Firjan e Metalsul mostram oportunidades de desenvolvimento tecnológico naval e aeroespacial

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Apresentar iniciativas e possibilidades para o desenvolvimento científico no setor naval e aeroespacial, com a aproximação entre a academia e as empresas, foi o objetivo do webinar promovido pelo Metalsul (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, Automotivas, de Informática e de Material Eletroeletrônico do Médio Paraíba e do Sul Fluminense) e o Centro Tecnológico do Sul Fluminense, em 31/08.

O encontro virtual, realizado em conjunto com o Cluster Tecnológico Naval e o segmento aeroespacial, debateu a integração da academia com as indústrias, com o intuito de inovar. Para Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, o webinar foi um pontapé inicial para replicar nas indústrias naval e aeroespacial do estado a bem sucedida experiência do setor metalmecânico no Sul Fluminense.

“Criado em 2017, o Centro Tecnológico Sul Fluminense possui uma plataforma virtual para interagir com as instituições de ensino superior e técnico da região e atender às demandas da indústria no campo da inovação. A atuação da unidade, interagindo com as instituições de ensino em apoio ao desenvolvimento da indústrias metalmecânica, pode se estender aos outros setores industriais”, ressaltou Eduardo Eugenio.

“Fazer girar a tríplice hélice – instituições acadêmicas, indústrias e poder público –para termos um ambiente de negócios saudável é o nosso papel enquanto federação, sindicatos, agência de promoção de pesquisa e entidade de governança de negócios”, esclareceu Carlos Erane de Aguiar, vice-presidente da Firjan e presidente do Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (Simde). Um dos assuntos vitais para a tríplice hélice, de acordo com Erane, é a economia circular voltada para o setor naval, visão de negócios fundamental para o polo siderúrgico e metalúrgico da região Sul do estado.

Maurício Guedes, presidente da Fundação Carlos Chagas Filho (Faperj), pontuou o baixo número de pesquisadores no Brasil: apenas 700 para cada milhão de habitantes, enquanto Israel, por exemplo, possui 8.300 por milhão. “Lugar de pesquisador é na empresa. Essa é a realidade no mundo, mas no Brasil apenas 26% dos pesquisadores trabalham em empresas. Na China são 62%; na França, 60%; e na Coreia do Sul, 80%. A solução para todos os países que querem se desenvolver é promover a aproximação entre o mundo da academia e as empresas. Dessa interação surge a capacidade de inovação das economias regionais”, argumentou.

Experiência dos setores

Carlos Augusto Teixeira de Moura, presidente da Agência Aeroespacial Brasileira (AEB), falou sobre o que o setor traz hoje de novidades. “A aplicação de satélites ajuda na geolocalização, seja com sistemas óticos, de radar ou emissões eletromagnéticas, o que contribui para defesa, meio ambiente, para o setor de óleo e gás e para outras aplicações. Temos certeza de que esse tipo de recurso aplicado ou desenvolvido de braços dados com o ecossistema produtivo e inovador fluminense pode levar o Brasil a uma situação muito melhor”, reforçou.

O Centro Tecnológico do Sul Fluminense tem realizado inúmeras iniciativas, conta Fernando Vitorino, coordenador da unidade. “As ações são integradas com vistas à criação de oportunidades e estímulo à inovação e a uma iniciação científica, além de requerer pesquisas que tenham aplicabilidade e sejam socializadas”, relatou.

Débora Caride de Carvalho, diretora do Metalsul, acredita que a tríplice hélice vai acontecer a partir de ações de fomento. “Precisamos aumentar o desenvolvimento da nossa região, do nosso estado, do nosso país; e o Centro Tecnológico, agindo como o centro da tríplice hélice, pode fazer essa união para o desenvolvimento”, ressaltou.

O contra-almirante Walter Lucas da Silva, diretor-presidente do Cluster Tecnológico Naval, destacou a reciclagem naval e o e-Navigation como possíveis tópicos a serem trabalhados. “A chapa do navio, a tubulação e cabos são muito valiosos. Tudo volta para os fornos de Barra Mansa e Volta Redonda e se transforma em outras partes de navios, tudo no Rio. Isso é muito importante para a área metal mecânica”, exemplificou.

Já Cristiano Augusto Trein, diretor de Governança do Setor Espacial (DGSE), apontou dois temas para o Centro: o gerenciamento territorial de municípios e a tecnologia espacial para o mar. “Se tivéssemos um monitoramento com sensores óticos presente no nosso mar territorial em 2019, nós saberíamos exatamente qual o navio, quando, onde e como houve o derramamento de óleo na costa brasileira”, garantiu.