No dia 12 de março tem início no Museu Janete Costa, em Niterói, a exposição ‘Léa Negra Atriz da Liberdade’. A mostra, que poderá ser vista até o mês de maio, apresenta objetos pessoais, fotos, figurinos, móveis e lembranças de filmes e novelas estrelados por Léa Garcia, uma das maiores atrizes brasileiras de todos os tempos, falecida em 2023.
O curador da exposição é o artista plástico Joel Vieira, que exalta o poder que a atriz tinha para ‘transformar realidades’.
“A arte e vida de Léa Garcia vem em contraponto aos espaços brancos perversos no mundo da arte. Mais que atriz, mais que artista, Léa Garcia é um grito, uma dança, uma cena, um olhar focado no poder da arte em transformar realidades. A Lea não reproduziu o que era visível, ela mostrou a fala de Afro-sensibilidade Cultural conceituada por Juli Costa. Fico muito honrado por fazer essa importante exposição”, considera Joel.
Renata Maria, da empresa Mistic, assina a produção executiva do projeto.
O ator e diretor Marcelo Garcia, filho de Léa, comemora mais uma homenagem à mãe.
“Durante esses seis meses que Dona Léa no deixou, já recebi inúmeras homenagens em seu nome, que começaram ainda no fatídico dia, no Festival de Gramado, onde tive a honra de levantar o Oscarito”, lembra Marcelo, emocionado.
“A obra da minha mãe, o legado dela para a cultura brasileira é tão farto que eu sabia que precisaria mostrar tudo isso em uma exposição, mantendo assim viva sua história e memória. E ao conhecer o Joel tive a certeza de que ele seria a pessoa mais acertada para me ajudar na montagem e curadoria desse ousado projeto”.
ITENS DA EXPOSIÇÃO
Marcelo Garcia revela que entre os itens expostos estão um contrato com muncicipal de Niterói do ano de 1972; o convite para ir a Cannes; fotos originais e revistas do início de sua carreira e muitos prêmios que a atriz conquistou, como o próprio Oscarito.
Marcelo é fruto do segundo casamento de Léa, com Armando de Aguiar. Lea teve ainda outros dois filhos do primeiro casamento com o dramaturgo Abdias Nascimento, Bida e Henrique Nascimento.
Marcelo Garcia nos últimos anos atuou como assessor pessoal da mãe, sendo responsável por manter o legado da atriz, já tendo inclusive inaugurado dois teatros com o nome de Lea Garcia.
LIVRO E FILME
Atualmente, Marcelo está captando recursos para o lançamento de um livro biográfico e um filme sobre a trajetória da mãe.
“O que me move é justamente o que minha mãe dizia para aqueles que tem um sonho: não desistam”, finaliza Marcelo.
LÉA GARCIA
Léa Lucas Garcia de Aguiar nasceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de março de 1933 e faleceu em 15 de agosto de 2023, aos 90 anos.
Foi uma atriz brasileira Internacionalmente conhecida e indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes em 1957 por sua atuação no filme “Orfeu Negro”, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro.
Lea também ganhou prêmio de Melhor Atriz no Festival de Gramado, em 2004, com “As Filhas do Vento”, e no Brazilian Film Festival of Toronto
2013, com “Acalanto”.
Na televisão, Lea estrelou 56 obras (entre elas Escrava Isaura e Dona Beija), no cinema 50 filmes e no teatro participou de mais de 60 peças.