A Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro (OSJRJ), orquestra residente da PUC-Rio, fará seu concerto de abertura da temporada 2024 no próximo dia 6 de março, quarta-feira, às 19h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Sob a regência de Tobias Volkmann, a Orquestra vai apresentar obras de Edvard Grieg e Tchaikovsky, e contará com o pianista Leonardo Hilsdorf como solista. A apresentação dá início também a uma extensa agenda de concertos que acontecerão ao longo do ano celebrando os 10 anos da orquestra. Formada por 55 jovens, em sua maioria moradores de comunidades do Rio de Janeiro, a OSJRJ faz parte do projeto Ação Social pela Música do Brasil (ASMB), que atua com ensino de música clássica a jovens e crianças que vivem em áreas de vulnerabilidade em todo o estado.
“É uma enorme satisfação ver toda uma geração, em uma década, que começaram crianças e pré-adolescentes, tornando-se músicos profissionais adultos, cada vez mais desenvolvidos, com altíssimo nível técnico e artístico…um motivo de orgulho para mim e para todos nós do projeto social”, afirma Fiorella Solares, diretora da Ação Social pela Música do Brasil, que completa: “a orquestra conquistou um espaço importante na vida cultural do Rio de Janeiro e eles fizeram por merecer, com muita dedicação, disciplina, estudo, foco”.
“A Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro é como um rebento que faz 10 anos e enche de orgulho quem o viu surgir e crescer”, comenta Tobias Volkmann. Para o maestro, “é uma filha que vi nascer, que aprendeu a andar com as mãos agarradas às minhas, e que a cada passo mais ousado que dá, deixa meus olhos marejados de tanta emoção”, que pôde acompanhar a orquestra e seus músicos em diversos momentos de seu amadurecimento.
Sobre o programa, Volkmann destaca o grande virtuosismo e a profunda expressividade de ambas as obras: “enquanto o concerto para piano de Grieg exige ao máximo do solista em sua técnica, sofisticação e maturidade musical, a Quarta de Tchaikovsky exige tudo dos músicos da orquestra em termos de técnica, resistência física, disciplina musical, concentração e, acima de tudo, expressividade e profundidade de sentimentos”, pois, o maestro ressalta, “foi uma obra escrita após um período de profundo sofrimento do compositor, que experimentou o desespero e a angústia máxima, mas conseguiu sobreviver e transfigurar este calvário numa obra prima do romantismo russo”.
OSJRJ
A Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro (OSJRJ), fruto do programa Ação Social pela Música do Brasil (ASMB), da qual é indissociável, é composta por 55 jovens de grande talento e dedicação com idades entre 15 e 28 anos e, em sua grande maioria, residentes em comunidades socioeconomicamente desfavorecidas do Rio de Janeiro. A OSJRJ foi criada inicialmente, na década de 80, pelo maestro David Machado, projeto este que foi muito bem-sucedido até o encerramento das suas atividades em 1987.
Em 2014, após assistir a um concerto realizado por vários alunos do Ação Social Pela Música, o presidente do Conselho Consultivo da ONG, o advogado e melómano Ronald Riess, idealizou a retomada do projeto Orquestra Sinfônica Jovem. A OSJRJ, que também possui alguns músicos convidados, tem realizado apresentações no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Cidade das Artes, na Sala Cecília Meireles, no Centro Cultural do Banco do Brasil, em escolas e universidades, executando amplo repertório. Alguns desses jovens talentosos, inclusive, já se apresentaram em concertos na Alemanha, Holanda, Suíça e nos Estados Unidos.
Ação Social pela Música do Brasil (ASMB)
Fundada há 25 anos, a Ação Social pela Música do Brasil (ASMB) é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, cuja missão é a educação social e cultural por meio do ensino da música clássica, a fim de promover a inclusão social de crianças, adolescentes e jovens de comunidades em situação de vulnerabilidade social. Em seu histórico, mais de 14 mil alunos já passaram pela instituição, colhendo resultados positivos, principalmente no que se refere à prevenção e ao combate às drogas e à violência intrafamiliar. Atualmente, o projeto atende no total 4.406 alunos em 13 núcleos de aprendizado musical e em 18 polos de musicalização. Dos 13 núcleos, sete encontram-se na cidade do Rio de Janeiro: Rio das Pedras, Complexo do Alemão, Vila Isabel, Cidade de Deus, Manguinhos, Morro dos Macacos, e agora São Gonçalo, englobando um total de 20 comunidades atendidas. Além disso, há um núcleo em Petrópolis, quatro núcleos em João Pessoa (Paraíba) e um núcleo em Ji-Paraná (Rondônia).
CONCERTO DE ABERTURA DA TEMPORADA 2024
Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro (OSJRJ) –
Orquestra Residente da PUC-Rio
Regente: Tobias Volkmann
Solista: Leonardo Hilsdorf (piano)
Data: 06 de março de 2024 (quarta-feira)
Horário: 19:00
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Endereço: Praça Floriano S/Nº, Centro – Rio de Janeiro
Ingressos:
Plateia e Balcão Nobre – R$40,00 (inteira) / R$20,00 (meia)
Balcão Superior – R$30,00 (inteira) / R$15,00 (meia)
Galeria – R$20,00 (inteira) / R$10,00 (meia)
PROGRAMA:
Concerto para Piano em Lá Menor, Op. 16 – Edvard Grieg (1843 – 1907)
I Allegro molto moderato
II. Adagio
III. Allegro moderato molto e marcato – Quasi presto – Andante maestoso
Intervalo
Sinfonia No 4 em Fá Menor, Op. 36 – Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840 – 1893)
I. Andante sostenuto – Moderato con anima
II. Andantino in modo di canzona
III. Scherzo – Pizzicato ostinato
IV. Finale – Allegro con fuoco
Tobias Volkmann
Tobias Volkmann desenvolve carreira de destaque no cenário musical brasileiro e já esteve como convidado à frente de mais de 30 orquestras na Europa, Estados Unidos e América do Sul. Foi Maestro Titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e também Principal Regente Convidado da Orquestra Sinfônica Nacional UFF. Vencedor dos principais prêmios concedidos no Concurso Internacional de Regência Jorma Panula 2012 na Finlândia e no Festival Musical Olympus de São Petersburgo em 2013, Volkmann vem atraindo atenção para interpretações consistentes tanto no repertório sinfônico quanto no teatro de ópera e balé.
Com versatilidade e sofisticação, Volkmann mostra-se à vontade em uma variedade de estilos, que se estende da interpretação historicamente informada da música do século XVIII às mais desafiadoras obras da música contemporânea, incluindo naturalmente o grande repertório romântico e a música brasileira em suas diversas vertentes. Em 2015 estreou na sala Gewandhaus de Leipzig como convidado da temporada oficial do Coro e Orquestra Sinfônica da Rádio MDR. Em poucos anos foi convidado a dirigir em concerto um grande número de orquestras europeias e sul-americanas, destacando-se entre elas a Orquestra Sinfônica Estatal de São Petersburgo, Orquestra Sinfônica Estatal do Museu Hermitage, Filarmônica de Pilsen, Orquestra Sinfônica do Porto Casa da Música, Orquestra Sinfônica do Chile, Orquestra Sinfônica do SODRE, Orquestra Sinfônica Nacional do Peru, Orquestra Sinfônica Brasileira, Filarmônica de Minas Gerais e Petrobras Sinfônica.
No Theatro Municipal do Rio de Janeiro dedicou-se especialmente à ópera, às grandes obras corais-sinfónicas e ao balé, recebendo reconhecimento de público e crítica. Com a Orquestra Sinfônica Nacional trabalhou principalmente a música dos séculos XX e XXI, em um enfoque particular na música brasileira. Sob sua direção musical a OSN gravou três CDs de música brasileira contemporânea. Como parte indispensável de sua atuação artística, dedica parte de seu tempo à Ação Social Pela Música do Brasil. Dirige regularmente concertos da Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro e acompanha seus jovens músicos em seu desenvolvimento, orientando e incentivando os talentos deste belo projeto social em seus primeiros passos na música.
Leonardo Hilsdorf, piano
Um dos principais expoentes da nova geração de pianistas brasileiros, Leonardo Hilsdorf vem se apresentando com sucesso no Brasil, Estados Unidos e Europa.
Aclamado pela crítica especializada, sua performance foi saudada como ‘fenomenal’ (Fuldaer Zeitung) e ‘encantadora e magistral’ (L’Independent). Por dois anos foi um dos seletos solistas em residência na Capela Musical Rainha Elisabeth da Bélgica, onde trabalhou sob os cuidados de Maria João Pires, sua atual mentora.
Recebeu o 1o prêmio em diversas competições internacionais na Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, México e Brasil. Entre eles, obteve o prestigioso prêmio Nadia et Lilit Boulanger em Paris, e o prêmio especial da União Europeia de Concursos de Música para a Juventude em San Sebastián/Espanha. Em 2016, venceu por unanimidade o 1o prêmio no Concurso Internacional J.J.C Yamaha do México, que lhe rendeu uma turnê por diversos países da América Latina. Mais recentemente recebeu o primeiro prêmio no Festival Verão Clássico em Lisboa, e em 2020, a medalha de ouro no Concurso Internacional de Roma InMusica.
Temporadas passadas incluíram aparições no Concertgebouw de Amsterdan, Flagey e Bozar em Bruxelas, Maison de la Radio em Paris e BeethovenHaus de Bonn, além da Sala São Paulo, do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e da Sala Cecília Meirelles. Já se apresentou, entre outras, com a Orquestra Filarmônica da Radio France, Orquestra Royal de Wallonie, Sinfônica de Yucatán e, no Brasil, junto a OSESP, Orquestra Sinfônica Brasileira e Filarmônica de Minas Gerais.
Leonardo é regularmente convidado a participar de festivais e masterclasses ao redor do mundo, incluindo o prestigioso Ravinia Festival nos Estados Unidos, Festival Emil Gilels na Alemanha, Académie de Villecroze na França e o Festival Campos do Jordão no Brasil. Em 2014 foi entrevistado pela renomada revista francesa Pianiste, que também lançou um CD com seu recital ao vivo na Salle Cortot de Paris, e em 2016 foi eleito o Jovem Talento do ano pela Revista Concerto, em votação dos principais críticos de música do Brasil. Gravou para France Musique e Musiq3 na Europa; Rádio e TV Cultura e Rádio MEC no Brasil.
Bacharel em Piano na Universidade de São Paulo, concluiu seu mestrado em Performance no New England Conservatory de Boston, orientado por Wha Kyung Byun e Russell Sherman. Além de um diploma de Concertista outorgado pela École Normale de Paris, Leonardo concluiu em 2018 um segundo mestrado em performance na escola de música de Colônia, Alemanha, na classe de Claudio Martinez Mehner. Atualmente Leonardo reside em Lisboa, onde paralelamente a sua atividade artística e pedagógica, desenvolve uma tese de doutorado em Estudos da Cultura conjuntamente na Universidade Católica Portuguesa e na Universidade de Copenhagen.
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