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Combater o déficit habitacional pode gerar 3,2 milhões postos de trabalho no país, diz Firjan

A nota técnica “Déficit habitacional no Brasil – Impacto da cadeia produtiva da Construção Civil”, produzida pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) estima que o combate ao déficit habitacional em todo o país pode gerar 3,2 milhões de postos de trabalho, diretos e indiretos. Além disso, o levantamento da federação prevê um incremento de R$ 46,4 bilhões por ano em toda a cadeia produtiva do setor.

“O futuro do Brasil inexoravelmente está ligado ao avançado da indústria da construção”, afirma o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, citando dados do ministério do Desenvolvimento Regional que aponta um déficit de 5,9 milhões de moradias e a necessidade de investimentos anuais de R$ 228,7 bilhões para a construção de 1,2 milhão de unidades por ano, até 2030.

A nota técnica “Déficit habitacional no Brasil – Impacto da cadeia produtiva da Construção Civil” integra o projeto “Rio Construção”, desenvolvido pela federação para fomentar toda a cadeia produtiva do setor. Os dados estão sendo apresentados nesta terça-feira (23/8) durante a abertura do 1º Encontro da Indústria da Construção do Rio de Janeiro, que reúne cerca de 150 empresários da construção civil fluminense na sede da Firjan, no Centro do Rio.

A redução do déficit habitacional no país traria consequências positivas tanto no âmbito social, com redução de desigualdades e aumento do bem-estar das populações mais vulneráveis, quanto no âmbito econômico, por meio do aquecimento da cadeia produtiva ligada à construção civil. Desta forma, com o investimento de R$ 228,7 bilhões/ano, a federação prevê a criação de 3.074.049 novos empregos diretamente na indústria de construção e 201.011 empregos indiretos nos demais setores de sua cadeia produtiva.

Além do grande potencial de geração de empregos, a indústria da construção demanda insumos e impulsiona diversos setores industriais e de prestação de serviços. A partir do uso da Matriz Insumo Produto (MIP), metodologia elaborada pela gerência de Estudos Econômicos da federação, a Firjan estima que o investimento anual produziria o impacto da expansão produtiva da construção civil na ordem de R$ 46,4 bilhões, respeitando as necessidades de cada região do país, além do próprio investimento inicial.

A nota técnica destaca ainda que o setor de Minerais não metálicos seria o principal segmento impactado pela expansão produtiva dos investimentos para combater o déficit habitacional no país, recebendo R$ 10 bilhões. Em seguida, o setor da Metalurgia, R$ 6,5 bi; o de Serviços, R$ 3,8 bi; Comércio, R$ 3,6 bi; e a própria Construção Civil, R$ 3,5 bi; entre outros.

O gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, ressalta que a construção civil sofreu forte impacto com a crise em 2015 e 2016. Após um boom no setor, com diversas obras e investimentos, em especial, devido à Copa do Mundo e às Olimpíadas que ocorreram no país, o setor nacional se viu em declínio nos anos seguintes.

“Quase 34 mil estabelecimentos foram fechados entre 2014 e 2020 e mais de 900 mil empregos formais perdidos no período. Porém, com a crise instaurada em toda a economia com a chegada da pandemia, a construção civil tem sido um dos principais motores para a recuperação econômica após flexibilização das medidas sanitárias”, afirma o economista.

Investimentos na economia do Rio

Já no estado do Rio de Janeiro há um déficit habitacional de 481 mil moradias. Assim, a Firjan estima serem necessárias 82 mil novas unidades/ano, entre 2021 e 2030. Logo, seriam investidos R$ 15,9 bilhões por ano para suprir o déficit existente no estado.

Assim, a expansão produtiva na construção civil fluminense, visando à redução do déficit habitacional do estado, resultaria em um investimento produtivo adicional de R$ 4,1 bilhões na economia nacional. Desse total, R$ 1,4 bilhões ficariam alocados no próprio estado do Rio.

Além disso, é possível estimar a criação 213 mil novas vagas de empregos diretos na construção civil e 14 mil postos de trabalho indiretos nos demais setores de sua cadeia produtiva fluminense. “O investimento na construção civil, visando à redução do déficit habitacional, se configura como um mecanismo valioso na promoção do desenvolvimento socioeconômico do país e no encadeamento produtivo em toda a economia nacional e fluminense”, finaliza Jonathas Goulart.

Para baixar a Nota Técnica da Firjan “Déficit habitacional no Brasil – Impacto da cadeia produtiva da Construção Civil” clique em https://bit.ly/3dOfkzw

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