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Tuca Andrada estreia peça-show sobre Torquato Neto

Passados 52 anos da partida de Torquato Neto (1944/1972), poeta, letrista da música popular brasileira e experimentador ligado à contracultura, o espetáculo “Let’s Play That ou Vamos Brincar Daquilo” celebra sua vida e obra, com o ator Tuca Andrada no centro da cena. A ideia para o espetáculo surgiu a partir do encontro do ator com a edição de “Torquatália”, de Paulo Roberto Pires, que em seus dois volumes, apresenta uma antologia do Torquato Neto, tanto de sua obra poética quanto em prosa, além de inéditos, correspondências, escritos de sua coluna no jornal Última Hora, em publicações diversas e, por isso, desconhecidos. Daí Tuca partiu para a criação do espetáculo, atuando e dirigindo em parceria com a também pernambucana Maria Paula Costa Rêgo. No palco, o ator está em companhia dos músicos Caio Cezar (que assina a direção musical) e Pierre Leite, além do público que também é parte da encenação. A temporada carioca de “Let´s Play That ou Vamos Brincar Daquilo” inicia no dia 15 de agosto de 2024, quinta-feira, no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, com apresentações de quinta a sábado às 19h e domingo às 18h, até 15 de setembro. As sessões com intérprete de Libras acontecem nos dias 24 e 31 de agosto. O patrocínio é do Banco do Brasil. 

“Let’s Play That é o nome de uma poesia do Torquato Neto que foi musicada pelo Jards Macalé, Vamos Brincar Daquilo é uma tradução livre para o título em inglês, e esse sentido de jogo, de brincar, é um chamamento para o público se relacionar comigo durante o espetáculo”, revela Tuca Andrada. 

Em um palco em formato de semi-arena, Tuca Andrada recebe cada pessoa do público que vai chegando e se acomodando, bem próximo dele, para acompanhar e se relacionar com o ator revivendo no palco a vida e a obra do poeta e letrista tropicalista Torquato Neto. Em pouco mais de uma hora o ator esbanja energia, com sua fisicalidade intensa, performática – resultado de pesquisa que contou com apoio de Maria Paula Costa Rêgo –, ocupando todos os espaços da cena, interpretando um artista popular, em alguns momentos ele mesmo e em outros o próprio Torquato, contando, cantando, vivendo histórias e impressões suas, costurando a dramaturgia com canções de autoria do Torquato com parcerias diversas como: Mamãe Coragem (Caetano e Torquato), Minha Senhora (Gil e Torquato), Geléia Geral (Gil e Torquato), Lua Nova (Edu Lobo e Torquato), Pra dizer Adeus (Edu Lobo e Torquato), Destino (Macalé e Torquato), De cá pra lá de lá pra cá (Zeca Baleiro, Fagner e Torquato) e Marginália II (Gil e Torquato), cantadas em cena por Tuca Andrada, além de gravações de Ai de Mim, Copacabana, na voz de Gal Costa, Três da Madrugada, na voz de Caetano Veloso, Deus Vos Salve a Casa Santa e A Rua, essas duas como trilha sonora instrumental. Músicas que colocam em evidência o legado do artista para o Tropicalismo.

“Muita gente conhece Torquato sem saber, ouviu suas músicas, mas não sabe que são de sua autoria e, por isso, para mim foi tão importante trazê-las para a peça. Se prestarmos atenção na obra dele, é muito solar, cheia de movimento e dinâmica. Ele instiga uma perspectiva de reconstrução, de refazer, rever, reler o que está posto. Acredito que isso tem muito a ver com o momento que estamos vivenciando no país”, enfatiza o ator. 

O espetáculo envolve poesia, stand-up show, performance, jogo e aula-espetáculo. Durante pouco mais de uma hora, o mundo e o tempo de Torquato Neto tomam conta do palco e do ator, que narra sua visão da história, com ajuda apenas de um banco, sonoplastia, música, dança e com um chão coberto com as poesias de Torquato. Assim, como numa roda de amigos, Tuca Andrada se encanta, canta e conta a história desse artista inclassificável e não enquadrável, sob qualquer aspecto. Mas ele quer falar sobre Torquato sem as amarras de uma narrativa biográfica tradicional, como já havia experimentado no aclamado musical sobre a vida do cantor Orlando Silva. 

A ideia de Tuca, agora, é de retomar a simplicidade do contador de estórias, do repentista, do cantador de feira que apenas com a voz e o corpo conduz a audiência para fora do tempo presente, transportando-a para outros universos. Durante as apresentações o público é convidado a participar, opinando, criticando, sendo livre para falar o que quiser. Dessa maneira o espetáculo se reconstrói em cada récita, marcando assim uma característica fundamental na obra torquatiana que é o de se reconstruir a cada momento. E os universos de Torquato são muitos. 

Poeta, jornalista, agitador cultural, compositor, cineasta, ator e um dos ideólogos do movimento mais importante na cultura brasileira, na segunda metade do século XX, a Tropicália. Torquato Neto era antes de tudo um apaixonado pelo Brasil e pelas diversas formas de comunicação. Apesar de uma vida curta – decidiu sair de cena aos 28 anos – mudou radicalmente a maneira de se fazer poesia e jornalismo no país. Nunca publicou um único livro em vida, mas sua obra continua reverberando em muitos artistas brasileiros até hoje, haja vista, o presente espetáculo. 

“O importante, para ele, era comunicar. Com esse trabalho, o que eu desejo é poder instigar as pessoas a pensarem com ele. Acho que é uma figura muito interessante e importante para refletirmos sobre nossa sociedade”, conclui Tuca. 

“Let’s Play That ou Vamos Brincar Daquilo” estreou nacionalmente em março de 2023, em Recife/PE, com temporada no Teatro Hermilo Borba Filho, em 2024 cumpriu temporada no Sesc Pompéia, em abril e maio. A circulação pelo Centro Cultural Banco do Brasil teve início no CCBB Belo Horizonte, em maio e junho. Após a temporada no CCBB Rio de Janeiro a peça será apresentada no CCBB Brasília, em novembro e dezembro.

 

Minibio de Tuca Andrada 

Natural do Recife (PE), em sua longa trajetória como artista, se destacam os trabalhos na televisão, como, por exemplo, interpretando Ladislau em “O Dono do Mundo” (1991), Kaíke em “Da Cor do Pecado” (2004), Téo em “Poder Paralelo” (2010), Eric Fusilli em “Caminhos do Coração” (2007) e “Os Mutantes: Caminhos do Coração” (2008), Zóio Furado em “Cordel Encantado” (2011) e o policial corrupto Belizário em “Amor de Mãe” (2019). Em 1991, recebeu o Prêmio SATED/RJ como ator revelação em televisão pela novela “O Dono do Mundo”. No Cinema, atuou em mais de 15 filmes, sendo premiado no Festival de Cinema de Cartagena (Colômbia) como melhor ator coadjuvante pelo filme “Quem Matou Pixote”. No Teatro, atuou em mais de 30 espetáculos, entre eles: “Elias, O Musical”, direção de Dênis Carvalho, e “Orlando Silva – Nada Além”, direção de Inez Viana. Em 1987, foi indicado como melhor ator em espetáculo infantil pela peça “O Pequenino Grão de Areia”. Em 1995, foi vencedor do Prêmio Cultura Inglesa de Teatro como melhor ator pelo espetáculo “Rocky Horror Show”. Como diretor de Teatro, estreou em 2013 com a peça “Por que será que as amamos tanto?”, uma comédia do argentino Daniel Datola e recebeu boas críticas. Em 2004, dirigiu “Nordestinos”, espetáculo com dramaturgia de Walter Daguerre. Está no elenco da telenovela “Dona Beja”, que será lançada pelo MAX, e da telenovela “Guerreiros do Sol”, que será lançada pela Globo Play, ambas com previsão de estreia para 2025. Por sua atuação no espetáculo “Let´s Play That ou Vamos Brincar Daquilo”, Tuca Andrada está indicado ao Prêmio APCA na categoria Melhor Ator.

 

Ficha técnica 

“Let´s Play That ou Vamos Brincar Daquilo”

Criação e Atuação: Tuca Andrada, a partir da obra e vida de Torquato Neto

Direção, Cenário e Figurino: Tuca Andrada e Maria Paula Costa Rêgo

Direção Musical: Caio Cezar Sitonio

Músicos: Caio Cezar Sitonio e Pierre Leite

Direção de Movimento: Maria Paula Costa Rêgo

Iluminação: Caetano Vilela

Assistência e Programação de Luz: Nicolas Caratori

Operação de Luz: Wladimir Alves Fernandes

Operação de Som: Raquel Brandi

Parangolé: Izabel Carvalho

Intérprete de Libras: Diana Dantas e Lorena Sousa

Assessoria Contábil: Confiare

Assessoria de Imprensa: Ney Motta

Fotografia: Matheus José Maria, Ronald Nascimento e Ashlley Melo

Criação de Vinhetas: Daniel Barros

Projeto Gráfico: Humberto Costa

Produção Executiva: Tuca Andrada e Adriana Teles

Realização: Iluminata Produções Artísticas

 

Serviço: 

“Let’s Play That ou Vamos Brincar Daquilo”

Direção: Tuca Andrada e Maria Paula Costa Rêgo

Elenco: Tuca Andrada

Temporada: 15 de agosto a 15 de setembro de 2024

Dias e horários: Quinta à sábado às 19h e domingo às 18h

Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro III

Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro

Informações: 21 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br

Valor do ingresso: R$ 30 (inteira) e R$15 (meia)

Estudantes, maiores de 65 anos e Clientes Ourocard pagam meia entrada.

Ingressos adquiridos na bilheteria do CCBB ou antecipadamente pelo site https://ccbb.com.br/rio-de-janeiro 

Funcionamento do CCBB Rio: de quarta a domingo, das 9h às 20h (fecha às terças).

Duração: 75 minutos

Classificação: 16 anos 

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