Com a presença de representantes da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e de diversas entidades e autoridades dos governos federal, estadual e municipal, o 2º Workshop do Programa de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Marítimos (Promar) ocorreu em 31/8 em Macaé. Na ocasião, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) afirmou que o Promar deve contribuir para realização de US$ 30 bilhões em investimentos nos próximos anos, trabalhando a criação de condições para o melhor aproveitamento econômico de campos maduros e acumulações marginais. Na agenda do programa, a entrega dos primeiros resultados está marcada para novembro, quando soluções e propostas serão apresentadas ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
“O encontro reuniu diversas empresas que atuam no mercado de petróleo e gás na região, e assim foi uma grande oportunidade para tirar dúvidas e estimular a exploração da Bacia de Campos, tão importante para o nosso desenvolvimento e geração de empregos”, afirmou o presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira.
“A presença de tantas instituições e autoridades em Macaé demonstra que todos estão empenhados em torno deste tema, que coloca o Norte Fluminense no epicentro dos investimentos neste mercado. E já existem sinais claros de que as operadoras estão, de fato, comprometidas a impulsionar, e manter, uma curva ascendente na produção de petróleo dos campos maduros”, destacou a gerente de Petróleo, Gás e Naval da federação, Karine Fragoso.
Na abertura do evento, o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, José Mauro Coelho – que desde sábado visitou com o ministro Bento Albuquerque várias instalações em Campos e Macaé – exaltou a oportunidade única de revitalizar os campos maduros da Bacia de Campos, com o apoio da iniciativa privada. Ao todo, o programa recebeu 154 manifestações durante a fase de consulta pública.
Na pauta do encontro, temas como a revisão dos marcos regulatórios e concessões das áreas exploratórias em declínio, a tecnologia disponível para ampliar o percentual de recuperação dos campos maduros e a criação de consórcios para o compartilhamento de infraestrutura submarina e expertise.
Participaram representantes da ANP, EPE, Associação dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), Ibama, IBP, Marinha, Ministério do Meio Ambiente, Rede Petro-BC, ACIM, Sebrae, entre outras entidades, além de diretores da Petrobras e outras operadoras que já atuam nos campos maduros da região, como Perenco, Trident Energy e Petro Rio, e várias empresas interessadas no investimento.
“Pudemos perceber uma integração importante entre as esferas federal, estadual e municipal e as empresas interessadas em participar desse programa, que vai trazer um novo dinamismo ao mercado de Petróleo e Gás da região”, complementou Gualter Scheles, coordenador da Comissão Municipal da Firjan em Macaé.
Panorama positivo e aumento nos royalties
A diretora da ANP, Symone Araújo, destacou o Anuário de Petróleo da Firjan como “um retrato extraordinário” do mercado de petróleo e gás. O documento traçou um panorama positivo para o mercado fluminense, que registrou, por exemplo, um crescimento de 225% em royalties nos últimos 11 anos. Já Heloísa Borges, diretora da EPE, também destacou estudos da Firjan que estimam que a cada R$ 1 bilhão de aumento na receita de operações, são gerados 3 mil empregos diretos e indiretos. Ela destacou o número da prefeitura de Macaé, que só este ano criou cerca de 5 mil postos de trabalho no município.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do estado do Rio, Vinícius Farah, ressaltou que a recuperação já é uma realidade. Segundo ele, a Trident Energy, uma das novas operadoras da Bacia de Campos, aumentou em 54% sua produção neste ano. Farah anunciou uma nova superintendência, a ser criada no âmbito da Secretaria, para tratar de políticas públicas voltadas para a economia do mar. A reivindicação foi feita pela Firjan há dois meses. “Hoje são 21 municípios banhados pela costa do estado, representando mais de 10 milhões de cidadãos fluminenses”, disse o secretário.
O prefeito de Macaé, Welberth Rezende, destacou o Repensar Macaé – grupo que reúne diversas entidades do município –, pelo “trabalho em prol do desenvolvimento da cidade”. “O Promar devolve à região a possibilidade de desenvolvimento e será um divisor de águas para a história de Macaé, do estado e do Brasil”, afirmou.