A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro lançou, na última semana, dois editais totalmente inéditos no estado: os Programas de Apoio ao Jovem Pesquisador Fluminense (JPF), com vínculo e sem vínculo. Esses editais, que somam recursos de mais de R$ 30 milhões, visam apoiar jovens pesquisadores contratados bem como atrair novos pesquisadores para as instituições de pesquisa do estado do Rio de Janeiro, evitando assim a chamada “fuga de cérebros”.
Segundo o presidente da Faperj, Jerson Lima Silva, esse edital é crucial para o desenvolvimento científico e tecnológico do estado:
– Investimos na formação de doutores por muitos anos, e os melhores talentos acabam saindo do estado ou mesmo do país por não terem condições de desenvolver aqui dentro suas pesquisas inovadoras. Esse êxodo de cientistas e pesquisadores poderá comprometer qualquer projeto de desenvolvimento da economia baseado no conhecimento e menor dependência de commodities – completou Jerson.
De acordo com o INSEAD (Business School for the World), o Brasil despencou em 2020 no índice global de competitividade, saindo da posição 49ª para a posição 80º (96º em atração e 70º em retenção de talentos).
Para o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Dr. Serginho, o Estado do Rio de Janeiro segue na vanguarda do investimento científico.
– Esse edital vai dar oportunidade a muitos pesquisadores para seguirem seus estudos e avançarem na produção do conhecimento. É também uma forma de reter nossos talentos aqui no país, dando estímulos para que esses profissionais de excelente qualificação contribuam com o desenvolvimento nacional em suas respectivas áreas – disse o secretário.
Espera-se que os proponentes já tenham produção de conhecimento internacionalmente competitiva demonstrada em pesquisa após a conclusão do Doutorado e que se encontrem ainda em fase de consolidação. São elegíveis somente proponentes com menos de dez anos de doutoramento.
De acordo com a diretora Científica da Faperj, Eliete Bouskela, o lançamento desses dois importantes programas pode contribuir muito para mudar essa nova realidade:
– Ainda há tempo para reverter essa tendência, por isso, investimentos sólidos em pesquisa e inovação devem ser feitos de forma maciça. Somente assim conseguiremos manter no estado nossos melhores jovens pesquisadores – disse.
No edital Jovem Pesquisador Fluminense (JPF) com vínculo a instituições de ciência e tecnologia, o apoio será concedido na forma de auxílio à pesquisa aos jovens pesquisadores com excepcional desempenho e a ser realizado em instituições sediadas no Estado do Rio de Janeiro. Os recursos financeiros poderão ser utilizados para o estabelecimento e para a melhoria de infraestrutura e despesas de custeio previstas nos projetos de pesquisa apresentados.
No caso do Edital JPF sem vínculo a instituições, os pesquisadores contemplados serão apoiados pela Faperj por 36 meses com auxílio e bolsa. A bolsa concedida ao pesquisador contemplado, denominada Bolsa Jovem Pesquisador Fluminense (JPF), é de dedicação exclusiva à pesquisa e possui valor mensal de R$ 8 mil. O bolsista da modalidade não poderá ter vínculo empregatício.