GRES Acadêmicos do Salgueiro divulgou a Sinopse do enredo Carnaval 2020

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Confira a sinopse do enredo da Escola de Samba Acadêmicos do 
Salgueiro, para o carnaval 2020. O enredo “O REI NEGRO DO PICADEIRO” é 
de autoria e desenvolvimento do carnavalesco Alex de Souza.

GRES ACADÊMICOS DO SALGUEIRO – CARNAVAL 2020
Enredo: O REI NEGRO DO PICADEIRO
Carnavalesco: Alex de Souza

  SINOPSE

Nasci livre!

Sou filho do “Negro Malaquias”, sujeito danado de brabo, que caçava os 
“fujão” da fazenda do sinhô e da sinhá, que até eram “bão”. E minha 
mãe, Leandra, era cativa de estimação.

Um dia o circo chegou lá na Vila, eu levava broa de milho para vender 
na entrada; tinha uns doze anos e resolvi fugir. O picadeiro 
representava liberdade, sonho e fantasia. Antes que me esqueça, meu 
nome é Benjamim Chaves, mas meu pai me chamava de “Beijo”, “Moleque 
Beijo”.

Parti no Circo Sotero. Lá, a obrigação da meninada, era aprender desde 
cedo, todas as tarefas. Mesmo eu, que era um agregado, aprendi debaixo 
de castigo, a cuidar dos animais; todas as acrobacias e outras coisas 
mais…

“A mãe da arte de todos os números é o salto” e eu dei um salto na 
vida. Tem que aprender a cair, pra saber levantar.

Aprendi muito com o “Mestre Severino” e adotei seu sobrenome, agora 
pode me chamar de Benjamim de Oliveira. Mas entre sonho e realidade, 
vida de “beijo” é difícil, é difícil como o quê… E de tanto apanhar, 
fugi de novo. Meu destino era fugir, destino de negro…

Fui atrás de uma caravana de ciganos, mas “quá” , “num” é que os 
“ladino” queriam me trocar por cavalo?

Fugi e fui pego por um fazendeiro, provei que era circense e ele me 
deixou seguir viagem.

E de circo em circo, substituí o palhaço principal, que estava doente, 
no Circo frutuoso, começando aí minha história…

A noite começava a fervilhar nas cidades grandes, eram novos tempos, 
teatros, café-concerto, a elite buscava o teatro sério e o “Zé Povo”, 
o que fosse mais ligeiro, encontrava no circo o divertimento que 
queriam. “Todo artista tem de ir aonde o povo está!”

Minha popularidade crescia, uma vez até o presidente, o marechal de 
ferro, Floriano Peixoto, por eu cantar e dançar chulas 05 foi lá me 
cumprimentar .

No Spinelli lancei a forma de teatro combinado com circo que chamariam 
pavilhão. Comédias, paródias e a arte de representar por gestos, sem 
palavras. Fizemos clássicos, como Otello; farsas, melodramas, operetas 
como A Viúva Alegre , até uma paródia de O Guarani , que acabou 
projetado nas telas, o cinema surgia na bela época. O primeiro Momo, 
que seria mais tarde, a representação do “Rei da Folia”, foi pela 
primeira vez, representado por mim, na minha opereta fantástica O 
Cupido do Oriente. Assim como inúmeras peças, de minha autoria.

Fui ator, diretor, autor, produtor, dançarino, compositor, cantor (até 
gravei discos), e palhaço sim senhor! O PRIMEIRO PALHAÇO NEGRO DO 
BRASIL! E o palhaço o que é? E o que fui? Uai?! Acima de tudo: Um 
artista brasileiro!!!

Abram as cortinas, acendam as luzes, que o show tem que continuar! 
Respeitável público, minhas senhoras e meus senhores, nessa 
passarela/picadeiro, o meu querido Salgueiro vai apresentar: Novos 
Benjamins do circo, teatro, cinema e televisão, com o aplauso “d’ocês”!

Despeço-me com um “Beijo” do “Moleque” e o meu muito obrigado!!!

Alex de Souza
Carnavalesco