Documentário “A Saga dos Excedentes” conquista Tilápia de Bronze no Prêmio Internacional Tietê de Cinema

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Os produtores do documentário “A Saga dos Excedentes – O Sonho da Medicina” comemoram a conquista da Tilápia de Bronze na 4ª Tifa – Prêmio Internacional Tietê de Cinema, resultado recentemente divulgado. Essa categoria do festival celebra filmes que abordam temas relevantes e dialogam profundamente com os desafios e contextos de nossa sociedade, dando visibilidade a produções que despertam a reflexão, promovem mudanças e ampliam a consciência social nos espectadores. “Estamos emocionados por ver nossa obra reconhecida como uma ferramenta de transformação e debate! Obrigado a todos que nos apoiaram nessa jornada. Este prêmio é de todos nós”, comenta o cineasta Rodrigo de Souza, diretor do filme.

 

A conquista de um sonho

Em 2023, celebrou-se o Jubileu de Ouro em homenagem aos 50 anos de formatura da primeira turma da então Faculdade de Medicina de Valença, hoje Centro Universitário de Valença – UNIFAA. Festividades marcaram a data e trouxeram de volta à cidade do Sul Fluminense vários dos 330 alunos da primeira turma. Um encontro repleto de emoção e memória, tudo registrado pelas lentes da equipe da Chapeleiro Produções que, a convite da Fundação Educacional D. André Arcoverde (FAA), produziu o documentário “A Saga dos Excedentes – O Sonho da Medicina” retratando a criação do curso e os esforços que foram feitos para que isso acontecesse. Um projeto que abriu novas perspectivas não apenas para os universitários que finalmente conseguiriam cursar Medicina, mas para a própria cidade de Valença, que reinventaria sua vocação econômica por meio da educação superior.

“Celebrar o documentário ‘A Saga dos Excedentes – Um Sonho de Medicina’ é honrar uma história de superação e coragem. A criação do curso de Medicina em Valença não apenas transformou a vida dos estudantes, chamados de excedentes, mas também mudou a realidade da cidade, que se reinventava economicamente. Os dirigentes da FAA e os alunos lutaram juntos por um sonho que parecia impossível, enfrentando desafios enormes em tempos difíceis. Essa união foi a chave para abrir portas e impactar milhares de vidas ao longo dos anos. O filme nos lembra que, quando trabalhamos juntos por um ideal maior, somos capazes de superar qualquer barreira. A história desses estudantes e dirigentes é a história da transformação que a educação traz para toda uma comunidade, um legado que continua a inspirar e a fazer a diferença”, destaca o Presidente da FAA, José Rogério Moura de Almeida Neto.

O documentário é uma média metragem, com 40 minutos de duração, no formato 4K. Além da conquista da Tilápia de Bronze, a marcante história foi selecionada para o Lift-off Sessions, “festival que é uma grande porta de entrada para o cinema mundial, sendo o maior festival voltado para novas vozes fora de Hollywood”, explica o cineasta Rodrigo de Souza, acrescentando que a produção também foi inscrita no OFFCine, em Varginha (MG), Festival de Cinema de Lima (Peru), Uranium Film Festival, no Rio de Janeiro, e Festival All That Moves, em São Paulo. Outros documentários da produtora alcançaram excelentes resultados, como “Os Esquecidos”, “Estrela Guia” e “Valença 200 Anos”.

O filme conta a história dos dirigentes da FAA, que enxergaram oportunidade na falta de vagas para Medicina, e dos estudantes que chegaram de várias partes do país. “É uma conquista que envolve os esforços dos dirigentes da FAA da época, mas também dos estudantes que eram considerados excedentes pelo Ministério da Educação de então. Ou seja, eles tinham o direito de cursar, mas não havia vagas. E isso numa época [1968] em que o país estava sob regime militar, e as capitais estavam em forte ebulição de movimentos de protesto, sobretudo estudantis. (…) Enquanto os estudantes lutavam pelo direito de fazer sua faculdade, Valença buscava oferecer a solução que a levasse à tão sonhada implantação de um curso do peso e da complexidade de uma Medicina”, conta Gustavo Abruzzini, Coordenador Centro de Pesquisa (Memória e Cultura) da FAA, acrescentando: “Valença buscava atrair recursos, pois vivia certo esvaziamento com o fim da presença da ferrovia e das antigas oficinas da Rede Ferroviária.”