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Pianista Fabio Martino se apresenta com a Orquestra Sinfônica Brasileira na Sala Cecília Meireles

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Nesta terça-feira, 29 de março, a Orquestra Sinfônica Brasileira leva ao palco da Sala Cecília Meireles mais um espetáculo da Série Pianistas Guiomar Novaes. Quem assume o comando do instrumento de teclas dessa vez é Fabio Martino, artista imaginativo e versátil que já conquistou as principais plateias do Brasil e do exterior. O programa é dividido em duas partes: na primeira, Martino apresenta um recital solo, com obras de Schumann, Ravel, Villa-Lobos e Ginastera. Na segunda, sob a regência de Wagner Polistchuk, a OSB interpreta uma seção orquestral da ópera Lo Schiavo, de Carlos Gomes, além do titânico Concerto para Piano e Orquestra nº 5, de Beethoven, com Martino atuando como solista.

O pianista abre o programa com as veementes Fantasiestücke, Op. 111, de Robert Schumann. Escritas em um momento de declínio mental e de desilusões profissionais, essas três peças curtas são, nas palavras de Clara Schumann, esposa do compositor, “sérias e de caráter apaixonado”. Em seguida, Martino executa “Alborada del Gracioso”, 4º movimento da suíte Miroirs, de Maurice Ravel. Brilhante, de ritmos acentuados e harmonias com sabor espanhol, a composição é uma das mais desafiadoras do conjunto. Do Ciclo Brasileiro, de Heitor Villa-Lobos, o pianista interpreta o 2º movimento, “Impressões Seresteiras”, peça que evoca uma seresta ao luar e explora as mais diversas possibilidades pianísticas com virtuosismo e paixão. Três Danças Argentinas, de Alberto Ginastera, fecham o recital: a bitonal e empolgante “Danza del viejo boyero”, a expansiva e melancólica “Danza de la moza donosa” e, por fim, a selvagem e explosiva “Danza del gaucho matrero”.

Na segunda parte do programa, a Orquestra Sinfônica Brasileira entra em cena com “Alvorada”, prelúdio extraído da ópera Lo Schiavo, de Carlos Gomes. Embora tenha tido menos sucesso do que aquele conquistado por Il Guarany, a ópera é um dos trabalhos mais coesos e equilibrados do compositor. No iluminado “Alvorada”, o refinamento musical é de magnitude tão ampla que é quase possível ouvir o farfalhar de pássaros à luz das primeiras horas do dia.

Quando Beethoven escreveu o Concerto para Piano e Orquestra nº 5 – peça que encerra o espetáculo – suas capacidades auditivas já estavam bastante prejudicadas. Impressiona, por isso, que o compositor tenha conseguido compor uma música tão afirmativa e entusiasmada como esta, que costuma levar o epíteto “Imperador”.

A ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA:

Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 81 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de cinco mil concertos e é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.

Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura.

Para viabilizar suas atividades, a Fundação conta com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o Instituto Cultural Vale como mantenedor e a NTS – Nova Transportadora do Sudeste, como patrocinadora master e a Brookfield como patrocinadora, além de um conjunto de copatrocinadores e apoiadores culturais e institucionais.

SOBRE O MAESTRO WAGNER POLISTCHUK:

Regente Principal da Orquestra Sinfônica da USP em 2012-14, o maestro brasileiro Wagner Polistchuk foi Diretor Artístico da Camerata Antiqua de Curitiba de 2009 a 2011, Regente Adjunto da Orquestra Sinfônica de Santo André e, também, Diretor Artístico e Regente Titular da Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina.

Tem se apresentado à frente de importantes orquestras brasileiras como a OSESP, a OSB, as Sinfônicas do Theatro Municipal de São Paulo, da Bahia, de Porto Alegre, Filarmônica de Minas Gerais, a Amazonas Filarmônica, do Teatro Nacional de Brasília, do Mato Grosso e de São Bernardo do Campo, e também no exterior, como a Sinfônica de Mendoza na Argentina, a Sinfônica Nacional e de ‘La Ciudad de Los Reyes’ em Lima no Peru, a Hermitage Orchester, na Suíça, a Orquesta Sinfónica de la Universidad Autónoma de Nueva León em Monterey, México e Filarmônica de Kielce na Polônia.

Atuou como Regente ‘Stand-by’ durante a turnê Brasil 2011 da OSESP, orquestra em que ocupa, desde 1983, a posição de trombone solo. Em 1990, especializou-se como solista na Alemanha com Branimir Slokar, um dos mais conceituados professores de trombone da atualidade. No Brasil, paralelamente às atividades como trombonista, iniciou estudos de regência, tendo como primeiro professor o Maestro Eleazar de Carvalho. Outros maestros contribuíram para a sua formação, como Dante Anzolini, Ronald Zollmann, Andreas Spörri, Roberto Tibiriçá, Kurt Masur e Marin Alsop.

Destacou-se em diversos concursos e, como regente, tem dado especial atenção ao repertório contemporâneo. Em 2013 a OSUSP lançou uma série de cinco CDs sendo três sob sua regência incluindo um com obras exclusivamente de compositores brasileiros com o pianista Marcelo Bratke. No ano de 2020 foi o regente convidado a realizar a turnê pela cidade de São Paulo e interior no projeto ‘Beethoven 250’ da OSESP.

SOBRE FABIO MARTINO:

Comparado internacionalmente com os pianistas Nelson Freire, Martha Argerich, Claudio Arrau, Sviatoslav Richter e Vladimir Horowitz, o pianista brasileiro Fabio Martino chamou a atenção internacional ao ser o único brasileiro a conquistar o primeiro prêmio do mais importante concurso da América Latina, o Concurso Internacional de Piano do BNDES com quantia de US$ 48.000.

Seus três CDs solos e o CD com a Filarmônica de Stuttgart colecionam reconhecimento e pontuações máximas de diversos críticos e revistas especializadas pelo mundo. Seu último CD “Latin Soul” alcançou a segunda posição nos charts do iTunes como “Top Album Classics”. A sua maestria e o seu carisma especial já o levaram a diversas produções de filme e TV, além de gravações ao vivo entre outras para as rádios brasileiras, alemãs e a BBC.

Saiba mais em www.osb.com.br

PROGRAMA:

PARTE I | Recital piano solo:

ROBERT SCHUMANN – Drei Fantasiestücke, op. 111

I. Sehr rasch, mit leidenschaftlichem Vortrag

II. Ziemlich Langsam

III. Kräftig und sehr markiert

MAURICE RAVEL – Alborada del gracioso

HEITOR VILLA-LOBOS – Impressões Seresteiras

ALBERTO GINASTERA – Tres Danzas Argentinas

I. Danza del viejo boyero

II. Danza de la moza donosa