O Sesc RJ escreveu nesta sexta-feira (14/4) mais um capítulo na história do Palácio Quitandinha, um dos principais pontos turísticos da cidade de Petrópolis e do estado do Rio de Janeiro inaugurado em 1944 para ser o maior hotel-cassino das Américas. Em cerimônia com autoridades e classe artística, a instituição inaugurou o Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), um espaço com entrada gratuita e dedicado exclusivamente à promoção das artes em suas múltiplas linguagens, gastronomia, preservação da memória e entretenimento.
A mudança é conceitual e prática, com resultado na experiência do público visitante. O espaço ganhará uma programação regular de shows, artes cênicas e atividades literárias e audiovisuais com temática que dialogará sempre com uma grande exposição, que ocupará os diversos salões do palácio. A mostra de abertura, “Um oceano para lavar as mãos” (saiba mais em www.sescrio.org.br), já estará à disposição do público a partir deste fim de semana. A programação de abertura conta também com show da cantora Juçara Marçal, no sábado (15/4) e o espetáculo Lasanha e Ravioli em Cinderela, no domingo.
Em seu discurso, o presidente do Sesc RJ e da Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior, manifestou seu contentamento com a nova fase do espaço e destacou a importância da cultural para a evolução da sociedade:
“O Centro Cultural Sesc Quitandinha é um projeto grandioso, que nos enche de orgulho e reafirma a nossa crença na força da cultura como ferramenta essencial para a transformação da sociedade, moldando os nossos valores, hábitos e costumes, desenvolvendo o pensamento crítico e fortalecendo a nossa identidade e o senso de pertencimento. É a cultura que nos faz entender quem somos e o nosso lugar no mundo. É a cultura que nos faz evoluir”, observou o dirigente.
Exposição e programação cultural
No sábado (15/04), o espaço abre as portas, das 11h às 17h, com a exposição Um Oceano para Lavar as Mãos. Com o título retirado de um verso da música “Meia-noite” (1985), de Chico Buarque e Edu Lobo, para a peça “O Corsário do Rei” (1985), de Augusto Boal, a mostra reúne 40 obras e propõe a uma revisão da história do Brasil, pensada por curadores e artistas negros, e pretende ainda levar o expectador à reflexão sobre a forte memória negra de Petrópolis e sua relação com o passado imperial.
As peças são assinadas pelos artistas Aline Motta, Arjan Martins, Ayrson Heráclito, Azizi Cypriano, Cipriano, Juliana dos Santos, Lidia Lisbôa, Moisés Patrício, Nádia Taquary, Rosana Paulino, Thiago Costa e Tiago Sant’ana, sob a curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano.
Ainda no sábado, às 19h, haverá show de Juçara Marçal. A cantora apresentará um repertório dançante de Delta Estácio Blues, o premiado segundo álbum solo da artista, trazendo música eletrônica fora dos clichês e gêneros já conhecidos, propondo novos cenários, investigações rítmicas e buscando um diálogo com o pop, sem deixar de lado a inquietude e a ligação estreita com a música brasileira.
Para o público infantil, no domingo (16/04), às 16h, tem o espetáculo Lasanha e Ravioli em Cinderela. Na peça, o público vai assistir à história de Cinderela, ao mesmo em que acompanha os bastidores de uma estreia teatral com as palhaças Lasanha e Ravioli, que prometem arrancar boas gargalhadas das crianças. O espetáculo foi selecionado pelo Edital de Cultural Sesc RJ Pulsar.
Também a partir de sábado, o público terá acesso à nova visita audioguiada permanente “Sons da memória: uma caminhada sonora”. Acessível por meio de aplicativo de telefone e tecnologia de geolocalização, a atração é um audiodrama com personagens inspirados em pessoas reais que viveram os dias de glória do Quitandinha e atuam como guias, conduzindo aos diferentes espaços do Centro Cultural (necessário fone de ouvido).
Quem for ao Centro Cultural poderá desfrutar de outra novidade: o Q Bistrô, com cardápio tropical assinado por Andressa Cabral. A chef carioca é formada pela Alain Ducasse Formation, escola internacional de gastronomia e sócia do Meza Bar, badalado gastrobar do Rio de Janeiro.
Projetos futuros
No escopo do projeto há ainda novidades que serão implementadas a partir de 2024 e que estão em fase de conceituação: o Salão Roosevelt ganhará um cinema; o boliche passará por reformas para adequação de conceito; e a Cozinha, localizada nos bastidores do palácio e onde foram preparadas refeições para personalidades como Getúlio Vargas e Orson Welles, abrigará um Mercado Gastronômico. A expectativa é que o projeto impulsione as cadeias produtivas ligadas ao turismo, à cultura e agricultura familiar.
SERVIÇO
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Avenida Joaquim Rolla, nº 2 – Petrópolis/RJ
Terças a domingos e feriados, das 10h às 17h
Visitas guiadas: terças a domingos e feriados, das 10h às 16h30
Visitação ao entorno do Lago Quitandinha: terças a domingos e feriados, das 9h às 17h (em caso de chuva a visitação é suspensa)
Entrada gratuita
Contato: 4020-2101
PROGRAMAÇÃO DE ABERTURA
ARTES VISUAIS
Exposição Um Oceano para Lavar as Mãos
Inauguração: 15/4, das 11h às 17h
A partir de 16/4: terça a domingo e feriados, das 9h30 às 17h
Com o título retirado de um verso da música “Meia-noite” (1985), de Chico Buarque e Edu Lobo, para a peça “O Corsário do Rei” (1985), de Augusto Boal, a mostra reúne 40 obras e se propõe a uma revisão da história do Brasil, pensada por curadores e artistas negros, e ainda a refletir sobre a forte memória negra de Petrópolis e sua relação com o passado imperial.
Grátis
MÚSICA
Show com Juçara Marçal
15/4 (sábado), 19h
O show dançante apresenta o repertório de Delta Estácio Blues, o premiado segundo álbum solo da artista, trazendo música eletrônica fora dos clichês e gêneros já conhecidos, propondo novos cenários, investigações rítmicas e buscando um diálogo com o pop, sem deixar de lado a inquietude e a ligação estreita com a música brasileira.
Grátis (retirada de ingressos antecipada na bilheteria)
TEATRO INFANTIL
Lasanha e Ravioli em Cinderela (Sesc RJ Pulsar)
16/4 (domingo), 16h
Neste espetáculo o público assiste à história de Cinderela, ao mesmo em que acompanha os bastidores de uma estreia teatral com os clowns Lasanha e Ravioli.
Classificação: Livre
Ingressos:
Inteira: R$10,00 | Meia-entrada: R$5,00 (casos previstos em lei, e estendida para professores independentes da região ou segmento de trabalho, projeto Mesa Brasil e classe artística, mediante apresentação de registro profissional e lista amiga) | Gratuidade: Associado Sesc, crianças e adolescentes até 16 anos e Público PCG
MEMÓRIA
VISITA GUIADA
Terça a domingo e feriados, das 10h às 17h
VISITA AUDIOGUIADA
Sons da memória: uma caminhada sonora”
Terça a domingo e feriados, das 10h às 17h.
VISITAÇÃO AO ENTORNO DO LAGO QUITANDINHA
Terça a domingo e feriados, das 9h às 17h (em caso de chuva, a visitação é suspensa).
GASTRONOMIA
Q Bistrô
Terça a domingo e feriados, das 10h às 17h.
O melhor da culinária contemporânea em cardápio tropical assinado por Andressa Cabral, badalada chef carioca formada pela Alain Ducasse Formation, escola internacional de gastronomia.
CONFIRA MAIS DETALHES SOBRE AS OBRAS DA EXPOSIÇÃO
ARTISTAS – OBRAS
· Nádia Taquary (1967, Salvador) vai ocupar 133 metros quadrados da Sala Exposição 1 com a instalação “Puxada de rede” (2013), que tem 25 metros quadrados e 4 metros de altura, composta por um barco com mastro, rede e 60 peixes de metal com banho de prata.
· Rosana Paulino (1967, São Paulo) mostrará um conjunto de sete monotipias sobre papel,dispostos em 83 metros quadrados na Sala de Exposição 2: “A deusa da fortuna” (2010), 53,5 x 39,5 cm; “Das sombras n.2” (2008), 54 x 39,5 cm; “Das sombras n.3” (2008), 54 x 39,5 cm; “Fábrica de sonhos” (2010), 54 x 39,5 cm; “Mudança de cena” (2010), 54 x 39,5 cm; “Mais domesmo” (2008), 54,5 x 39,5 cm; e “No país das maravilhas” (2010), 54 x 39,5 cm. No mesmo espaço, será exibido o vídeo “Das avós” (2019).
· Tiago Sant’ana (1990, Santo Antônio de Jesus, Bahia; vive e trabalha em Salvador) vai ocupar 172 metros quadrados da Sala de Exposição 2 com a videoinstalação “Chão de estrelas” (2022), composta por um vídeo de 8’50 de duração, e trabalhos derivados dela: a fotografia“Artefato 01 – Chão de estrelas” e as esculturas “Artefato 02 – Chão de estrelas” e “Artefato 01 – Chão de estrelas” (espelho). O vídeo foi gravado na Chapada Diamantina, região que no século 18 sofreu intensa mineração com mão de obra escravista. O trabalho investiga situações imaginárias que traçam um paralelo entre a atividade da mineração no Brasil colonial e os processos de subjetivação da população negra.
· Ayrson Heráclito (1968, Macaúbas, Bahia, e vive em Salvador) vai mostrar na Sala D. Pedro uma videoinstalação formada pelos vídeos “O Sacudimento da Casa da Torre” (2015), com 8’38” de duração, e “O Sacudimento da Maison des Esclaves em Gorée” (2015), 8’44”, e as fotografias “O Sacudimento da Casa da Torre – Díptico I” (2015), com 460 x 130 cm; “O Sacudimento da Casa da Torre – Díptico II – Sacerdotes”, 190 x 220 cm; “O Sacudimento da Maison des Esclaves em Gorée: Díptico I” (2015), 460 x 130 cm; e “O Sacudimento da Maison des Esclaves em Gorée: Díptico I – Sacerdotes”(2015), com 190 x 220 cm. As obras estarão em uma área de 267 metros quadrados.
· Cipriano (1981, Petrópolis) ocupará 273 metros quadrados do Salão de Convenções com um conjunto de 16 trabalhos em técnica mista sobre tecido de algodão ou lençol: “Oração subordinada” (2012), 150 x 84 cm; “Pronome reto” (2019), 140 x 120 cm; “Ao sabor das correntes” (2020), 216 x 114 cm; “Interjeição” (2020); 216 x 114 cm; “Gênero neutro” (2023), 241 x 193 cm; “Não me deixa à toa” (2020), 216 x 114 cm; “Nhá, que da lama veio que da lama fica” (2020), 212 x 200 cm; “Carta para Xangô” (2020), 220 x 197 cm; “Saravá Yofá” (2021), 194 x 190 cm; “É pras almas!” (2020), 220 x 197 cm; “Com licença Pai Antônio eu não vim lhe visitá!” (2021), 197 x 189 cm; “A fumaça vai, a fumaça vem Pai Joaquim de Angola tem mironga, tem!” (2022), 210 x 138 cm; “A fumaça vai, a fumaça vem Pai Joaquim de Angola tem mironga, tem! II” (2022), 210 x 138 cm; “Cambinda mostra quem é” (2021), 209 x 195 cm; e “Corre gira” (2023), com 250 x 200 cm.
· Aline Motta(1974, Niterói; mora em São Paulo) terá obras no Salão Azul, uma rotunda com pé direito de 18 metros, que será preparada para ser um espaço de exibição de duas videoinstalações: “Pontes sobre abismos” (2017), 8’28; “Se o mar tivesse varandas” (2017), 9’11; e o vídeo “(Outros) fundamentos” (2017-2019), 15’48, em um espaço de 1.670 metros quadrados.
· Thiago Costa(1992, Bananeiras, Paraíba; vive e trabalha em João Pessoa e Recife) vai mostrar, em uma área de 194 metros quadrados, um conjunto de 27 esculturas inéditas, da série “Igbakis”, das quais 24 em ferro: “Aterro #1” (2023), 2m x 1m; “Estudos para Obés” (2023), sete peças com 40cm x 20cm cada; “Flechas para dentro” (2023), cinco peças, com 1 x 50cm cada; “Cobra de duas Cabeças” (2023), 60cm x 2m; “Exercícios para suspensão #1” (2023), cinco peças com dimensões variáveis; “Exercícios para suspensão #2” (2023), cinco peças, em dimensões variáveis; e três esculturas têxteis, também inéditas: “Sem título I” (2023), dimensões variáveis; “Sem título II” (2023), dimensões variáveis; e “Sem título III” (2023), dimensões variáveis.
· Moisés Patrício (1984, São Paulo) produziu especialmente para a exposiçãoseis esculturas, em cimento e vaso de barro com 50 x 50 cm cada, da série “Nova Brasilidade” (2021/2023), e terá ainda duas pinturas: “Amarração” (2022), com 200x200cm; e “O renascimento Iawo de Ogum” (2022), com 200x200cm, ocupando um espaço total de 133 metros quadrados.
· Juliana dos Santos (1987, São Paulo) vai ocupar 97 metros quadrados com a instalação inédita “Seixos” (2023), feita especialmente para a exposição, com aquarelas e pétalas de flor de Clitória.
· Azizi Cypriano (1998, Rio de Janeiro) fará a performance inédita “Assentamentos” (2023), derivada de seu trabalho “Movimento-grafia”, que será registrada em vídeo, exibido na exposição. Estarão também da artista duas fotografias da série “Movimento-grafia”.
· Lídia Lisbôa (1970, em Guaíra, Paraná, vive e trabalha em São Paulo) vai exibir cinco esculturas em cerâmica e porcelana da série “Cupinzeiro” (2022), com medidas que variam entre 40x35x22 cme58x40x28 cm. Ocupando uma área de 97 m2 a artista mostrará ainda duas grandes instalações em crochê de tecido: “Tetas que deram de mamar ao Mundo” (2021), 6,57 x 1,10 x 1,10 m, e cordões laterais de 7,02 m; e “Tetas que deram de mamar ao mundo” (2021), 6,57 x 150 x 150 cm, e cordões laterais de 7,02 m.
HISTÓRIA DO PALÁCIO QUITANDINHA
A pedra fundamental foi lançada em 1941 e o Palácio Quitandinha foi inaugurado em 1944. O prédio faz referência ao estilo normando, tendência dos grandes cassinos europeus. Decorado com inspiração nos cenários hollywoodianos, pela cenógrafa e decoradora Dorothy Draper. Para participar da preservação, desenvolvimento e valorização de um dos mais importantes destinos turísticos do estado do Rio de Janeiro, o Sesc RJ assumiu a administração dos espaços de lazer em 24/10/2007, passando a chama-lo de Sesc Quitandinha. A primeira apresentação, já como Sesc Quitandinha, realizou-se em 14/7/2008, com a Orquestra Petrobras Sinfônica. O prédio é tombado pelo INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural. A partir daí vários eventos passaram a ser realizados no local, com destaque para o Festival Sesc Rio de Inverno.
Tudo começou no século XVIII, época do “Ciclo do Ouro”, quando a região era dividida em quatro fazendas: Fazenda do Córrego Seco, Fazenda Itamarati, Fazenda do Padre Correia e a Fazenda Quitandinha. Quitandinha era um local de terreno fértil e alagado propício ao cultivo de frutas, tubérculos e legumes, vendidos na própria fazenda, daí se originando o nome Quitandinha, de quitanda como estabelecimento de vendas de varejo de hortaliças. Em meados da década de 30, com a Estrada Rio-Petrópolis, o mineiro Joaquim Rolla empresário e proprietário de vários cassinos adquire o terreno – em 1939 – que pertenceu à família Azevedo Sodré. Luis Fossati e Alfredo Baeta Neves foram os arquitetos responsáveis pela realização do projeto.
O Palácio Quitandinha é um dos pontos turísticos mais admirados de Petrópolis e do estado do Rio de Janeiro. Mais conhecido por ter sido um tradicional hotel-cassino e por seus grandes salões, onde na década de 40 fervilhavam as mais concorridas festas, conferências e eventos do Brasil. A inauguração do Palácio Quitandinha foi algo enorme para os padrões da pequena cidade de Petrópolis. Do lado de dentro um banquete para duas mil pessoas no salão (Marconi) e nas ruas de acesso, filas enormes de conversíveis, carros “rabos de peixe” e limusines que chegavam. Além do banquete, havia o show com Grande Otelo. Duas orquestras, de Carlos Machado e do maestro Gaó tocaram durante o jantar e o baile. Rapidamente a cidade de Petrópolis virou o centro das atenções do mundo. Durante praticamente dois anos, enquanto perdurou o jogo no país, o Palácio Quitandinha reinou absoluto dentro dos muitos empreendimentos do gênero. Ali se concentrou a atenção de reis, príncipes, governadores, estadistas, artistas e foram assinados tratados internacionais e conferências entre países do Hemisfério Sul.
Muitas personalidades nacionais e internacionais passaram pelos corredores e dançaram nos salões do fabuloso palácio. Do show business norte-americano há registros de Errol Flynn, Marlene Dietrich, Orson Wells, Josephine Backer, Lana Turner, Bing Crosby e Henry Fonda. Políticos como Juan Domingos Perón, e sua esposa, Evita, o rei Fassau e também Getúlio Vargas e seus sucessores até Emílio Garrastazu Médici. Astros brasileiros não poderiam faltar, como Virginia Lane, Emilinha Borba, Carmem e Aurora Miranda, Jardel Filho, Grande Otelo, entre outros.
Quem entra pela primeira vez no Palácio Quitandinha percebe rapidamente como o local esbanja detalhes em branco nos tetos, pingentes de cristais em lustres e estofados em rosa champagne. Espelhos, repuxos d´água, viveiros, lustres de cristal e bronze, piscina térmica e piso em mármore de Carrara dão uma atmosfera suntuosa ao local. O salão Mauá, reservado ao cassino, impressiona como obra de engenharia por possuir uma cúpula com cerca de 30 metros de altura e 50 de diâmetro, sendo a segunda maior do mundo, comparada à redoma da Basílica de São Pedro, no Vaticano. O eco gerado por esta cúpula em seu ponto principal pode fazer com que a voz de uma pessoa seja repetida várias vezes.
Na época dourada, o Palácio Quitandinha oferecia aos hóspedes e visitantes espaços como boates, cinemas, quadras de esportes, pista de patinação no gelo e três piscinas. Além, é claro, das inovadoras piscinas térmicas construídas para competições de saltos ornamentais e que foram inauguradas pela estrela do cinema Esther Williams. Havia ainda saunas e pista de hipismo, além de um grandioso salão de jogo. Além do desenho arquitetônico arrojado, o Palácio Quitandinha tem um belo lago na entrada com espelho d´água em formato do mapa do Brasil.
De todas as celebridades que frequentaram o hotel-cassino, a que causou maior impacto pela beleza e fama e temperamento controvertido foi Lana Turner. Em 1945, no auge da carreira de atriz da Metro-Goldwin-Mayer, Lana Turner veio ao país para a estreia de um de seus filmes. Hospedada na suíte presidencial de número 200 do Palácio Quitandinha, Lana Turner permaneceu por mais de um mês.
Os dois primeiros anos de funcionamento do Palácio Quitandinha foram de grandes acontecimentos, cercados por toda a pompa que as suntuosas instalações exigiam. O músico Carlos Machado promoveu alguns musicais no Teatro Mecanizado – o primeiro da América Latina a ter palcos giratórios -, ao lado do salão dos Jogos, que serviu também de cenário para as chanchadas da extinta Atlântida. Mas o sonho de Joaquim Rolla, mineiro de São João Domingos do Prata, durou pouco. A época áurea durou até 1946, quando o presidente Eurico Gaspar Dutra baixou um decreto proibindo o funcionamento de cassinos no Brasil.
Em 1947, o hotel-cassino foi palco da Conferência Interamericana de Assistência Recíproca, presidida por Oswaldo Aranha, que resultou na assinatura do Tratado do Rio de Janeiro, que viria a se tornar mais tarde a Organização dos Estados Americanos (OEA). Também foi palco, nos anos de 1954 a 1957, de vários concursos de Miss Brasil, onde se destacaram Marta Rocha e Terezinha Morango, além de espaço para bailes de formatura, bailes de carnaval, entre outros.
Joaquim Rolla ainda tentou várias estratégias de arrendamento ao Estado e a uma companhia americana, mas vendeu o Palácio Quitandinha, em 1963, ao paulista Adelino Boralli, dono de um grupo empresarial da área de construção. Antes, em 1954, os apartamentos que eram administrados pelo hotel foram vendidos a particulares e cinco andares do palácio se transformaram em condomínio residencial. Joaquim Rolla faleceu em 1972.
SERVIÇO
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Avenida Joaquim Rolla, nº 2 – Petrópolis/RJ
Inauguração para a imprensa: 14 de abril de 2023 – 10h30
Inauguração para o público: 15 de abril de 2023, a partir das 11h
Terças a domingos e feriados, das 10h às 17h
Visitas guiadas: terças a domingos e feriados, das 10h às 16h30
Visitação ao entorno do Lago Quitandinha: terças a domingos e feriados, das 9h às 17h (em caso de chuva a visitação é suspensa)
Entrada gratuita
Contato: 4020-2101
PROGRAMAÇÃO
ARTES VISUAIS
Exposição Um Oceano para Lavar as Mãos
Inauguração: 15/4, das 11h às 17h
A partir de 16/4: terça a domingo e feriados, das 9h30 às 17h
Com o título retirado de um verso da música “Meia-noite” (1985), de Chico Buarque e Edu Lobo, para a peça “O Corsário do Rei” (1985), de Augusto Boal, a mostra reúne 40 obras e se propõe a uma revisão da história do Brasil, pensada por curadores e artistas negros, e ainda a refletir sobre a forte memória negra de Petrópolis e sua relação com o passado imperial.
Grátis
MÚSICA
Show com Jussara Marçal
15/4 (sábado), 19h
O show dançante apresenta o repertório de Delta Estácio Blues, o premiado segundo álbum solo da artista, trazendo música eletrônica fora dos clichês e gêneros já conhecidos, propondo novos cenários, investigações rítmicas e buscando um diálogo com o pop, sem deixar de lado a inquietude e a ligação estreita com a música brasileira.
Grátis (retirada de ingressos antecipada na bilheteria)
TEATRO INFANTIL
Lasanha e Ravioli em Cinderela (Sesc RJ Pulsar)
16/4 (domingo), 16h
Neste espetáculo o público assiste à história de Cinderela, ao mesmo em que acompanha os bastidores de uma estreia teatral com os clowns Lasanha e Ravioli.
Classificação: Livre
Ingressos:
Inteira: R$10,00 | Meia-entrada: R$5,00 (casos previstos em lei, e estendida para professores independentes da região ou segmento de trabalho, projeto Mesa Brasil e classe artística, mediante apresentação de registro profissional e lista amiga) | Gratuidade: Associado Sesc, crianças e adolescentes até 16 anos e Público PCG
MEMÓRIA
VISITA GUIADA
Terça a domingo e feriados, das 10h às 17h
VISITA AUDIOGUIADA
Sons da memória: uma caminhada sonora”
Terça a domingo e feriados, das 10h às 17h.
VISITAÇÃO AO ENTORNO DO LAGO QUITANDINHA
Terça a domingo e feriados, das 9h às 17h (em caso de chuva, a visitação é suspensa).
GASTRONOMIA
Q Bistrô
Terça a domingo e feriados, das 10h às 17h.
O melhor da culinária contemporânea em cardápio tropical assinado por Andressa Cabral, badalada chef carioca formada pela Alain