A Escola de Samba Unidos do Cabuçu divulgou a sinopse do enredo que
apresentará no próximo carnaval: “A CABUÇU CANTA PRA SUBIR NO
CENTENÁRIO DE BÁNGBÀLÀ”, que será desenvolvido pelo carnavalesco Lane
Santana.
A Cabuçu será a 7ª Escola a desfilar pela Série D da LIESB, na
Intendente Magalhães, no domingo de carnaval (23/02/2020).
Confira a sinopse.
S. E. R. E. S. UNIDOS DO CABUÇU
CARNAVAL 2020
ENREDO: “A CABUÇU CANTA PRA SUBIR NO CENTENÁRIO DE BÁNGBÀLÀ”
Presidente: Marcelo Rodrigues
Vice-Presidente: Flávio Viana
Diretor de Carnaval: André Jales
Autor do Enredo: Jorge Lucas
Carnavalesco: Lane Santana
Comissão de Carnaval: Jorge Lucas, Cristiano Prado e Cléia Jales
A Unidos do Cabuçu tem o prazer de apresentar a sinopse do enredo “A
Cabuçu canta pra subir no centenário de Bángbàlà!”, uma prece a este
personagem emblemático nas religiões de matrizes afro-brasileiras.
Com o axé desse ogã, o mais velho e ainda vivo no Brasil, sigamos a um
Carnaval 2020 emocionante e com muita energia e vibração, o trabalho
será assinado pelos carnavalescos Lane Santana e Jorge Lucas.
Sinopse
A Unidos do Cabuçu pede licença ao povo de rua, para que os caminhos
da avenida sejam abertos afim de contar com êxito a história de vida
do grande mestre que ao toque de suas Mãos exalta a presença dos
Orixás, com a licença de Exú: O início de um caminho, uma trajetória,
um legado…
No momento de seu nascimento na Bahia, o jovem Luiz Angelo da Silva
recebe uma missão dos Orixás, levado por seu pai carnal (também
seguidor do candomblé), ao terreiro de Mãe Lili D’Oxum onde é feito no
santo, iniciado no candomblé recebe o nome de Bángbàlà.
Filho de Pai Xangô, o Grande Rei Justiceiro e escolhido por Oxum não
nega a tradição do candomblé, do artesanato ao Axexê, Bángbàlà
percorre o caminho traçado por seu destino: amizade além dos
horizontes… o grande mestre Griot, ao longo de sua jornada rodou o
mundo, conhecendo personalidades da política, bem como artistas, mães
e pais de santo, fazendo grandes amizades, uma destas, inclusive por
proximidade ideológica, foi com Mãe Beata de Iemanjá, que durou por
toda a vida.
Além de seu compromisso espiritual, teve que cuidar como todo mundo de
sua vida carnal, guiado por Ossain traçou um caminho pela área da
saúde, trabalhou e se aposentou servindo ao próximo, no hospital
Salgado Filho.
Ogan Bángbàlà dedicou-se a música, tendo gravado vários CDs com as
cantigas dos Orixás. Ele não incorpora, mas entoando sua voz, e ao
ritmo da batida de suas mãos, se faz o transe que anuncia a chegada
dos orixás na terra, em suas oficinas, ensina e produz atabaques,
xequeres, berimbaus entre outros instrumentos utilizados nos rituais
do candomblé, sempre preocupado em transmitir seu conhecimento.
Por sua vasta experiência, sendo o ogan mais antigo do Brasil em
atividade, é chamado para as cerimônias dos Axexês, ritos fúnebres que
chegam a durar ate sete dias.
O Arco-íris de Oxumarê vem trazendo a representatividade da força e do
Amor, através de sua fiel companheira Maria, o mestre segue firme em
sua jornada centenária, como símbolo vivo de resistência cultural,
tendo ocupado diversos cargos no Afoxé Filhos de Gandhy, na Bahia e no
Rio de Janeiro.
Reconhecido por sua luta constante e ensinamentos transmitidos as
novas gerações, Bángbàlà, recebeu diversas homenagens, e matérias
jornalísticas em vários veículos de mídia, recebendo o reconhecimento
em vida do Instituto Fluminense de Religiões Afro Brasileiras e o
título de Comendador, recebendo das mãos da Presidenta Dilma Rousseff,
a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, conferido pela Presidência da
República do Brasil.
KAÔ Kabecile! Vamos Saudar o Mestre, que sempre foi a favor da
preservação das tradições e ao respeito à religião, como o fogo de
Xangó, seu orixá, Bángbàlà clama por justiça, dedicando em sua vida, a
luta pelo livre direito de expressão religiosa, sendo uma voz contra o
preconceito e a intolerância religiosa, usando sempre a sua vasta
sabedoria.
Com a Proteção de Xangô, nesta celebração da vida do grande Ogan
Bángbàlà, a Unidos do Cabuçu junto aos seus filhos e seguidores, vai
dar continuidade a Voz que não se cala, cantando na avenida contra a
intolerância e exaltando os Orixás para que abençoem o caminho de
todos, encerrando esta noite de festa com as bênçãos de Oxalá e as
sábias palavras do mestre:
“Imo na gba um nana eemi ati lodo na nirele!”
“A sabedoria se aprende com a vida e com os humildes”
Axé!