No Dia das Mães artistas da OSTM revelam como a música é importante para os bebê
Escutar música na barriga da mamãe sempre foi natural para as bebês Chloé e Maria, filhas de Sofia Ceccato e Nataly López Carvalho, musicistas da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Afinal, os papais também são músicos. E as afinidades não param por aí. A flautista Sofia e a violinista Nataly foram efetivadas juntas em 2014, no mesmo concurso do Municipal e, por coincidência, engravidaram na mesma época de meninas. A previsão era que as duas bebês nascessem em 13 de maio. Porém Chloé, filha de Sofia se antecipou e veio ao mundo em 21 de abril. Seu nome vem do grego e significa broto verde, erva verdejante. Vida em meio a tanta destruição e incerteza.
Recém- mamãe e em meio ao caos da pandemia, a flautista vê esta temporada de confinamento como uma revolução em todos os sentidos e sabe que o seu Dia das Mães terá um sabor de uma estreia diferente, pra lá de especial: a maternidade.
A primeira vez que esteve em um concerto no Municipal foi inesquecível. Ela lembra que era a comemoração do aniversário e por isso, conseguiu assistir a um espetáculo dos sonhos a preços populares. Um momento que ficou marcado na sua história:
Eu já estudava flauta, tinha 14 anos e não imaginava que um dia estaria naquele palco, ao lado daqueles músicos, naquele templo da arte. Em 2005 fui admitida como contratada, ainda cursava o bacharelado na escola de música da UFRJ. Enquanto adquiria experiência aguardava ansiosamente pelo concurso pra efetivação oficial, que veio finalmente em 2014, trazendo a certeza de que todo empenho havia me levado ao lugar certo, o lugar que agora já não me imaginava longe” – concluiu.
O pai de Chloé, Simon Béchamin é francês e está no Brasil há cinco anos. É fagotista da Orquestra Sinfônica Brasileira e também participa como músico convidado de muitos concertos realizados no Theatro, local onde o casal se conheceu. E desde a sua concepção, Chloé foi se desenvolvendo sempre com muita música em casa.
A outra mamãe, a violinista Nataly, está prestes a ganhar a sua segunda filha, a qualquer hora. Isabel de 04 anos espera ansiosamente a irmãzinha. E o papai Igor Carvalho, músico da Orquestra Petrobras Sinfônica e da Escola de Música da UFRJ também aguarda por este momento tão esperado. A violinista está contando os dias para pegar Maria no colo. Enquanto isso aproveita para expressar a importância do Theatro Municipal na sua vida:
“A construção da minha família se mistura com a minha trajetória dentro do Theatro. Quando me casei, meu marido também era músico da Orquestra Sinfônica (OSTM) e logo pude desfrutar de duas gestações tocando neste palco que tanto amo” – diz a mamãe de segunda viagem.
A maternidade trouxe ainda mais sentido ao trabalho de Nataly, já que muitos valores e hábitos que ela sempre procurou passar para sua filha foram adquiridos durante a carreira. Isabel vai ao Municipal desde os quatro meses de vida. Segundo a mamãe é frequentadora assídua dos concertos, óperas e balés da casa de espetáculos.
“Vê-la na plateia é sempre uma alegria! Acredito que a função do artista é levar o belo e o transcendente a todos, e me sinto privilegiada em ter essa profissão e poder mostrar tudo isso a ela. Em casa também sempre procurei fazer um trabalho de musicalização com Isabel, e percebo que ela é bem sensível aos estímulos e seu ouvido musical é bem desenvolvido. Desde o seu aniversário de quatro anos tenho dado aulas de violino para ela regularmente. Pretendo desenvolver o mesmo trabalho com a pequena Maria. Aqui em casa se ouve boa música desde a barriga”.
A atual preocupação em meio a tanta felicidade é a de estar grávida durante a pandemia . Nataly procura sempre mais informações a respeito do coronavírus e está atenta as notícias sobre as consequências para as gestantes e recém-nascidos, mas ela tem tomado todas as medidas recomendadas pelas autoridades de saúde e principalmente, está ficando em casa.
“Estou ansiosa para a chegada da Maria e também para mostrar a ela este universo maravilhoso da música, no qual o Theatro é tão essencial. Nós artistas e funcionários da casa amamos o que fazemos e tenho certeza que assim como eu, meus colegas anseiam para que nosso querido Theatro volte a ter sua plateia lotada! ” – finaliza a violinista.