A Escola de Samba Unidos de Bangu divulgou a sinopse do seu enredo para o Carnaval 2023. Sob o título “Aganjú… A visão do fogo, a voz do trovão no Reino de Oyó”, de autoria do carnavalesco Robson Goulart, a escola da Zona Oeste vai contar a história de uma qualidade de Xangô, o orixá da justiça.
Em 2022, a Unidos de Bangu terminou a Série Ouro na sétima colocação, ao homenagear Castor de Andrade. Desde que voltou à Sapucaí, este será o terceiro enredo com temática afro da escola. Anteriormente, foram apresentados “A travessia da Calunga Grande e a nobreza negra do Brasil”, em 2018, e “Memória de um Griô: a diáspora africana numa idade nada moderna e muito menos contemporânea”, em 2020.
Confira a sinopse:
“AGANJÚ… A VISÃO DO FOGO, A VOZ DO TROVÃO NO REINO DE OYÓ”
AGANJÚ, o Xangô Menino – Reino de Oyó – Sentinela dos vulcões
Sou o quinto Alafim no Império de Oyó, filho de Ajacá, neto de Oraniã e sobrinho de Xangô. Representação máxima do poder de Olurum.
Vaidoso, forte e destemido… Carrego nas mãos o Oxé simbolizando a imparcialidade. Sou a divindade da vida, representada pelo fogo.
Sou liderança… Recebi de Olófin o dom e a missão de equilibrar o mundo!
Sou símbolo de terra firme, que, quando ameaçada, explode vomitando fogo.
Como sentinela dos vulcões… Se ameaçado boto fogo pelas ventas, queimando cidades e destruindo inimigos.
Mas também do fogo expelido, alumio a terra.
Tenho a força de trovões… Grito alto em prol dos escravizados e oprimidos!
Nas batalhas e em minhas decisões sou rápido como os raios!
Sou valente em meu reino e também valente na guerra!
Sou o Xangô Menino – Sou a voz do trovão e, por muitos anos, liderei o “Reino de Oyó”.
AGANJÚ – Agrados e Oferendas e o ritual – O amalá para Xangô
Batam cabeças… Forme a roda!
Pode ser nos terreiros afros de fé…
Nas praças e festas no mês junho, Salve São João… Salve São Pedro! Bandeirinhas, balões e o fogo das fogueiras não podem faltar.
De uma forma ou de outra Xangô a festejar!
No candomblé: Ecoa o alujá firme e forte no Rum.
Traz o ajapá, e o carneiro para ofertar
AGANJÚ gosta de ser agradado em seus rituais com muita fartura em suas comidas e obrigações ofertadas pelos seus filhos.
Traz a gamela, prepara o acaçá…
Azeite de dendê, cebola ralada para temperar…
Quiabo e carne não podem faltar!
Só não pode esquecer: Sou AGANJÚ, o Xangô Menino!
Aos Ibejis também peço para agradar. Frutas, guaraná, cocadas, bananadas e doces entram no meu amalá.
E nos rituais ao fogo elemento de Xangô… Festa da fogueira, nunca pode faltar. Roda de Xangô – cânticos, danças e louvações… fiéis ao orixá do fogo celebrar!
Quente, quente é o ajerê, panelas de barro de cabeça em cabeça a passar, na luta pelo poder do uso do fogo, Xangô e Iansã a duelar, línguas de fogo no terreiro a alumiar… Xangô, o vencedor. Feliz e a todos abençoar!
EM FESTA – ORIXÁS SAÚDAM AGANJÚ
Orixás te recebem e fazem uma grande saudação.
No compasso dos tambores, bate forte coração…
Chegam todos orixás em celebração ao menino.
AGANJÚ, em desfile mostra sua história!
Com o Oxé erguido, salve o “Xangô Menino”, que feliz está em festa…
Axé, ao meu povo guerreiro!
Sou AGANJÚ! Forte! Vaidoso! Altivo e destemido!
Em terras brasileiras e nas tradições afro-brasileiras, sou São João, São Pedro, São Jerônimo e São Judas Tadeu.
Kaô, Xangô!
Kaô, meu pai maior! Kabecile!
Sou AGANJÚ, o “XANGÔ MENINO”, orixá tão amado e querido que a UNIDOS DE BANGU APRESENTA na passarela a desfilar!
Texto e pesquisa: Robson Goulart e Amarildo de Mello.