O domingo (05/12) no maior festival literário do país ganhou a influência da cultura nerd, reunindo público de todas as idades com segurança, conforto e diversão garantida. Um dos destaques foi a mesa “Fantasia e Tormenta”, mediada por Guilherme Dei Svaldi, com participação de Karen Soarele – vestida de cosplay da personagem Vanessa Drake -, Leonel Caldela, Raphael Draccon (online) e André Vianco. Na Estação Plural, às 13h, os autores de literatura fantástica conversaram sobre a globalização de livros e autores e as adaptações dessas obras para outros formatos de entretenimento.
Além de um debate recheado de cultura pop, também teve romance por conta do pedido surpreendente de casamento do Guilherme à Karen, ao fim da mesa.
“Esse evento é muito especial pra mim, foi o qual conheci a mulher que me apaixonei, e agora vamos ter uma família. Quero passar o resto da minha vida com ela. Quer casar comigo?”, perguntou Guilherme, que ganhou o “sim” de Karen, ao som dos aplausos calorosos.
Logo depois, às 15h, nomes premiados internacionais da literatura de horror conversaram sobre histórias fantásticas. A argentina Mariana Enriquez e os norte-americanos Matt Ruff e Josh Malerman, todos online, discutiram sobre as narrativas do gênero, articulando ficção e realidade, palavra e imagem. A mediação do papo foi de Mariana Jaspe e Dennison Ramalho.
Conduzida por Carol Moreira e Mabê Bonafé, apresentadoras do podcast de sucesso Modus Operandi, a mesa “Ficção e Realidade no Crime” também lotou a Estação Plural com o debate entre os autores Raphael Montes e Ivan Mizanzuk. A conversa, que começou às 17h, girou em torno de histórias de crimes reais brasileiros, publicados e adaptados como ficção ou documentários investigativos que colocam o gênero true crime como um fenômeno.
A mesa que abriu o domingo também debateu um tema contemporâneo: como anda o exercício da profissão de jornalista no país? Com mediação de Paula Cesarino Costa, o papo contou com a jornalista Miriam Leitão, colunista do Grupo Globo que acaba de lançar “A democracia na armadilha: Crônicas do desgoverno” (Intrínseca), Patrícia Campos de Mello, da Folha de S. Paulo e autora do aclamado “A Máquina de Ódio” (Cia das Letras), e Cecília Olliveira, do El País Brasil, profissional dedicada à cobertura de Segurança Pública.
Para fechar a noite, uma conversa para os interessados em desenvolver conexões espirituais e emocionais com a floresta, trazendo novas perspectivas para as relações com as plantas e sua biodiversidade. Com mediação do fotógrafo e produtor de cinema Estevão Ciavatta, a mesa reuniu a pesquisadora australiana Monica Gagliano (online), a atriz Rita Carelli, o ativista indígena André Baniwa e a jornalista Eliane Brum (online).
Bienal segura e confortável
Na fila para pegar o autógrafo da escritora Babi A. Sette, autora de “A aurora de Lotus” (Editora Verus), estava Isabela Marinho, de 18 anos. A estudante contou que estava no local para conseguir uma assinatura para a avó, leitora assídua da escritora, e por quem Isabela diz ter sido influenciada na leitura. Feliz de estar na Bienal, ela conta que ficou aliviada em perceber que o público no Riocentro segue respeitando os protocolos.
– Me surpreendi positivamente. A Bienal não está muito cheia como costuma ser e todo mundo está usando máscara. Estava um pouco apreensiva, mas estou feliz em ver que está tudo correndo muito bem – diz a estudante, que aproveitou para elogiar o preço dos livros. – Comprei três livros e paguei menos de 40 reais.
Confira os destaques desta segunda-feira (06.12):
10h: O mestre do mangá
Um diálogo investigativo do corpo de trabalho, trajetória e das motivações artísticas do célebre autor Junji Ito, um dos maiores Mangakás em atividade. O autor se destaca por ser um especialista em histórias de horror. O autor participa online, e a youtuber Miriam Castro (Mikannn) e a roteirista Kika Hamaoui mediam o papo presencialmente.
15h: Sala Black Power (Sessão Expositor – Mostarda)
Um debate capaz de trazer à tona questões sobre ética e diversidade com destaque para o papel da leitura e da educação como ferramentas de transformação e empoderamento. O escritor e ilustrador de literatura infantojuvenil brasileiro, Júlio Emílio Braz, autor de “Saguairu” conversa sobre o tema, mediado por Majori Silva.
17h: Nem tão esotérico assim
Pra ser mais leve, ou pesado, dependendo da lua. As previsões astrais, os personagens, a escrita “literária” para prever o futuro num biscoito da sorte. Pam Ribeiro, mais conhecido como a Bruxa Preta, Houhou (Veronica Alves) e Claudia Lisboa participam da mesa mediada pela curadora Ana Paula Lisboa.
19h: AMÉFRICA
Uma mesa para olhar o conceito criado por Lélia Gonzalez por criadores em diferentes áreas: literatura, teatro, cinema e música. Mediado por Ana Paula Lisboa, o bate papo será com os convidados Taisa Machado, Rodrigo França, Tamiris Coutinho e Jefferson De.
Serviço
A Bienal do Livro ocorre até o dia 12 de dezembro. Os ingressos estão à venda na bilheteria doo Riocentro e pelo site da Bienal, que também vai transmitir todas as sessões da programação. São exigidos a apresentação de passaporte de vacina e o uso de máscaras.
Riocentro – Avenida Salvador Allende, 6555, Barra da Tijuca
Horários:
Sextas: 9 às 22h
Sábados e domingos: 10 às 22h
Segunda a quinta: 9h às 21h