GRES Em Cima da Hora divulga sinopse do enredo para o carnaval 2020

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A Escola de Samba Em Cima da Hora divulgou a sinopse do enredo que 
apresentará no carnaval 2020: “MALANDRO – O REI DA BOEMIA E O BARÃO DA 
RALÉ”, que será desenvolvido pelos carnavalescos Marco Antônio 
Falleiros e Lucas Milato“MALANDRO – O REI DA BOEMIA E O BARÃO DA RALÉ”.

A agremiação desfilará pela Série B, da LIESB, na Intendente Magalhães.

Confira a sinopse

GRES EM CIMA DA HORA – CARNAVAL 2020

Enredo: “MALANDRO – O REI DA BOEMIA E O BARÃO DA RALÉ”

Carnavalescos: Marco Antônio Falleiros e Lucas Milato

JUSTIFICATIVA

Antes de mais, um aviso: Grêmio Recreativo Escola de Samba. O 
significado histórico, social e cultural desse termo transcende a 
poética literal; ultrapassa barreiras físicas, econômicas e sociais; 
aproxima, encanta, engrandece e enaltece.

Grêmio Recreativo Escola de Samba Em Cima da Hora! Muito mais que uma 
Escola de Samba. Escola de vida, de comunidade, do povo e para o povo, 
que une, apazigua e traz felicidade. 60 anos de glórias, minha escola. 
E quantas glórias! É ano de festa! E nada melhor do que comemorar. 
Daquele jeitinho faceiro, esperto e certeiro. O típico jeitinho 
malandro de ser. E de malandragem a gente entende bem.

SINOPSE

Malandro é malandro, né? Vem chegando de mansinho, andando meio de 
lado, pisando nas pontas dos pés. Com muita tranquilidade, risca o 
chão de fininho, sambando miudinho mas atento ao que vier. Traz o 
terno de linho branco pendurado no ombro, o chapéu um pouco derreado, 
esperando o seu momento. E ele chegou. À nata da malandragem, a nossa 
homenagem. Aos reis da boemia, inspiração e muita fé. Transformo a 
praça em salão, e abro espaço para os barões da ralé.

1. Parido pela Rua

É final do século XIX, a escravidão de direito já não existe, mas, de 
fato, ela nunca nos abandonou. Os negros, que antes viviam com as 
correntes nas mãos, aprisionados a um telhado, agora são livres, porém 
sem teto. Vão enxotados para o morro porque na cidade eles não têm 
lugar. Mas junto a todos os problemas existia algo a mais, um modo 
debochado de encarar todas essas mudanças.

O povo da rua era descompromissado, festeiro, politicamente apático e 
descrente, mas supersticioso. Receita perfeita para o nascimento do 
flâneur; ou da vadiagem, para melhor dizer, malandramente, em português.

Segundo João do Rio, essas pessoas são as eternas “convidadas do 
sereno” de todos os bailes. Conhecem cada rua, cada beco, cada viela, 
sabendo por inteiro da história de cada um desses lugares como se 
fosse a história de um bom amigo. Têm na cabeça a ideia de que a 
cidade foi feita para o seu deleite: as bandas de música tocam nas 
praças para alegrá-las; os violões de uma serenata chorosa estão ali 
para diverti-las. E cada uma das coisas que observam, faz com que 
concluam uma lei sobre a alma da rua.

2. Malandro todo prosa

A combinação de tantas características pitorescas não passaria 
despercebida, passaria de terno branco e sapato bicolor em todas as 
telas, palcos e canções.

Todo mundo viu nos malandros a esperteza de alguém que construía uma 
vida tirando da cabeça, o que no bolso não tinha. Os malandros eram a 
ginga do samba e o samba era a ginga dos malandros. E eles agradaram.

O Centro da Malandragem agora é o palco, onde os malandros de todas as 
classes são representados. Desde o “Malandro Medroso” que, temendo 
pela própria vida, diz adeus à amante, passando pelo malandro que 
abandona a “Vadiagem” por causa do amor de uma mulher, e chegando na 
“Ópera do Malandro”, que o faz negociar para além do além-mar.

Os malandros estão sempre prontos para o “telecoteco” na caixinha de 
fósforo. A musicalidade lhes é inerente. Vide todos os malandros 
artistas, mas principalmente sambistas: Kid Morengueira, Dicró, Noel 
Rosa, Wilson Batista e muitos mais.

3. Sambando nas pontas dos pés

Eis que surge em nossas terras um garoto com a manha da malandragem 
para a dança, que deitava ouvindo a batucada da Sintonia de Cavalcanti 
e acordava embalado por suas memórias musicais. E como as coisas tem o 
compasso certo para acontecer, foi na virada do compasso do ano que a 
escola correu coxia pelo bairro. Moradores, ritmistas, foliões, todos 
saíram de casa em casa para comemorar o ano que chegava, deixando para 
o final a casa com a festa mais animada: a de seu Amarante de Jesus.

Bastou a bateria entrar para que a criança, que dormia embalada pela 
batucada, começasse a sambar e a impressionar. Era, o ainda moleque 
Carlinhos, filho de seu Amarante. Bravo!

Não restavam dúvidas, pela elegância com que sambava, o garoto tinha 
que desfilar pela Em Cima da Hora. No mesmo instante, o pai disse: 
“Claro que sim!”. A mãe respondeu: “Óbvio que não!”. Teve briga, entre 
o casal, mas o samba venceu e Carlinhos desfilou pela primeira vez.

No princípio, o samba era só para diversão. Mas o trabalho exigia 
seriedade e atenção. E nessa disputa, a batucada do coração foi mais 
forte. O compasso do samba guiava a vida desse malandro desde o berço. 
Primeiro, ensinou os amigos a dançar, depois, para quem quisesse 
aprender, ele ensinava o bailar.

Com sua malemolência, fez muita coisa no carnaval, de passista a 
mestre-sala. Inclusive, ganhou Estandarte de Ouro pelos malandros da 
ópera do Chico, quando a Mangueira esse músico homenageou.

E, hoje, nossa reverência é para você, Carlinhos de Jesus! A pura 
representação da ginga de rei da boemia e barão da ralé! Hoje, nossa 
reverência é para todos os que, independente de profissão ou classe 
social, carregaram e carregam no peito o legado do samba e a paixão 
pela Em Cima da Hora. Sérgio Cabral, Fernando Pamplona, Albinio 
Pinheiro, Leleco, Edeor de Paula, Baianinho, João Severino e tantos 
mais. Obrigado, filhos do samba, foliões de fé, e acima de tudo: 
ETERNOS MALANDROS DE CAVALCANTI!

Texto e Desenvolvimento: Marco Antônio Falleiros, Lucas Milato e João 
Francisco Dantas

REFERÊNCIAS

A História do Malandro Carioca. O Estadão. São Paulo. 23 fev. 2017. 
Disponível em: <" original_font_attr="-1" original_line_height_attr="" style="">http://bit.ly/2Meo7MH>;. Acesso em: 21 maio 2019.

MACHADO, Sandra. A origem do “malandro carioca”. Multirio. Rio de 
Janeiro. 23 ago. 2016. Disponível em: <" original_font_attr="-1" original_line_height_attr="" style="">http://bit.ly/2VUvVTx>;. Acesso 
em: 27 maio 2019.

PIMENTEL, Márcia. Identidade carioca, capoeira e malandragem. 
Multirio. Rio de Janeiro. 25 maio 2015. Disponível em: 
<" original_font_attr="-1" original_line_height_attr="" style="">http://bit.ly/2WaiYKf>;. Acesso em: 24 maio 2019.

RIO, João do. A Alma Encantadora das Ruas. Rio de Janeiro: Secretaria 
Municipal de Cultura, Dep. Geral de Doc. e Inf. Cultural, Divisão de 
Editoração, 1995. 206 p. Disponível em: <. " original_font_attr="-1" original_line_height_attr="" style="">http://bit.ly/2EFmh18>. ;
Acesso em: 19 maio 2019.

VIVENDO e Dançando com Carlinhos de Jesus / Canal Leda Nagle. 
Intérpretes: Leda Nagle, Carlinhos de Jesus. São Paulo: Independente, 
2019. (54 min.), Digital, son., color. Disponível em: 
<" original_font_attr="-1" original_line_height_attr="" style="">https://youtu.be/TTpJ8Fxm-e4>;. Acesso em: 26 maio 2019.