinação ocorrerá em todas as 236 unidades de Atenção Primária e nas Policlínicas, a partir das datas que serão informadas futuramente. Também haverá vacinação em pontos estratégicos e no sistema drive-thru em locais a serem anunciados. Para melhor organização e fluxo, evitando aglomerações nos postos, o atendimento será escalonado, por grupos prioritários e até dividido por subgrupos por idades, para os idosos. É importante que cada pessoa só compareça ao posto de saúde no dia de vacinação de seu grupo ou subgrupo.
Não será preciso se cadastrar previamente para tomar a vacina, mas as pessoas precisarão levar um documento oficial de identificação com foto que comprove fazer parte do seu grupo prioritário. Trabalhadores de saúde que tenham registro profissional (médicos, enfermeiros, etc.) deverão apresentar o documento de seu conselho de classe. Outros funcionários de unidades de saúde que também ficam mais expostos ao vírus (maqueiros, porteiros, atendentes, etc.) devem tomar a vacina em sua própria unidade de lotação ou conforme a orientação de seu gestor. Quando chegar a vez dos portadores de comorbidades, eles deverão apresentar laudo médico comprovando terem a doença informada.
Ao tomar a primeira dose, o paciente receberá a caderneta ou comprovante de vacinação e a informação de quando deverá voltar para receber a segunda dose, preferencialmente no mesmo posto de vacinação. É imprescindível que, ao retornar para a segunda dose, a pessoa apresente o comprovante da primeira.