Projeto de musicoterapia do Degase é destaque em publicação da Organização das Nações Unidas

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Música como instrumento de transformação social. Partindo dessa ideia, cinco musicoterapeutas trabalham com jovens que cumprem medidas em quatro unidades do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase). O trabalho de musicoterapia conquistou os internos e também o reconhecimento internacional. O projeto \\\\\\\\\\\\\\\”Degase: musicoterapia para adolescentes em conflito com a lei\\\\\\\\\\\\\\\” ganhou destaque em uma publicação da Organização das Nações Unidas (ONU) ao concorrer com outros 150 trabalhos em todo o mundo.

O compêndio, em comemoração aos 75 anos da ONU, mostra projetos que utilizam a música como meio de desenvolvimento sustentável em todo o mundo. O programa foi inscrito no concurso pela musicoterapeuta do Degase Mariane Oselame e selecionado para integrar o documento ao lado de iniciativas de outros 38 países. O lançamento da publicação aconteceu em dezembro de 2020 e está sendo divulgado por todo o mundo. A ideia é dar visibilidade às ações que utilizam a música como agente de transformação social.

No Degase, a musicoterapia faz parte do atendimento do Núcleo de Saúde Mental, vinculado à Coordenação de Saúde e Reinserção Social (CSIRS) do Departamento. Os profissionais desta área realizam atendimentos individuais ou em grupos, trabalhando com técnicas de musicoterapia, instrumentos musicais, escuta terapêutica e qualificada, assim como composição, improvisação e audição de canções dos mais diversos gêneros e ritmos.

Além disso, os profissionais também fazem a articulação com familiares dos socioeducandos e com outros servidores do Departamento, como psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, agentes de segurança socioeducativos e até mesmo com a rede pública de saúde, quando necessário. Conforme a própria descrição do projeto no compêndio, a música permite novas elaborações e narrativas (verbais ou não verbais) e oferece aos adolescentes novos caminhos para expressão.

Mariane Oselame, que é lotada na unidade feminina de internação do Degase e é presidente do Comitê Latino-Americano de Musicoterapia, explica a importância desse projeto ser reconhecido internacionalmente.

– O Degase é uma instituição de referência não só para o Brasil, mas para outros países também. Acredito muito nesse trabalho que vai reverberando e sendo agente de mudanças, por isso precisamos cada vez mais permitir que o mundo saiba o que é feito aqui dentro. Com o respaldo e união da pesquisa acadêmica e a prática das experiências cotidianas, podemos exportar nosso conhecimento e nossas tecnologias, que são pioneiras na área da socioeducação, e no atendimento de populações expostas às diversas vulnerabilidades – ressalta.

A musicoterapeuta destaca que um dos grandes potenciais da iniciativa é o alto índice de aceitação pelos internos. Ela acredita que trabalho terapêutico com o protagonismo da música pode ser um aliado para iniciativas integradas com outras áreas como a educação, segurança e a saúde.

– O trabalho do Departamento contribui ativamente para a criação e promoção de políticas públicas essenciais. A prática musical possibilita um acesso mais rápido aos sentimentos humanos, fazendo com que as pessoas tenham mais capacidade para se conectar e se expressar. Fazer parte deste compêndio nos estimula ainda mais a ampliar nossas ações e nosso alcance – enfatiza Mariane.

Para o diretor-geral do Degase, Márcio Rocha, esta é uma ação efetiva na transformação dos jovens e uma importante ferramenta de reinserção social.

– Em nome de todo o Departamento, gostaria de parabenizar a servidora pela grande iniciativa, que destaca para o mundo um dos grandes projetos desenvolvidos no Degase. Ficamos muito felizes com a oportunidade de dar visibilidade à utilização da música como agente de transformação social – conclui Márcio.