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Carnaval 2019 – GRES Império Ricardense – Sinopse do enredo

a GRES Império Ricardense divulgou a sinopse do enredo para o carnaval 2019, confira:

CARNAVAL 2019
PRESIDENTE
JATIR COSTA
VICE-PRESIDENTE
GIL PERSEGUINO
DIRETOR DE CARNAVAL
NINO SMITH
COMISSÃO DE CARNAVAL
ARILTON SMITH
FÁBIO GIAMPIETRO
GABRIEL MELLO
ALICE SMITH
ELIANE BOLDRINI
ENREDO
AMA – O BRADO DAS AMAZONAS
UMA IDEIA DE ADAILTON MEDEIROS

INTRODUÇÃO

“Uma metade do mundo é mulher, a outra metade são filhos delas.”.

JUSTIFICATIVA

Posto que nosso nome – histórico e geográfico – provém das características de
nossa terra, parece fato natural que nós sejamos “elas”: Uma nação mulher. Uma
pátria fêmea.

Esta abençoada terra – onde o que se planta, dá! – pela própria função de acolher,
germinar e proteger, não poderia ter outra qualidade que não fosse feminina. E
foi bem aqui, em tempos imemoriais, que as mulheres guerreiras dos troncos
tupis empunharam armas de ferro, fogo, fé e amor, para transformar o mundo
anacrônico e pragmático do tal sexo forte num fantasioso universo de paixões e
bravura.

“Amazonas”, era como os invasores europeus chamavam estas mulheres.
O termo, cujas origens são motivo de debate pelas inúmeras possibilidades, vem
sendo utilizado por séculos para designar as mulheres que contrariam a lógica
do mundo masculino, desde as mitológicas infantes da Ilíada homérica e bravias
índias do Novo Mundo, até as atletas de montaria dos tempos modernos.
E cá estamos, nestes tempos que chamamos de modernos, discutindo o papel
feminino na construção de nossa sociedade, como participantes ou
expectadores da luta cruel de nossas meninas contra o assédio, a misoginia, a
desigualdade salarial e o machismo que cobre, pune e mata, todos os dias, a
cada minuto, tantas de nossas irmãs, primas, tias, mães, avós, companheiras,
conhecidas e desconhecidas.

Cumprindo com a sua função social e entendendo-se como parte da herança
matriarcal deixada por grandes sambistas – compositoras, cantoras, baianas,
passistas, porta-bandeiras, figurinistas, enredistas, carnavalescas, coreógrafas,
destaques, chefes de ala, diretoras e presidentes – o Grêmio Recreativo Escola
de Samba Império Ricardense transforma em brado a reverência às mulheres
extraordinárias que mudaram a história do nosso país.

Este carnaval é dedicado a todas as Marias, Joanas, Iracemas, Anastacias,
Dandaras, Franciscas, Aparecidas, Bárbaras, Joaquinas, Chiquinhas, Penhas,
Quitérias, Mercedes, Ciatas, Zuleicas, Carolinas, Tarsilas, Anitas, Pagus, Olgas,
Jovelinas, Ivones, Leilas, Marielles e Reginas, da vida, da lida, do samba, da
casa, da rua e da nossa família.

Este carnaval é dedicado a Grande Dona Ivone Lara. Dama e Diva do Imperio,
Serrano, Ricardense e do Carnaval. Inspirado nos versos livres e empoderados
de Conceição Evaristo. Amparado no colo de Jandira, nossa matriarca.

SINOPSE

Para decifrar o grito, mergulhemos de novo no ventre de todos. De todos os pais
e de todos os filhos. Dediquemos atenção ao laço afetivo mais verdadeiro e
caminhemos pelo cordão que nos une ao colo da história.

Sim! Agora estamos atados aos atos delas. Podemos sentir de novo o corpo
ferido em flecha, pelo arpão que rasgou o céu, cruzou o mar e adentrou a terra,
misturando em urucum e carmim o lado de lá com o lado de cá. E em festa,
iremos quebrar aquelas correntes, libertando a alma das amas, escravas,
sementes, amarradas ao tronco de um jovem país – que é filho: de santas,
mundanas e caminhos, abertos em morros e matas, quilombos e ninhos, onde
damas e amores fizeram seu lar.

Dançaremos ao som das sete oitavas, admirando contralto e soprano, no limite
entre o tambor e o piano, enquanto sonhamos com revoluções. Pintaremos no
chão do salão a mudança e o direito, bordaremos no peito o retrato perfeito, para
rasgar a mordaça que cala os porões. Aclamaremos uma rainha, uma artista,
uma general.

E ela vai nos guiar feito estrela em noite de festa, pelo alto do morro na trilha
em queda, deixando seu rastro a caminho do mar. Vai luzir e virar amuleto, na
forma feroz de uma bala de prata, abrindo outra vez a ferida que mata,
lembrando que nós não podemos parar.
E ela?
Ela não é mais daqui.
Ela é uma ideia.
Ela é a conquista.
O sabor da vitória.
O luto que vira luta para a gente transformar em história.
História que vira enredo. Enredo que vira samba.
Samba que chama a garra de quem veste fantasia para desfilar.
AMA! AME! AMOR! AMAZONA!
Um fardo! Um brado! Um Carnaval!
* A palavra AMA, quer dizer MÂE e compõe o termo AMAZONA em referência
as antigas sociedades matriarcais.

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