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Programa Imagens em Movimento abre curso e oficinas para estudantes e professores de todo o país

Completando 10 anos esse ano, o Programa Imagens em Movimento, que integra linguagens artísticas ao currículo de escolas públicas do Rio em parceria com rede de organizações internacionais, expande sua atuação com oficinas online. Até o 4 de março, está com inscrições abertas para três oficinas para estudantes – Cinema e Audiovisual, Sensibilização Musical e Consciência Corporal – e um curso de formação em Pedagogia do Audiovisual e Artes Integradas para professores. As vagas são destinadas a alunos com idades entre 9 e 16 anos e educadores de qualquer área, desde que sejam de escolas públicas de todo o país. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.img-mov.com.br.

Segundo Ana Dillon, coordenadora do programa, as oficinas instigarão os estudantes a vivenciar de forma criativa a experiência do recolhimento imposta pela pandemia. \”Na falta dos encontros presenciais na escola e das brincadeiras na rua, é fundamental que as crianças e adolescentes possam compreender que os mecanismos de produção e reprodução de imagens podem também ser utilizados por eles como ferramenta de criação e de reflexão sobre o mundo. Uma linguagem que está ao seu alcance – não só enquanto consumidores, mas também como criadores\”.

A oficina de cinema online resultará na produção de documentários experimentais de curta-metragem realizados pelos alunos de suas casas, com aparelhos celulares, partindo de uma abordagem autobiográfica. Estes vídeos serão exibidos posteriormente no site do Programa Imagens em Movimento.

Na oficina de sensibilização musical, o objetivo é ampliar os horizontes relativos à música. Entre conceitos e práticas, há uma busca por aprimorar a escuta, criatividade e conhecimento. Segundo a coordenadora, haverá troca de experiências a partir da vivência prévia de cada participante e abordará o máximo de temas essenciais desse universo como características e qualidades do som, elementos fundamentais da música e da canção, composição em parceria, o que é arranjo, identificação de instrumentos musicais, como fazer música com o próprio corpo ou com objetos que podemos utilizar ou construir, a interseção da música com outras práticas artísticas, trilha sonora, as possibilidades de atuação profissional dentro da área da música, a relação histórica do ser humano com a música na sociedade, entre outros temas. Ao final, a ideia é produzir um fonograma ou uma trilha sonora com a participação de todos os alunos.

Já na oficina de consciência corporal e dança, haverá a busca por novos movimentos, ritmos da cultura brasileira como o jongo e ijexá. \”Através de um passeio por memórias de família, brincadeiras de criança, cheiros, texturas e tessituras convidamos o nosso corpo a coreografar uma nova história. Vamos realizar atividades que requerem atenção, concentração e imaginação para que ao fim do processo possamos criar uma composição coreográfica coletiva\”, diz Ana.

O novo formato online das oficinas permite ampliar o número de beneficiados. \”A presença de jovens de diversos contextos culturais e geográficos será muito bem-vinda e apropriada ao nosso trabalho, já que nossas ações sempre foram pautadas por uma estrutura em rede\”, afirma Ana. Isto porque, além de beneficiar diversas escolas brasileiras simultaneamente, o projeto é responsável por uma parceria pioneira na América Latina com a rede internacional \”Cinema, cem anos de juventude\”, coordenada pela Cinemateca Francesa, que reúne organizações de 15 países. Todas compartilham uma mesma metodologia pedagógica a cada ano, assim como os filmes, produzidos pelos jovens de todos estes territórios, produzidos a partir de desafios comuns.

HISTÓRIA DO PROGRAMA

Nestes 10 anos, 1.230 estudantes de escolas públicas brasileiras com idade entre 9 e 18 anos participaram de 75 oficinas de Cinema e 85 professores de 4 cursos de formação em Pedagogia do Cinema, totalizando mais de 2.000 beneficiários diretos, além de membros do corpo docente das escolas e pais e familiares dos alunos, beneficiados indiretamente. Mais de 100 curtas-metragens foram produzidos nas oficinas e integraram diversos festivais de filmes estudantis, nacionais e internacionais, e entre estes, 10 foram exibidos na Cinemateca Francesa, em Paris, com a presença de alguns alunos realizadores.

\”Acreditamos muito na importância do encontro físico, que a meu ver, tem um potencial de mobilização de afetos e relações que nunca poderá ser substituído pela dinâmica virtual. Nosso foco está nos encontros que provocam trocas sensíveis. Por outro lado, considerando que o ponto de partida do nosso trabalho é o Cinema, e a virtualidade sempre esteve presente como um objeto de nossas experiências e reflexões. Agora, ela se tornou também uma forma de nos encontrarmos com as crianças, com o objetivo paradoxal de buscar acessar aquilo que elas guardam de mais humano – seus afetos, sensações e emoções. Enquanto precisarmos nos isolar para preservar vidas, seguiremos inventando formas de utilizar as ferramentas virtuais para promover a expressão da energia e da criatividade acumuladas em tantos corpos confinados dentro de casa\”, conclui Ana.

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