Bateu o gongo: adultos e crianças têm a última chance de ver os mímicos e atores cômicos Alvaro Assad e Márcio Moura em cena no Rio de Janeiro, nas peças “Esperando Beltrano” (adulto) e “Victor James – o menino que virou robô de viideogame” (infantil). A temporada da Cia. Etc e Tal é comemorativa aos 30 anos de sucesso trabalhando com a arte gestual no teatro, em que soma mais de três milhões de espectadores pelas 160 cidades por onde levou o seu trabalho, colocando na conta países como Argentina, Paraguai, Alemanha, Dinamarca, França e Portugal. Para celebrar esta longevidade artística, os atores atuam sob as vertentes que os consagraram: espetáculos com a marcante arte da mímica acompanhada da pantomima literária e do humor. Tudo acontece no Teatro Glauce Rocha (Centro), até 20 de outubro: sex/sáb, às 19h e domingo, às 18h para o adulto e sábado e domingo, às 16h para crianças. Haverá programação com sessões acessíveis e intérprete de Libras (Língua brasileira dos sinais). O projeto é contemplado pelo Prêmio Funarte Aberta 2024.
Depois de receber o Prêmio do Humor Fábio Porchat em 2023, quando o destaque foi a montagem “Esperando Beltrano”, indicada em todas as categorias, além do prêmio especial pelos 30 anos, a Cia vem comemorando na estrada esta trajetória com apresentações pelo Brasil, e agora no Rio de Janeiro. “É uma comemoração tripla! Dupla temporada de espetáculos adulto e infantil, e, claro, o encontro com o público carioca. Viajamos muito e estar no Rio de Janeiro, cidade sede da companhia fundada em 1993, é gratificante. Atravessamos três décadas de trajetória laureada de prêmios nacionais e internacionais e 10 espetáculos em repertório ativo”, comenta Álvaro Assad.
“O humor das cenas mesclando as palavras e o vigor das cenas físicas são características do ETC E TAL e de ambos os espetáculos, e claro, os temas são mais que significantes para o atual momento”, explica Márcio Moura. Do adulto que permeia comicidade com cenas que mergulham no olhar sobre o tempo e a ancestralidade dos atores, ao infantil, que aborda a crescente relação da tecnologia presente no cotidiano de todos nós (da infância a qualquer idade), a plateia conhecerá a técnica que se tornou marca registrada do ETC E TAL: a narração simultânea, a ação em mímica que denominam de “Pantomima Literária”.
“Esperando Beltrano” – espetáculo adulto
Vencedor em 2023 do “Prêmio Especial pelos 30 Anos de Humor com Teatro Gestual” pelo PRÊMIO DO HUMOR FÁBIO PORCHAT e indicado a todas as categorias (Melhor Performance Alvaro Assad; Melhor Performance Marcio Moura; Melhor Texto; Melhor Direção; Melhor Espetáculo e Prêmio Especial).
Escrita pelos atores e mímicos Alvaro Assad e Marcio Moura, o espetáculo coloca o fator ‘tempo’ como norte e revisita de forma ácida o universo do teatro contemporâneo, com doses de histrionismo e virtuosismo físico e gestual – apresenta a comicidade na busca das diversas e inusitadas linguagens, da narração histriônica ao silêncio do gesto.
Os personagens atravessam o tempo rasgando literalmente a metalinguagem teatral, cena, figurinos, adereços, luz, música e cenário. O que acontece se atores envelhecem 200 anos? Há quanto tempo o tempo dura? Histórias sobre o tempo e as relações entremeadas dos personagens (artistas) com o tempo fazem parte do enredo – com ambos envelhecendo no palco, ao vivo, ao adotarem o visagismo de Cleber de Oliveira como uma das cenas mais centrais do espetáculo. Caracterizados, resgatam a ancestralidade traçada nas histórias paralelas das memórias e relatos de suas bisavós.
Atores que se encontram em escombros de um tablado de teatro e com ele configuram a troca cênica do surreal. O que fazer, falar e para onde ir? E falar é necessário? Completando 30 anos em 2023, estas perguntas sugerem como a Companhia trata hoje a questão do tempo, questões que seguram o espetáculo e são trazidas à tona pela pantomima – que é lugar de pesquisa milenar no teatro gestual e marca registrada dos espetáculos do grupo.
Quem é Beltrano que Alvaro Assad e Marcio Moura esperam? Ou o que é? A resposta é uníssona: o absurdo da mímica dialoga com o teatro do absurdo, desde sempre.
ESPERANDO BELTRANO resume em cinco atos a esfera trabalhada pela companhia ao longo do tempo:
Prólogo (Prólogo é um termo originalmente usado na tragédia grega para a parte anterior à entrada do coro e da orquestra, na qual se enuncia o tema da peça. Tornou-se também sinônimo de prefácio, preâmbulo, proémio, prelúdio e prormônio. Tornou-se prática comum nas peças dos séculos XVII e XVIII, geralmente em verso.);
Pantomima Literária – a técnica e característica cômica que carimbou o grupo como linguagem cênica nas últimas 3 (três) décadas, com narração simultânea a ação em mímica;
Teatro Narrativo ou Teatro Documentário – com histórias verdadeiras e colocadas no tablado de forma crua e direta;
Pantomima Clássica – histórias clássicas sem palavras, recriada com o humor do grupo e sua virtuose física;
Pantomima com Biombo – cenas pantomímicas em que o público assiste somente parte do corpo dos atores, dando a eles o poder de imaginar aquilo que não está visível. Seja o chão ou sua ausência.
FICHA TÉCNICA
Concepção Cênica e Texto Original: Alvaro Assad e Marcio Moura
Atuação: Alvaro Assad e Marcio Moura
Direção e Preparação Mímica: Alvaro Assad
Música Original: Rodrigo Lima
Figurinos: Fernanda Sabino
Visagismo (maquiagem, cabelos e próteses): Cleber de Oliveira
Desenho de Luz: Aurélio Oliosi
Programação Visual: Hannah23
Adereços: Arise Assad
Prótese dentária: Marcia Laura Fonseca
Montagem e Contra Regragem : Levi Leonardo
Produção Executiva: Lu Altman
Fotografias: Levi Leonardo e Celso Pacheco
Comunicação: Alexandre Aquino e Cláudia Tisato
Agradecimentos “sem palavras” e pelas palavras em ordem: Rodrigo Lima, Claudio Carneiro, Flávia Reis, Cleber de Oliveira, Lúcia Cerrone, Júlio Adrião, Rosiris Garrido e Alê Casali
DURAÇÃO: 70 min
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 12 anos
GÊNERO: Humor Lírico e Ácido
VICTOR JAMES – O MENINO QUE VIROU ROBÔ DE VIDEOGAME
Excesso: falta de pausa, sufoco mental, sensação de estar fazendo muito sem perceber que o muito, quando sem respiro, vira pouco. O ponto citado é um dos principais direcionamentos do espetáculo Victor James – O Menino Que Virou Robô de Videogame
Inspirado no livro-poema de Paulinho Tapajós, o espetáculo “Victor James – O Menino Que Virou Robô de Videogame” ganha uma adaptação contemporânea nas mãos de Alvaro Assad, que também assina a direção. A história segue Leopoldo Roger Victor de Souza James Pereira, um garoto fascinado por desafios analógicos e literários, que ao ganhar um videogame no dia do seu aniversário, é transportado para dentro do universo digital e se transforma em Victor James, um robô prisioneiro desse mundo virtual. Com um olhar afiado sobre o mundo moderno, a peça dialoga tanto com as crianças quanto com os adultos, refletindo o cenário atual em que, desde cedo, até bebês são colocados diante das telas.
A encenação do espetáculo “VICTOR JAMES – O Menino que Virou Robô de Videogame” une a linguagem única do grupo ETC E TAL com uma pesquisa aprofundada nos universos dos jogos eletrônicos, cultura Geek e animes, criando uma ponte entre o teatro físico e o mundo digital. O grupo, reconhecido por seu refinamento gestual e pela fusão entre teatro físico e humor, utiliza a “Pantomima Literária” – uma técnica que combina mímica e narração – para explorar de forma lúdica e criativa os movimentos mecânicos e estilizados, típicos dos personagens dos games e animes.
A direção de movimento leva em conta a fluidez dos animes, as ações sobre-humanas e precisas dos jogos eletrônicos, bem como a linguagem corporal específica dos personagens Geek, resultando em uma encenação que dialoga diretamente com a jovem plateia. Onomatopéias, efeitos sonoros e visuais, característicos do universo dos games, se integram à narrativa, criando uma experiência sensorial rica e envolvente, que transporta a plateia para dentro do universo virtual. O espetáculo é um mergulho na estética digital contemporânea, onde o corpo dos atores se transforma em avatares de videogame, evocando a fluidez e o dinamismo próprios dessas mídias.
Os atores Marcio Moura e Alvaro Assad, parceiros de cena há mais de 30 anos, levam ao palco a comicidade e sincronia que só uma longa história de cumplicidade artística permite. Juntos, eles criam uma narrativa onde a interação física e o jogo cênico se tornam um espetáculo à parte, encantando o público com sua precisão e leveza.
Os figurinos de Fernanda Sabino, com sua maleabilidade, transformam-se a cada momento da história, acompanhados pela iluminação de Aurélio Oliosi, que pontua o espaço como um verdadeiro jogo eletrônico, com projeções e recortes dinâmicos. O visagismo de Cleber de Oliveira possibilita trocas de caracterização à vista do público, enriquecendo o efeito visual do espetáculo, enquanto a trilha sonora original de Joaquim de Paula cria a imersão necessária, como se estivéssemos dentro do próprio videogame.
Com seu tradicional foco em uma estética refinada e uma narrativa divertida, o ETC E TAL se mantém fiel à sua proposta de criar teatro infantil que provoca reflexões sem pretensão de lições moralizantes. “Victor James – O Menino Que Virou Robô de Videogame” oferece uma experiência que mescla diversão e reflexão, onde cada presença na plateia, seja criança ou adulto, é convidada a embarcar nessa jornada entre o real e o virtual.
SINOPSE
Leopoldo Roger Victor de Souza James Pereira é uma criança intensamente curiosa e apaixonada por novidades. Originalmente, suas buscas se davam no mundo dos livros, onde explorava histórias e descobertas analógicas. No entanto, tudo muda no dia do seu aniversário, quando ganha um videogame e é sugado para dentro do jogo, transformando-se em Victor James, um robô prisioneiro do universo digital. A peça, inspirada no livro-poema de Paulinho Tapajós, mistura mímica, narração e humor característico do ETC E TAL, acompanhando Victor em sua jornada desafiadora. Inserido nesse novo mundo, ele descobre os limites entre o real e o virtual.
FICHA TÉCNICA
Criação e Produção || Centro Teatral e Etc e Tal
Atuação || Alvaro Assad e Marcio Moura
Direção e Preparação Mímica || Alvaro Assad
Figurinos || Fernanda Sabino
Desenho de Luz || Aurélio Oliosi
Música Original || Joaquim de Paula
Visagismo: Cleber de Oliveira
Fotografias || Mariana Rocha
Ambientação Cênica || Etc e Tal
Montagem Cênica || Levi Leonardo
Comunicação: Alexandre Aquino e Cláudia Tisato
Texto Adaptado por Alvaro Assad, do Livro de Paulo Tapajós
CLASSIFICAÇÃO LIVRE
Duração 50 minutos
SOBRE O ETC E TAL
Companhia carioca de repertório fundada em 1993, desenvolve pesquisa artística calcada na tríade Teatro-Mímica-Humor. Compõem o repertório permanente os espetáculos: Fulano e Sicrano (adulto), Victor James (infantil), Onipotência do Sonho, O Macaco e a Boneca de Piche (infantil), no buraco (adulto), ¿Branca de Neve? (Infantojuvenil), “Draguinho-Diferente de todos parecido com ninguém” (infantil), “O Maior Menor Espetáculo da Terra” (infantil), “João o alfaiate – um herói inusitado” (Infantil) e o mais recente “Esperando Beltrano” (adulto).
Além de Oficinas, Palestras e Produções. Participou de turnês e Mostras de Teatro Internacionais (Alemanha, Dinamarca, França, Portugal, Argentina e Paraguai) e Nacionais. Anualmente o grupo realiza temporadas e digressões pelas mais diferentes cidades do Brasil e tem representado o país em diversos Encontros e Festivais de Teatro Mímica , Novo Circo e Comicidade na América Latina e Europa.
“O Etc e Tal foi fundado em 1993 e tem um repertório de 10 espetáculos, que são revisitados em cena com esse panorama de espetáculos para todos os públicos. Um encontro com a plateia carioca que tanto esperávamos para comemorar, refletir e gargalhar”, diz Assad, responsável pela direção e a preparação mímica.
Os espetáculos apresentam a comicidade na busca das diversas e inusitadas linguagens do Etc e Tal. Do teatro do absurdo às histórias narradas, da comicidade sem palavra ao inusitado do bufão, do lirismo à reflexão (leia-se as raízes de cada um dos atores/personagens). “Independentemente de quem ou que, o convite é a experiência para onde vamos no teatro e sua experiência ao vivo e efêmera”, define Assad
SERVIÇO
VICTOR JAMES – O MENINO QUE VIROU ROBÔ DE VIDEOGAME
(Espetáculo Infantil)
Ultima semana
Temporada: 28 de setembro a 20 de outubro de 2024
Sábados e Domingos às 16h
Espetáculo infantil – Classificação LIVRE
Local: Teatro Glauce Rocha – Av. Rio Branco, 179 (em frente metrô Carioca)
Ingresso R$30 / R$15 meia (bilheteria ou sympla)
Telefone: (21) 2220-0259
Capacidade: 204 lugares
SERVIÇO
ESPERANDO BELTRANO
(Espetáculo Adulto)
Última semana
Temporada: 28 de setembro a 20 de outubro de 2024
Sex/Sab às 19h e Domingo às 18h.
Espetáculo adulto – Classificação 12 anos
Local: Teatro Glauce Rocha – Av. Rio Branco, 179 (em frente metrô Carioca)
Valor do ingresso R$40 inteira / R$20 meia (bilheteria ou sympla)
Telefone: (21) 2220-0259
Capacidade: 204 lugares