No dia 2 de abril, comemoramos o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, uma oportunidade para refletir sobre essa condição neurológica que afeta o desenvolvimento infantil e a comunicação interpessoal. De acordo com o médico pediatra e coordenador do serviço de pediatria do UNIFAA, Felipe Vieira, “o transtorno do espectro do autismo (TEA) prejudica o desenvolvimento durante a infância e dificulta a interação social, comunicação verbal e não verbal, além de manifestar comportamentos repetitivos ou restritos”.
O pediatra explica que nestes casos é possível notar a presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos como: balançar as mãos, pular e girar os objetos. “O interesse pode se manifestar pelo que chamamos de hiperfoco, quando se torna intenso e em determinado assunto, tema ou mesmo objetos. Nem sempre essas características estarão presentes ao mesmo tempo, e na mesma intensidade podendo variar de pessoa para pessoa”, destaca.
Ele explica que apesar dos avanços na compreensão do autismo, ainda não se sabe exatamente o que o causa. Como destaca o Dr. Felipe Vieira, “não existe nenhuma lesão ou dano cerebral associado ao autismo; trata-se de uma forma não convencional de comunicação e expressão”. O diagnóstico do TEA é clínico, baseado na observação das principais características, e não em exames de sangue ou imagem.
Dr. Felipe ressalta a importância de considerar os sinais precoces do autismo, que podem surgir antes de 1 ano de idade. Estes incluem a perda de habilidades adquiridas, indiferença a estímulos sonoros e visuais, preferência por objetos em vez de pessoas, e falta de resposta ao nome. “É fundamental que o diagnóstico seja programado o mais cedo possível, preferencialmente antes dos dois anos de idade, para aproveitar a neuroplasticidade do cérebro nesse período”, explica o médico.
Atendimento em Valença
No Hospital Escola de Valença, onde o Dr. Felipe Vieira coordena o serviço de pediatria, o atendimento voltado para o diagnóstico precoce do TEA é realizado no ambulatório de neurodesenvolvimento, disponível às quartas-feiras pela manhã. “Oferecemos triagem e encaminhamento para suporte multidisciplinar, incluindo psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais”, acrescenta o pediatra, destacando a importância do suporte integral para o desenvolvimento das crianças com autismo.
