A SAGA DE UMA MONTAGEM EM MEIO À PANDEMIA
“A Johannes Passion é uma das grandes obras-primas de Bach e da história da Música. Estreada na Sexta-feira Santa de 1724, marcou o primeiro ano dos 27 em que ele ocuparia o cargo de Kantor na Igreja de São Tomás, em Leipzig, Alemanha. Hoje, quase 300 anos depois da estreia, ela renasce aqui no Brasil em vídeo, em meio à terrível pandemia que assolou o mundo em 2020-21. Com isso, sua montagem foi uma verdadeira via crucis, começando com ensaios remotos de 3 e 4 cantores, e, depois, ensaios presenciais igualmente com grupos menores, em afastamento social.
O coro foi separado em dois madrigais: um de solistas, cantando toda a obra, e outro de apoio, para o coro inicial, os onze corais e o penúltimo coro, Ruht wohl, peças com imagens poéticas atuando como ‘respirações homofônicas’ ao longo da obra.
Porém a cada dia novos obstáculos apareciam como pedras em nosso caminho: doenças, desistências, pânico e três mudanças de datas por lockdowns na cidade impondo-nos perdas de instrumentistas, entre eles músicos convidados de São Paulo, que já chegaram para o ensaio tendo de retornar no dia seguinte, o que foi um grande prejuízo; perdemos também vozes solistas, 10 dos 16 cantores do madrigal de apoio já ensaiados e grande foi a dificuldade de encontrar locais para ensaios, concerto e gravação, ficando nossos esforços sempre aquém do empenho para realizar o projeto. Mas a obra era e Bach, que passou sua vida escrevendo ao fim de cada uma de suas composições: “Soli Deo Gloria” (Glória somente a Deus), reconhecendo que a vida que inspirava e materializava o seu trabalho no mundo não vinha de si mesmo, mas Daquele em quem ele colocava a sua fé. Em espelho, passamos a reconhecer, no processo, o mistério de soluções brotando que não teríamos como encontrar sozinhos, pois que estavam para além das nossas forças, mérito e vontade. Era o imponderável acontecendo: a cada dia, tudo o que se perdia era-nos oferecido de outra maneira, melhor e com uma medida mais adequada às necessidades reais da montagem. Foi quando compreendemos que essa era uma montagem viva, com moto-próprio, marcada para florescer aqui ao sul do Equador, com cores e perfume próprios, como obra agradável a Deus.
A noite antes do ensaio geral foi bastante tensa para todos, apreensivos com os testes obrigatórios de Covid, visto que bastava um resultado positivo ou mesmo falso positivo para derrubar o edifício de nossa enxuta produção, pois que, dependendo da pessoa, toda a montagem cairia. Contudo, tivemos 100% de resultados negativos!
Então, preparem-se para assisti-la, pois que são 2 horas de pura emoção: coloquem sua tela cheia, diminuam a luz, aumentem o som e acompanhem o desenrolar desse incrível drama que mudou o curso da Humanidade. Até lá!”
– Ricardo Rocha, diretor musical e fundador da S.M. Bachiana Brasileira
Lançamento do vídeo
A Cia Bachiana Brasileira, através da Lei Aldir Blanc da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro teve viabilizado o resgate de mais uma edição do Festival dedicado à difusão da música de Johann Sebastian Bach entre nós.
Após a sua criação pela Cia. Bachiana em 2007 e reedição nos anos de 2008 e 2009, o Festival Bach do Rio de Janeiro lança agora a sua IV edição, apresentando a gravação no Brasil de uma das grandes obras-primas desse gênio da história da música, toda legendada em português ao longo de suas duas horas de duração: a Paixão Segundo São João, de Bach, para orquestra, coro e sete solistas.
O Concerto foi realizado no dia 18 de abril, em plena pandemia, seguindo todos os protocolos de segurança, na histórica e emblemática Catedral do Império, a Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé. O lançamento oficial acontecerá no dia 07 de agosto de 2021, no Canal do YouTube da Cia Bachiana Brasileira. Anote:https://youtu.be/aqvjlXFlrrc – Teaser prévio: https://youtu.be/xkyQrM9z5X0
Cia. Bachiana Brasileira
Corpo artístico da Sociedade Musical Bachiana Brasileira – SMBB, fundada em 1986, a Cia. Bachiana Brasileira também nasceu carioca em 1999, configurando a expressão de uma atitude cujas consequências estéticas constituem a sua meta e o seu principal diferencial. Desde então desenvolve projetos com repertório, elenco e tempo de realização definidos para cada produção, buscando, de forma disciplinada e perseverante, uma sonoridade própria na execução da música de concerto, nacional e estrangeira. A direção e a regência são do seu fundador e criador da SMBB, maestro Ricardo Rocha. O alto padrão de qualidade com que executa do colonial brasileiro e barroco europeu à música contemporânea, explica a posição ímpar que a Cia. Bachiana ocupa hoje no cenário musical brasileiro, como atesta o Prêmio de Cultura do Estado do RJ na categoria Música Erudita, recebido em 2009, com concertos entre os 10 melhores do ano pelo O Globo (2007, 2008, 2011), entre outras distinções.
Maestro Ricardo Rocha
“The Magical Sound-Sorcerer /
Ricardo Rocha, the world ambassador for the classical music of Brazil”
– Título da matéria de página inteira, com fotos frente à Orquestra Sinfônica de Bamberg, da revista trimestral europeia “Drive”, em inglês, francês e alemão – (jan/2001).
Fundou e dirige a SMBB (1986); possui os títulos de Kappellmeister (Ópera e Concertos Sinfônicos pela Universidade de Karlsruhe, Alemanha), Mestre em Regência (UFRJ) e Comendador pelo Poder Judiciário do 23ª. Tribunal Regional do Trabalho, TRT.
Alemanha: criou e dirigiu o ciclo Brasilianische Musik im Konzert (1989-2000) para difusão da Música Brasileira de Concerto, frente às Sinfônicas de Bamberg, Turíngia, Südwestfallen e Baden-Baden.
Brasil: Titular das Orquestras Sinfônicas da UFMT (1992-94) e da E.M. da UFMG, (1994-96), com Cátedra de Regência. Como convidado regeu a OSB, OSTM-SP, OSMG, OPES, OSN-UFF, OSBJ e a OJB. Professor de Regência e Diretor sinfônico de 9 Festivais Internacionais.
Gravou mais de 20 programas para TV e rádio, 7 CDs, 4 DVDs. Com a Orquestra Bachiana Brasileira fez turnê em Hanói e Singapura em 2009 a convite do Ministério das Relações Exteriores e hoje conta com mais de 70 vídeos no YouTube, onde se pode acessar um painel de teasers, videogravações ao vivo, com diferentes obras, compositores, formas musicais e estilos de época:
https://www.youtube.com/user/CBachianaBrasileira/playlists
É autor dos livros “Regência, uma arte complexa” (2004) e “As Nove Sinfonias de Beethoven – uma Análise Estrutural” (2013); Professor em Masterclasses e cursos de pós-graduação em História da Música na Faculdade São Bento (2000 a 2017), e no Conservatório Brasileiro de Música, (2013-2017). Rocha é também ensaísta, palestrante e professor de História da Música, Formas Musicais e Análise Estrutural.
A Paixão Segundo São João
Narrador: – Evangelista, Giovanni Tristacci, tenor
Solistas: – Marcelo Coutinho, barítono, Jesus e árias de baixo
– Ossiandro Brito, árias para tenor
– Lino Ramos, contratenor, árias para contralto
– Ana Cecília Rebelo, soprano, ária Zerfliesse mein Herze
– Laila Wazen, soprano, ária Von den Stricken meiner Sünde
– Pilatos, Pedro: Cyrano Moreno Sales, barítono
Principais solistas instrumentais: Flauta 1, Rubem Schuenck; Oboé 1, Jorge Postel; Fagote, Felipe Destéfano; Violino 1, Wagner Rodrigues; Violino 2, Yuri Reis; Violoncelo 1, Emília Valova; Órgão: Benedito Rosa
Execução: Cia. Bachiana Brasileira, Orquestra e Coros Principal e de Apoio
Direção Musical e Regência: Ricardo Rocha
Ficha Técnica:
Direção Geral: Ricardo Rocha
Produção: Vicente Barros, Stage One
Assistente: Rafaela Marsico
Fotos: Diego Padilha
Engenharia de áudio e edição: Sérgio Lima Netto – Studio Araras
Gravação do vídeo: Toca Vídeos
Acompanhe as plataformas virtuais da Cia Bachiana Brasileira
Instagram: @cia.bachiana
Facebook: Cia.Bachiana Brasileira
YouTube: Cia. Bachiana Brasileira
Site: maestroricardorocha.com
Serviço:
IV Festival Bach do Rio de Janeiro e a Paixão Segundo São João (1724)
Lançamento da gravação com a Cia Bachiana Brasileira
Local: Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé
Data do lançamento: 07 de agosto de 2021
Horário: 19h
Canal do YouTube Cia Bachiana Brasileira – gratuito
https://youtu.be/aqvjlXFlrrc – legendado
Classificação: Livre
Realização: Lei Aldir Blanc, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Fundo Estadual de Cultura