O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) afeta cerca de 5% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos últimos anos o interesse pelo tema fez com que as buscas sobre o assunto aumentassem. Dados do Google Trends analisando 2021 e 2022 mostram que as pesquisas relacionadas ao TDAH dobraram no país. A alta no Brasil passou de mais de 100% e na estimativa mundial, o aumento foi de mais de 60%.
O TDAH inclui sintomas como dificuldade de permanecer sentado, de escutar os outros e de seguir instruções. No entanto, é preciso esclarecer algumas informações que acabam elaborando impressões sobre um assunto que merece total atenção. É preciso destruir a barreira do preconceito. A informação é o melhor caminho.
Muitos acreditam que o TDAH impossibilita a criança de ter uma vida normal. Isso não é verdade. Uma criança com o transtorno em geral precisa receber tratamento específico e multidisciplinar, com psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos ou outros especialistas. Além disso, cada caso deve ser olhado com atenção, pois cada criança apresenta uma necessidade e uma demanda diferente para os profissionais.
Existe quem pensa que pessoas com TDAH são menos inteligentes. Isso é mito. Primeiro, é necessário esclarecer que uma pessoa diagnosticada que recebe o devido acompanhamento e tratamento tem a inteligência na média e até acima da média, com desempenhos surpreendentes.
Vale destacar que, embora as pessoas com o transtorno apresentem alteração na concentração, elas podem ter bom rendimento dentro da sala de aula e no ambiente de trabalho.
Também se pressupõe que as características mais marcantes do TDAH são a hiperatividade, a desatenção e a impulsividade. Essa afirmação está correta. Por ser um transtorno neurobiológico, os traços característicos do TDAH precisam ser notados também em dois ou mais ambientes de convívio como o familiar, a escola, o cursinho, a igreja, entre outros.
Esses lugares são determinantes para perceber o comportamento da criança para que, a partir disso, ela seja acompanhada e encaminhada ao tratamento que será eficaz. Além disso, os professores devem estar atentos em sala de aula para identificar e ajudar os estudantes com o transtorno. Os principais comportamentos de estudantes com TDAH são incapacidade para realizar tarefas demoradas, impaciência para esperar, distração constante, perda e esquecimento do material escolar e movimentos físicos em excesso.
O TDAH não tem uma cura, mas, sim, tratamento. Lembre-se de evitar julgamentos. Busque informações com especialistas ou em fontes seguras e confiáveis.
(*) Luciana Brites é CEO do Instituto NeuroSaber (https://institutoneurosaber.com.br/), autora de livros sobre educação e transtornos de aprendizagem, pedagoga, palestrante, especialista em Educação Especial na área de Deficiência Mental e Psicopedagogia Clínica e Institucional pela UniFil Londrina e em Psicomotricidade pelo Instituto Superior de Educação ISPE-GAE São Paulo, além de ser Mestra e Doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento pelo Mackenzie.