De origem humilde, filha de um vendedor de rua e de uma costureira, Márcia Jaqueline, Primeira Bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, passou muito perrengue até alcançar este cargo. Ainda estudante da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, a bailarina de Inhoaíba, bairro em Campo Grande, Rio de Janeiro, contava as moedas para pagar as passagens de ônibus, junto com sua mãe. Sempre driblando as dificuldades financeiras, as duas enfrentavam grandes caminhadas, debaixo de chuva ou de muito calor, no trajeto da Central até a Escola. Mas todo este esforço valeu a pena. Marcinha como é conhecida pelos amigos e colegas, ama o que faz e revela o seu verdadeiro amor:
“Dançar é libertador… é ser o que eu quiser, sentir tudo sem medo de nada” – afirma a Primeira Bailarina do
Em julho do ano passado, a artista teve o rompimento de ligamentos durante um ensaio e precisou parar tudo. Após uma cirurgia bem-sucedida, passou a fazer intensa fisioterapia e somente agora está apta para subir ao palco novamente.
Sobre Márcia Jaqueline
Márcia Jaqueline ingressou no corpo de baile do Theatro Municipal aos 14 anos. Em 2007, foi promovida a Primeira Bailarina, passando a dançar os papéis principais em todos os espetáculos apresentados pela Companhia, com destaque para Odette e Odile (O Lago dos Cisnes, de Yelena Pankova), Fada Açucarada, e A Rainha das Neves, (O Quebra-Nozes, de Dalal Achcar), Ninfa (Floresta Amazônica, de Dalal Achcar), Kitri (Don Quixote, de Dalal Aschcar), Tatiana e Olga (Onegin, de John Cranko), Julieta (Romeo e Julieta, de John Cranko), Swanilda (Coppélia, de Enrique Martinez), Aurora (A Bela Adormecida, de Jaroslav Slavick), Giselle (Giselle, de Peter Wright), Lise (La Fille Mal Gardée, de Frederick Ashton). Em seu repertório, também incluem obras de George Balanchine (Serenade e Divertiment nº 15), Roland Petit (Carmen e L’Arlesienne), Michael Fokine (Les Sylphides e El Espectro de la Rose), Uwe Scholz (A Criação e Sétima Sinfonia), Glen Tetley (Voluntaries).
Em La Bayadere (2014), de Luiz Ortigosa interpretou as personagens Nikyia e Gamzatti, fato que rendeu aplausos e elogios do público e da crítica especializada destacando a sua versatilidade e capacidade artística.
Márcia dançou em importantes teatros como Teatro Colón (Argentina), Santiago do Chile, Sodre (Uruguay) e Paraguay. Dançou como convidada também em importantes Galas como Festival de Miami, Gala das Estrelas, em Creta e Luxembourg.
Em 2017, Marcia se tornou membro do Ballet Landestheater, de Salzburg, a convite do atual diretor Reginaldo Oliveira. Incluindo em seu repertório os papéis principais dos Ballets Medea, Othello e Romeu e Julieta (Reginaldo Oliveira), além de Cinderela (Peter Breuer).
Em 2019, convidada para o evento Live Magazine, dançou em importantes cidades da Europa, como Paris, Amsterdã e Arles.
Desde janeiro de 2019, Marcia faz parte do seleto grupo de Embaixadores da famosa marca russa de sapatilhas Grishko.
Em 2020 tornou-se Embaixadora do programa Progressing Ballet Technique. Márcia voltou ao Brasil em 2021, retomando seu posto junto ao Theatro Municipal. Ainda em 2021, a convite da coreógrafa e diretora Dalal Achcar, atuou como bailarina e professora convidada junto a Cia de Ballet Dalal Achcar, onde criou seu primeiro ballet “Macabea”, com Pré-estreia em agosto, no Teatro Santa Cecília, em Petrópolis e estreia no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro, em junho de 2023.