O espetáuculo “3 Meses e 3 Dias” estréia dia 29 de julho, na Sala Maria Thereza Tápias, na Barra da Tijuca, levantando importantes questões sobre a fragilidade masculina e a paternidade. Com dramaturgia de Ricardo Burgos e dirigida por Marcéu Pierrotti (que também colaborou no texto), o enredo aborda temas profundos e delicados, que são frequentemente evitados na sociedade moderna, mas que precisam ser tratados com atenção.
No palco, Marcéu Pierrotti e Ricardo Burgos atuam em um emocionante espetáculo que traz à tona temas complexos, como perda, luto e culpa. Através dos monólogos de dois personagens masculinos, Ivan e Caio, a peça retrata a jornada pessoal de cada um, após uma tragédia que mudou suas vidas para sempre.
“3 Meses e 3 Dias” é uma história pessoal para os autores, que se basearam em fatos reais para criar esse novo trabalho. Os autores encontraram na autoficção, uma forma de rever suas crenças sobre a masculinidade e explorar suas próprias relações com os seus pais e com a paternidade. Além disso, uma forma de honrar aqueles que estiveram envolvidos nos acontecimentos reais, como o neurocirurgião que salvou a vida de Ricardo Burgos e o pai que foi tão importante para Marcéu Pierrotti.
” A fragilidade da masculinidade e a paternidade são temas que, muitas vezes, são negligenciados e, por isso, é importante que essas histórias sejam contadas. Através desta narrativa teatral, essas questões podem ser exploradas de maneira mais intrínseca e as emoções devem ser colocadas para fora de forma mais vívida e palpável” – observa Marcéu.
” A peça é uma forma de agradecer aos pais e a todos os pais e mães que se culpam constantemente por não terem sido melhores, quando tudo o que fizeram foi o melhor que puderam fazer. É importante ver homens em um lugar vulnerável, compartilhando suas emoções e seus medos. Isso ajuda a combater a ideia de que a masculinidade é sinônimo de força e certezas. Ao mostrar homens nessa posição, o espetáculo desconstrói estereótipos de gênero e promove a empatia entre as pessoas ” – diz Ricardo.
Sob o olhar do diretor, a encenação busca em seu caminho, não a reflexão contemplativa, mas sim indagadora e transformadora. Dois relatos diretos e sinceros. Isso é potencializado pela fricção entre a ficção e a realidade – a necessidade de refletir é antes de tudo dos atores, que transpuseram essa exigência para os personagens que irão compartilhar com cada pessoa na plateia.
“3 Meses e 3 Dias” é um turbilhão interno de dois homens. É uma sala de cirurgia. É uma noite de Natal. É a perda de quem mais se ama. É a descoberta que eles continuam vivos dentro de nós, e em eterna transformação.
Sobre o espetáculo
Ivan, um neurocirurgião experiente, relembra o dia em que fez de tudo para salvar um garoto de dez anos durante uma cirurgia de emergência, mas infelizmente não obteve sucesso. Este é o ponto de partida para Ivan compartilhar histórias sobre a morte prematura de seu pai e as consequências emocionais que isso teve em sua vida. Enquanto questiona suas habilidades como cirurgião e a competência para ter um filho, ele também enfrenta o medo de não ter conhecido verdadeiramente seu pai em vida.
No monólogo seguinte, Caio conta a história de seu filho Abel, que faleceu aos dez anos de idade em um acidente trágico em casa. Caio relembra anedotas divertidas sobre Abel e expõe as dificuldades que precisou carregar ao lidar com a perda do filho e as consequências que isso teve em seu casamento com Danilo. Ele também questiona a sua capacidade como pai e o temor de esquecer do seu filho, já que as memórias são a única coisa que lhe resta de Abel.
Ao longo da peça, fica evidente que Ivan e Caio compartilham uma conexão profunda através da tragédia que os afetou de maneiras diferentes, mas igualmente dolorosas. A história mostra como a perda pode afetar profundamente a vida das pessoas e como a culpa pode se manifestar de diferentes formas. Além disso, “3 Meses e 3 Dias” aborda questões fundamentais sobre paternidade e a relação entre pai e filho, deixando uma mensagem emocionante e reflexiva sobre a importância de valorizar cada momento com aqueles que amamos.
Ficha Técnica:
Dramaturgia: Ricardo Burgos
Direção e Colaboração dramatúrgica: Marcéu Pierrotti
Atuação: Marcéu Pierrotti e Ricardo Burgos
Interlocução Artística: Camila Moreira
Direção de Movimento e Preparação de atores: Thiago Félix
Iluminação e assistência de direção: Fernanda Mantovani
Cenário: Marcéu Pierrotti
Figurino: Vitor Roque
Trilha Sonora: Seth Evans
Produção executiva: Olivia Vivone
Realização: Hit the Lens e Marcéu Pierrotti Prod.
Sobre os atores
Marcéu Pierrotti – Ator e Diretor
Graduado em Direção Teatral pela UFRJ, Artes Cênicas pela UNESA e formado em Adler Technique pelo Stella Adler Studio of Acting em Nova York, o profissional é um diretor e produtor renomado. Seus trabalhos incluem o filme “Moléstia” (2021), a websérie “Shakespeare em Casa” (2020) e o curta-metragem “À Francesa” (2020), que está sendo exibido em festivais internacionais. No teatro, dirigiu peças como “Hamlet & Laertes” (2017), “Moléstia” (2018/2019) e “O lado B” (2019), além de estrear a peça inédita “Grau Zero” (2022) de Diogo Liberano. Como ator, fez parte do elenco em séries de TV como “(Des)encontros” (Sony, 2018), “Pela Fechadura” (Prime Box Brazil, 2019), “Jezabel” (Record TV, 2019), “Gênesis” (Record TV, 2021), “Poliana Moça” (SBT, 2022) e “Reis” (Record TV, 2023). Foi indicado como melhor ator no Festival de Cinema de Gramado em 2020 pelo seu trabalho no curta-metragem “Blackout”. Seus mais recentes trabalhos como ator no teatro incluem “Moléstia” (2019), “O Beijo no Asfalto – O Musical” dirigido por João Fonseca (2018), “Match” dirigido por Bruno Guida (2018) e “O Tempo e os Conways” dirigido por Vera Fajardo (2014).
Ricardo Burgos – Ator e Dramaturgo
No teatro, Ricardo teve destaque em produções como “Inside the Wild Heart” (Off-Broadway, NYC, 2018), “Nunca Nade Sozinho” (Temporada RJ, 2013) e “Dzi Croquettes em Bandália” (RJ, 2012-15). No cinema e na TV, atuou como Joel no longa-metragem americano “The Hill and The Hole” (2018), Paulo no filme “Depois da Chuva” (2013) e Alfonso Guerrite na série “Rio Connection” (Sony/Globoplay, que estreia em 2024), e Abiel na novela “Guerreiros do Sol”(Globoplay, com estreia em 2024), além de participações em séries como “Impuros” (FOX/Star+, 2021), “Dom” (Amazon Prime, 2021) e na novela “Cara e Coragem” (Globo, 2022). Em 2018, foi indicado como Melhor Ator no Brazilian Press Awards pela sua performance em “Inside the Wild Heart” em Nova York. Ele possui formação em teatro, cinema e interpretação pela Playhouse West em Nova York.
Sobre o Centro Cultural Espaço Tápias
O novo Espaço Tápias, inaugurado em 30/4/2022, na Barra da Tijuca, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, nasce com o propósito de transformar vidas, dar oportunidades e realizar sonhos.
O Centro Cultural disponibiliza salas para aulas, uma sala para espetáculos e outros encontros envolvendo arte – a Sala Maria Thereza Tápias. É uma organização que tem como proposta favorecer, divulgar e oportunizar a dança, com foco na dança contemporânea e em seus segmentos.
A disposição para incentivar a criação, para promover performances, estimular talentos, e fomentar pesquisas são posturas e projetos valiosos para quem se dedica à dança, e permeiam todas as ações do espaço. Com a nova sede, contribui para o desenvolvimento e a expansão da dança, com ênfase na dança contemporânea, no Brasil e no mundo.
Serviço:
“3 Meses e 3 Dias”
Estreia: 29 de julho
Temporada: 29 de julho a 20 de agosto
Sábados e Domingos, às 20h
Duração: 90 minutos
Classificação: 12 anos
Local: Centro Cultural Espaço Tápias – Sala de espetáculos Maria Thereza Tápias
Endereço: Av. Armando Lombardi, 175 – 2º andar – Barra da Tijuca
80 lugares
Ingressos: Inteira R$ 50,00 e meia-entrada R$ 25,00 – *pela plataforma SYMPLA