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Espetáculo ‘Sinhá não dorme’, que estreia em plataforma digital, discute questões raciais e de gênero

O espetáculo “Sinhá não dorme” estreia nesta sexta-feira (19/3), às 20h, temporada virtual com transmissão pela plataforma Zoom. O acesso é gratuito, mas limitado, devendo o espectador garanti-lo por meio do link disponível no perfil da peça no Instagram (@sinhanaodorme). As sessões, que acontecem de sexta a domingo até 11 de abril, integram o Arte em Cena – Temporadas, braço de temporadas teatrais do projeto em que Sesc RJ transmite espetáculos artísticos em suas redes sociais e em plataformas digitais.

Misturando elementos do cinema e do teatro on-line, “Sinhá não dorme” é um thriller eletrizante ambientado num quarto onde duas mulheres negras, ex-namoradas, discutem sua relação enquanto uma procura esconder da outra um assombroso mistério. A ideia é discutir o feminismo em perspectiva interseccional ao abordar questões raciais e de gênero.

Idealizado e estrelado pelas atrizes Glória Diniz e Roberta Valente, a peça reúne uma equipe artística principalmente formada por mulheres, com Tatiana Nascimento assinando o texto, e Isabel Penoni, a direção. A fotografia é de Andrea Capella, a arte, de Paula Stroher, e a trilha sonora, de Maíra Freitas. Juliana França responde pela assistência de direção.

“Este texto é muito potente, porque fala da relação entre duas mulheres negras e delas com o mundo. Ao começar a estudar, a personagem que já nasceu na condição de empregada doméstica e considerada ‘da família’ percebe que sempre foi abusada e humilhada, confinada a um quarto de empregada. Desde os tempos coloniais, por maiores que fossem as casas, a mulher negra sempre foi colocada num lugar minúsculo, sem janela, onde mal cabia uma cama”, ressalta Roberta.

A elaboração do espetáculo iniciou em 2016, após Roberta Valente conhecer o dramaturgo angolano Mena Abrantes numa passagem pelo Rio de Janeiro. Ao lado de Glória, a artista iniciou uma pesquisa em Luanda, capital de Angola, em contato direto com o autor e sua obra, que inspirou a peça.

Oficinas gratuitas – Além da encenação virtual do texto, o projeto ainda contempla outras ações, como uma oficina de dramaturgia ministrada pela autora, Tatiana Nascimento, com vagas gratuitas destinadas, prioritariamente, para mulheres negras, e a mesa temática “Teatro e novas tecnologias”, que irá debater a imbricação entre a criação artística e as diferentes plataformas tecnológicas. Por fim, as atrizes e a diretora farão um bate-papo focado na publicização do processo de criação do espetáculo. Mais informações no perfil do Instagram da peça.

SERVIÇO

“Sinhá não dorme”

Projeto Arte em Cena do Sesc RJ

Temporada: de 19/03 a 11/04

Sexta, sábado e domingo, às 20h, na plataforma Zoom

Grátis, mediante reserva em www.sympla.com.br/sinha-nao-dorme__1159029*

*Link disponível na biografia do espetáculo no Instagram: @sinhanaodorme

Classificação: 16 anos

Temporada viabilizada pela Lei Aldir Blanc – Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e Sesc RJ

Ficha Técnica

Idealização ROBERTA VALENTE

Com GLORIA DINIZ e ROBERTA VALENTE

Texto TATIANA NASCIMENTO

Direção ISABEL PENONI

Assistência de direção JULIANA FRANÇA

Fotografia ANDREA CAPELLA

Arte PAULA STROHER

Trilha Sonora e produção musical MAÍRA FREITAS

Músicas originais TATIANA NASCIMENTO

Programação visual DIOGO BROZOSKI

Coordenação online e Mídias sociais RODRIGO MENEZES

Técnico audiovisual MARIO FILHO

Assessoria de Imprensa GISELE MACHADO E BRUNO MORAIS / MARROM GLACÊ ASSESSORIA

Produção BEM MEDEIROS

Assistente de Produção MATHEUS RIBEIRO

Produção executiva DOUGLAS RESENDE

Realização PÉ DE VENTO, SUMA FILMES, ROBERTA E ANNA PRODUÇÕES

Currículos

Isabel Penoni – Direção

Diretora e pesquisadora teatral, cineasta e antropóloga, é professora adjunta do Departamento de Ensino do Teatro e do Programa de Pós-Graduação em Ensino do Teatro da UNIRIO. Desenvolve projetos formação em teatro, criação cênica e produção fílmica na Maré (Rio de Janeiro) e em diferentes áreas periféricas do mundo, investigando particularmente as relações entre encenação, processos colaborativos e pedagogia. Co-fundadora do grupo teatral carioca Cia Marginal, dirigiu os espetáculos “Qual é a nossa cara?” (2007), “Ô,Lili” (2011), “In_Trânsito” (2013), “Eles não usam tênis naique” (2015) e “Hoje não saio daqui” (2019), este último apontado entre os dez melhores espetáculos de 2019 pelo Jornal O Globo. No cinema, dirigiu “Porcos Raivosos” (10′, 2012) e “Abigail” (17′, 2016), ambos exibidos na Quinzena dos Realizadores (Cannes 2012 e 2016) e premiados em diversos festivais nacionais e internacionais. É co-autora de “Jogo de Cena visto por” (Editora 7Letras) e de “Hoje não saio daqui”.

Tatiana Nascimento – Dramaturga

Tatiana Nascimento, brasiliense, 39 anos – É doutora em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); palavreira: escritora, cantora, compositora,poeta, tradutora, blogueira, zineira, editora, pesquisadora em diáspora negra e dissidência sexual, especialmente seus exuzilhamentos, daí sua conceituação de cuírlombismo pra pensar literatura negra lgbtqi. educadora, livre- pensadora. realizadora experimental em audiovisual. Como formadora, se dedica a compartilhar pedagogias dissidentes sobre literatura negra lgbtqi; feminismo antirracista; autoamor a corporeidades abjetificadas (com foco em corpos negros, LGBTQI, gordos, de mulheres); produção textual (de escrita criativa a letramento acadêmico). Como poeta, faz do vento a casa da palavra: é spoken word artist em performances que combinam profusão de ritmo/som y profundos silêncios à desarquitetura do sentido pela repetição e quebra de versos. Como cantora y compositora, experimenta psicodelias ancestrais negras.

Roberta Valente – Idealização e Atuação

Roberta Valente é bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Unirio, desde 2015. Formou-se pela Escola de Teatro Martins Pena em 2007. Trabalhou na Rede Globo em “Duas caras”, na Rede Record na novela “Chamas da Vida” e mais tarde em “Mutantes”; em filmes, como : “5Xfavela : agora por nós mesmos” direção de Cacá Diegues, “Não se pode viver sem amor” direção Jorge Durán. No teatro faz “Rosas de Noel”, direção de Denise Espírito Santo; “Macário: às vezes a vida volta”. Fez a novela “Vitória” na Rede Record em 2015. Nos anos 2016 e 2017 se dedica a dois projetos africanos: “Amesa”com direção de Zeca Ligiero e “Orfã do Rei”; dirigido por Isaac Bernard, do autor angolano Jose Mena Abrantes, levando a peça teatral para África. Em 2019 apresenta a performance teatral “Mãe”; no festival Ovárias. Em 2020, integra o elenco da peça a Vale Nigth, com direção de Renata Mizarhi no Teatro Glaucio Gil e o Longa Metragem; “Jovens Polacas”; direção de Alex Levy-hel.

Gloria Diniz – Atuação

Gloria Dinniz é atriz graduada e mestre em Artes Cênicas na Universidade Federal do Estado do Rio de janeiro (UNIRIO). Em teatro, seu últimos espetáculos foram A Orfã do Rei, projeto realizado na Angola (2016) a convite da Cia Elinga de teatro. Recentemente esteve em cartaz no ano de 2018 no Teatro dos 4 (RJ), Teatro Cândido Mendes e Teatro Itália (sp) com o espetáculo “Na Parede da Memória”, representando e cantando no musical embalado por músicas do saudoso Belchior. Na televisão a atriz fez suas últimas participações nas novelas Apocalipse – RECORD (2017) e O outro lado do Paraíso – REDE GLOBO (2018). Sua últimas publicidades foram no grupo Enel e Ministério do Turismo. Em 2019 participou da estreia do Piano Bike cantando e fazendo uma intervenção teatral com poemas com no teatro Baden Powell.

Diogo Brozoski – Programador Visual

Diogo Brozoski é diretor de arte, motion designer e ilustrador com mais de 20 anos de experiência na área de criação. Percorreu diversos caminhos na área de comunicação visual, se envolvendo com propaganda, design gráfico, arte e animação. Há 10 anos também desenvolve projetos de criação artística fazendo uso de diversos meios como desenho, pintura, interferência em fotografia, escultura e vídeo arte. Na arte contemporânea constrói narrativas poéticas, afetivas e ficcionais sobre o mundo com uso de recursos gráficos do desenho, ilustração, escultura e vídeo animação. Desenhista nato, usava a imagem como expressão mesmo antes mesmo da fala. Por 5 anos estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde desenvolveu a busca de sua identidade no coletivo. Diogo encontra-se profundamente imerso à prática e estudo da comunicação visual nas mídias de massa contemporâneas.

Paula Ströher – Cenário e Figurino

Designer por formação desde 1999, Paula Ströher chegou no Rio de Janeiro em 2000 para cursar figurino com Beth Fillipeck na Fundição Progresso. Figurinista de cinema, televisão, dança, teatro e publicidade, trabalhou nas series Décimo Andar de Caíto Mainier, Os Suburbanos e Tô de Graça do Multishow entre outros. No teatro espetáculos como: Gilda dirigida por Camilo Pelegrini, Carne e Transe(Indicada ao Prêmio Shell de melhor figurino) por Daniela Amorim e Ah, humanidade e outras boas intenções de Murilo Hauser. Seu primeiro longa metragem foi Domingo de Clara Linhart e Fellipe Barbosa, seguido pela comédia Os Suburbanos de Luciano Sabino e Medusa de Anita Rocha da Silveira com lançamento previsto para 2021. Entre idas e vindas do amor viveu em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Londres onde estudou estamparia na Central Saint Martins of Arts and Design. Atualmente além do seu trabalho de figurinista se dedica a prática do yoga e estudo do tarô.

Bem Medeiros – Produção

Bem Medeiros é produtor, pesquisador e montador. É cientista social de formação, fez pós-graduação em cinema documentário (FGV/RJ) e especialização em gênero e sexualidade (IMS/UERJ). Fez a produção executiva do telefilme “Na Ilha” junto ao Canal Curta!, a direção de produção do longa-metragem “Meu nome é Daniel” que esteve na shortlist do Oscar. É pesquisador do longa-metragem Assexybilidade (Daniel Gonçalves), em coprodução com a Globonews. Produz a websérie documental Drag-se, que foi contemplada pelo edital de produção de conteúdo para web da RioFilme. A websérie conta com mais de 6 milhões de visualizações. É produtor executivo do curta-metragem TAILOR, licenciado para o Canal Brasil, premiado no 45º Festival de Cinema de Gramado e conta com mais dez prêmios em festivais, tendo sido exibido em mais de 150 festivais nos cinco continentes. Realizou a pesquisa da série Liberdade de Gênero do GNT, dirigida por João Jardim.

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