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Carnaval 2020 – GRES Estácio de Sá – Sinopse do enredo

A Escola de Samba Estácio de Sá apresentou, na noite da última 
quarta-feira (31/08),  a sinopse do seu enredo para o Carnaval 2020.

“Pedra” será o tema que a Escola vai levar para a Marquês de Sapucaí 
no ano que vem e marcará a volta da carnavalesca Rosa Magalhães à 
vermelha e branca do Morro de São Carlos, onde assinou os enredos “O 
ti-ti-ti do Sapoti”, em 1987, e outros dois desfiles seguintes: “O boi 
dá bode” , em 1988 e “Um, dois, feijão com arroz” no ano de 1989.

  A Estácio de Sá será a 1ª agremiação a desfilar pelo Grupo Especial, 
na Marquês de Sapucaí, no domingo de carnaval (23/02/2020).

Nos dias 15, 22 e 29/08, os compositores poderão tirar dúvidas com a 
carnavalesca, na quadra da Estácio, de 28 às 20h.

As eliminatórias de samba-enredo têm início no dia 06/09, na quadra da 
agremiação, a partir das 22h.

Confira a sinopse do enredo.

GRES ESTÁCIO DE SÁ – CARNAVAL 2020

ENREDO: PEDRA

CARNAVALESCA: ROSA MAGALHÃES

A pedra, para o ser humano, representa a permanência do tempo. A 
camada externa e dura da Terra, a rocha.

A beleza sólida desse material é a essência de nosso planeta. E foi 
essa beleza sólida que nossos ancestrais usaram como caminho para 
registrar suas passagens pelo mundo.

Descobriu-se a beleza dos diamantes, de tantas pedras preciosas ou 
semipreciosas e do ouro. Foi esta uma das primeiras atividades de 
exploração dos homens no Brasil, mais precisamente em Minas Gerais, no 
século XVIII. A partir de 1771, criou-se a Real Extração, sob o 
controle da Coroa portuguesa, decreto que durou até mesmo depois da 
Proclamação da Independência. Foram as primeiras pedras que trilhamos 
no nosso caminho.

E vamos seguir pela estrada de Minas, pedregosa…

O poeta Carlos Drummond de Andrade nasceu e cresceu em Itabira, em 
Minas. Da janela de seu quarto, costumava observar o perfil montanhoso 
cujo destaque era o pico do Cauê.

  ‘’Chego à sacada e vejo minha serra, a serra de meu pai e meu avô, a 
serra que não passa … Essa manhã acordo e não a encontro britada em 
bilhões de lascas…”

Fora-se a Pedra, engolida pelo enorme trem, fora-se a pedra do poeta.

Outro escritor mineiro, Guimarães Rosa, enfocou “a biodiversidade do 
cerrado e o relevo constituído pelo calcário, rocha maleável e 
moldável pela ação das águas. O Morro da Garça só emite recados porque 
é uma pirâmide no meio de Minas e de uma história imemorial do 
garimpo, da pecuária, dos boiadeiros viajantes e da surda vidência 
sertaneja.”

Outra pedra que faz parte do nosso caminho é a Serra dos Carajás. 
Recebeu o nome de seus antigos moradores – os índios Carajás. Segundo 
suas crenças, eles nasciam do interior do solo – solo rico e 
pedregoso, repleto de grutas.  Quando nasciam, saíam desse mundo 
subterrâneo para ir habitar a superfície.

A região é uma pedra enorme toda feita de ferro, e em seu entorno 
nascem pequenas cidades. Segundo uma artesã do Centro Mulheres de 
Barro, na cidade de Parauapebas, surgiram muitos conflitos por aquele 
rico pedaço de chão.

A própria cidade é um amálgama de pessoas vindas de todos os cantos do 
Brasil. Vêm do norte e do nordeste, do sul e do sudeste, vêm do centro 
e vêm do leste. Todas sonhando em extrair daquela terra as muitas 
riquezas que ela guarda. E acabam também formando uma amostra da 
variedade do povo brasileiro.

A rocha mais antiga que conhecemos uma lasca com pouco mais de dois 
centímetros, foi coletada na Lua pelos astronautas da nave Apollo. Tem 
quatro bilhões de anos.

A nossa Terra, vista da Lua, ainda é linda, azulzinha… Até quando?

Rosa Magalhães

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

Cosmologia e Sociedade Karaja – Andre Amaral de Toral – Universidade 
Federal do Rio de Janeiro – Museu Nacional – 1992 – pags 145 a 162

Pedra – O Universo Escondido –  Denise Milan –  S. Paulo – Bei 
Comunicação –  2018

Maquinação do Mundo – Drummond e a mineração-Wisnik,José Miguel – 1a. 
edição-S. Paulo – Companhia das Letras- 2018

Peret , João Américo – Mitos e Lendas Karajás – Rio de Janeiro 1979

A margem do projeto ferro carajas- uoma pequena contribuição a 
história social e cultural de Parauopebas 1980 – 2009   Rocha,Avon 
Jose Araujo

A história de Parauopebas Força e Trabalho em Carajá -Miguel Angelo 
Braga Reis – 2016

Crédito das fotos: André Costa.

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