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Maria da Penha grava o ‘Depoimentos para a Posteridade’, do MIS 

Quem é a mulher que originou a Lei Maria da Penha? Como tudo começou? Por que a sua experiência virou símbolo de luta por uma vida livre de violência? Essas e outras respostas serão dadas nesta terça-feira, dia 26 de outubro, quando Maria da Penha Maia Fernandes prestar o “Depoimento para a Posteridade” para o Museu da Imagem e do Som (MIS) do Rio de Janeiro. Vale lembrar que a gravação fica à disposição do público, nas salas de consulta do MIS, 48 horas depois do término da entrevista.

– Este ano a Lei nº 11.340/2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha, completou 15 anos. É um marco para a sociedade brasileira, e por isso o registro do seu depoimento é significativo, emblemático. Preservar a sua história, a luta por justiça, dignidade e respeito, que faz parte da trajetória da Maria da Penha, é muito importante – afirmou o presidente do MIS, Cesar Miranda Ribeiro.

Maria da Penha, farmacêutica bioquímica, tinha apenas 38 anos quando sofreu dupla tentativa de feminicídio e sobreviveu para contar. Paraplégica, com três filhas pequenas para criar, transformou a sua dor na luta pela garantia dos direitos das mulheres que sofrem com a violência no Brasil. Fundou em 2009, o Instituto Maria da Penha, com sede em Fortaleza e representação em Recife, com o objetivo de estimular e contribuir para a aplicação integral da Lei Maria da Penha.

Reconhecida nacional e internacionalmente, Maria da Penha Maia Fernandes foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz 2017. Aos 76 anos, trabalha incansavelmente para conscientizar e promover a construção de uma sociedade sem violência doméstica e familiar contra a mulher.

Pela primeira vez na história do MIS, desde a criação da série, em 1966, que o Depoimento para a Posteridade será gravado em outro estado. Por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, que possibilitou a viagem, o registro acontecerá no Instituto Maria da Penha, em Fortaleza, Ceará.
Sobre a série Depoimentos para a Posteridade

Em 1966, o Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, inaugurou a série Depoimentos para a Posteridade, inédito programa de história oral criado para preservar a memória de diversos setores da cultura nacional, tais como a música, a literatura, o cinema e as artes plásticas.

Atualmente, conta com um acervo de mais de mil depoimentos, de figuras notáveis, como Raquel de Queiroz, Ana Maria Machado, Ariano Suassuna, Bárbara Heliodora, Cacilda Becker, Carlos Heitor Cony, Clarice Lispector, Ferreira Gullar, Jorge Amado, Nélida Piñon, Tarsila do Amaral, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Elza Soares, Fernanda Montenegro, Hildegard Angel e Marieta Severo.

Foto: Cid Moreira

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