GRES Chatuba de Mesquita – Sinopse do enredo

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Para o Carnaval de 2023, a Escola de Samba Chatuba de Mesquita irá levar para a passarela popular da Intendente Magalhães  uma grande homenagem ao sambista Carlos Roberto de Oliveira, o malandro Dicró, que será desenvolvido pelo carnavalesco Matheus Rodrigues que irá para o segundo ano consecutivo na agremiação de Mesquita.

Confira a sinopse e regulamento para a disputa de samba-enredo da agremiação

GRES Chatuba de Mesquita – Carnaval 2023

Enredo: “Eis o Malandro Dicró pela Lapa outra vez…”

Carnavalesco: Matheus Rodrigues

Apresentação

Mergulhando em notas musicais que traduzem de forma satírica e crítica direta ao cotidiano da população brasileira. O G.R.E.S. Chatuba de Mesquita entra em cena mais uma vez para exaltar um dos maiores cantores de samba da história do Brasil.

Nascido no primeiro dia do “Carnaval da Vitória” em 1946, nosso homenageado malandro e humorístico retorna ao bairro mais boêmio da cidade do Rio de Janeiro”Lapa” para nos brindar com seus ensinamentos que durante sua trajetória terrestre cantou pelos palcos.

Para o Carnaval de 2023, nossa escola tem o orgulho de exaltar na Intendente Magalhães o enredo “Eis o Malandro Dicró pela Lapa mais uma vez…” em uma grande homenagem a Carlos Roberto de Oliveira, O Dicró.

Sinopse

“ Oh! Lapa que assistiu minhas tristezas
Oh! Lapa que viu os meus dias de glória
Quando eu andava
Sempre bem acompanhado
De terno de seda e cachecol
Jogado pro lado”

Madrugada — Ponto de Malandro

“Cai mais uma noite pela querida Lapa
Boa noite pra quem é de boa noite
Bom dia pra quem é de bom dia
Chega ai malandragem, vem ver esse luar aqui
Tá moldando o visual do bairro mais boêmio carioca
Puxo a cadeira de um bar na subida da Evaristo Veiga que ao longe me deparo com a imagem do meu protetor “Salve Seu Zé Pilintra! Salve os Malandros! Salve a Malandragem!”.

Garçom, traz uma gelada aqui pro Velho Dicró e aproveita um petisco também que a noite vai ser longa. Olho para o lado surge um ralé pedindo uns trocados para comprar algo para comer, os
canas já ficam atentos achando que é assalto “Calma meu povo, que o sujeito só tá tentando matar a dor que sente todos os dias, “A DOR DA FOME”.

Ouço ao longe vindo de um dos bordéis “Esse carnaval, cheio de encantos mil Lá, lá, lá, lá, lá… Canta, canta meu Brasil ” reconheço esse samba, O Carnaval da Vitória de 1946. Solto um leve sorriso, nasci em um ano de comemoração, o fim da Segunda Guerra Mundial.

Esse cantarolar me faz recordar da minha infância por Mesquita. Oh! Minha mãe, Dona Célia Tiroteio, escrevia seus próprios pontos de Umbanda, dali conheci o Samba de roda logo após as sessões no terreiro.

No dia a dia saia de porta em porta precisando de uns trocados, ia vendendo jornais, inventando histórias inovadoras, tipo “ Extra, extra Madonna se casou com Pelé “, num é que vendia que nem água.

Quando voltava para casa me deparava com a Folia de Reis percorrendo as ruas de Jacutinga, no começo não entendia o porquê das roupas, depois de muito estudo descobri a consagração aos três reis magos.

Às vezes juntava minha galera fomos andando até a Praia de Ramos ou então pulava a grade da estação de trem em Mesquita e pegava o Japeri sentido a Central, ficava quietinho, os baixinhos passam despercebidos.

Um dia tomei coragem e fui em uma gravadora, o cara me conquistou com “ Tô doidão, Tô doidão com batida de limão” só falei esse é o cara, me identifiquei! Cheguei lá, apresentei meus sambas e ele só me respondeu “ Escuta ai, malandragem, a voz do cara é diferente “ o disco vendeu horrores.

(Penso) Essas pinturas do arco tão tudo manchadas, se fosse na minha época não estaria assim. (Coloco a mão no rosto) Caramba! Já fui até pintor lá na Urca, como pude quase esquecer daquele cachorro da dona que comeu o meu almoço, ela invés de se preocupar comigo, correu com o totó pro veterinário para ver se não estava envenenado, que raiva que senti, naquele dia decidi mudar.

Quando gravei meu primeiro LP, ganhei dinheiro, mas até no banco aprontaram comigo com meu primeiro pagamento como cantor, os caras do banco não queriam me pagar só por que sou negro e me chamo Carlos Roberto, quando falei Dicró queriam abrir conta e tudo, peguei meu dinheiro e fui embora, sai pra lá.

Engraçado, quem pode pensar que o velho Dicró aqui até se candidatou a prefeito, mas nesse rolo todo, até minha mãe não votou em mim, e ainda disse “Os eleitores que não te conhecem, não votaram, eu que te conheço vou votar? Ah! Tô fora…” eita mulher braba da gota, mas é bom lembrar que o eleitor é pior que o político, se vende por 20 reais, tudo bando de roedores.

Eita! Bateu a saudade do meu piscinão. Desde novinho tomava banho lá, depois ajudei a ganhar nome e fama, até abraçar a praia de Ramos eu participei. Saudade dos domingos em família, com sol escaldante e ouvindo “Adivinha pra onde nós vamos, aluguei um caminhão, vou levar a família na Praia de Ramos”.

Minha inspiração vem de todo lugar, fiz muito samba pensando no bar tomando uma gelada, olhando a mulherada, até nos bordéis da Lapa me inspirei, é tanta história pra contar que no final tudo virou samba.

(Olho atentamente o santuário) Sabe seu Zé, eu acho que lá atrás eu acabei cantando o futuro sem saber, naquela época as coisas já eram meio estranhas, hoje então…

Eu cantei o casamento do custo de vida e olha como está hoje aí fora! sobrou até para caixa de leites quase 10 reais, oh! loco.

Cantei e hoje virou bordão como dizem os moleques esse ai é “Barra Pesada”, virou os morros do Rio de Janeiro e também a querida baixada, tem gente aí que não gosta nem de citar o nome do bairro que mora porque o outro já fala “Eta lugar perigoso”.

To achando que o povão vai ter que mergulhar lá na minha canção “Vendendo Barato” e sair gritando pelas ruas “Muamba, muamba quem vai querer? Muamba!” pra ver se consegue um trocado, porque essa história de “Tem Emprego” é tudo mentira, os caras têm que ir trabalhar informal para conseguir algo na vida, “Porque um preso dá vários empregos, você pode acreditar”.

Sobra até para os professores e os estudantes, nem nas escolas estão seguros. Os Professores têm a missão de ensinar aos futuros médicos, professores, arquitetos, jornalistas e policiais. Mas, os caras ganham uma mixaria de dinheiro, como é que pode os mestres do ensino estarem tão largados assim?

To achando que vou pra TV de novo pra ver se geral acorda aeee, tá complicado viver em meu Brasil!

Até a minha Chatuba entrou na roda, a cidade modelo dos meus sonhos, os barracos são coloridos nas cores da educação. Invés de armas, lápis estão nas mãos da molecada, são livros embaixo dos braços levando para todos os lados do morro e ensinando que “É de gente educada, que o Brasil tá precisando”.

Bom, Seu Zé vou seguir viagem
Tô velhinho, sou Velha Guarda agora
Como dizem por aí “Sou Bamba”
Foi bom retornar a Lapa, beber umas, relembrar histórias
Fui, se não perco meu Japeri
Vou voltar para minha Chatuba.

Regras do concurso de disputa de samba-enredo
Entrega do Sambas-Enredo – 07/09/20222 – Quarta-feira
Local: Quadra do G.R.E.S Chatuba de Mesquita
Horário: A partir das 10:00 hrs
Apresentação dos Sambas-Enredos
Dia 10/09/2022 – Sábado
A partir das 17:00 hrs
Obrigatoriedades que deverão estar presentes nos sambas-enredos.

Viva o samba!
Salve seu Zé!
Cerveja, Lapa, Boêmia
Celeiro de Bambas
Oh Luar, Oh Luar
Jogos, Bingos,
Cartas, Cartelas

O samba enredo deverá ser escrito em primeira pessoa exaltando a malandragem, a boemia e a noite carioca.
Em caso de dúvidas entrar em contato através do instagram da agremiação.