Um coro de 120 vozes da Associação de Canto Coral acompanhado pela Orquestra Sinfônica Jovem vai executar a Cantata de Natal do renomado compositor brasileiro Ricardo Tacuchian. O concerto no Theatro Municipal do Rio é uma homenagem da ACC pelos 80 anos do maestro, completados em novembro deste ano. O programa será às vésperas do Natal, no dia 23 de dezembro (segunda-feira), às 19h30.
Além da Cantata, a Orquestra Sinfônica Jovem, formada por meninos e meninas carentes, vai apresentar a 5ª Sinfonia de Schubert. A obra de Tacuchian resgata o espírito de Natal com características fluminenses e cariocas. A peça tem um cunho de reflexão crítica ao consumismo desenfreado que tomou conta do Natal, uma festa que, em sua origem, comemora a simplicidade, a fraternidade e o amor.
A Cantata de Natal foi escrita por Ricardo Tacuchian em 1978, concebida para Soprano, Barítono, Narrador Masculino, Coro e Orquestra Sinfônica.
O texto é baseado nos Evangelhos Segundo São Mateus e São Lucas, nos poemas “Vi nascer um Deus”, de Carlos Drummond de Andrade e “Desceu sobre os homens a doce paz das alturas”, da série de quatro poemas de Natal de Manuel Bandeira, além do ciclo natalino do folclore fluminense e carioca.
É uma das obras mais populares do compositor, com cerca de 20 apresentações ao vivo, inclusive em Portugal, e duas gravações feitas respectivamente pela TV Cultura e pela antiga TV Educativa, ambas transmitidas para todo o território nacional.
Ao escrever a Cantata de Natal, a proposta do compositor foi a de compor uma obra de comunicação imediata, mesmo para um público não iniciado em música coral sinfônica. Ele procurou criar um clima de Natal brasileiro, diferente daquele com pinheiros cobertos de neve. Mais que brasileiro, um Natal fluminense e carioca, com as lapinhas interpretando o sentimento do catolicismo popular do Estado do RJ, sem perder o caráter universal da festa. A música é tonal e despojada.
Ricardo Tacuchian é compositor e regente. Graduado em piano, composição e regência pela UFRJ e com doutorado em composição pela University of Southern Califórnia. Foi professor visitante da State University of New York at Albany e da Universidade Nova de Lisboa. Sua obra, com mais de 250 títulos, foi executada em todo o mundo ocidental, num total de 34 países e 136 cidades estrangeiras e já foi gravada em 116 fonogramas em mais de 62 CDs, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, fora as gravações em LP.
Tacuchian participou de inúmeros festivais internacionais e residências artísticas, das quais se destaca a Villa Serbelloni, às margens do Lago de Como (Itália), quando escreveu seu Quarteto de Cordas nº 3 “Bellagio”, sob os auspícios da Rockeffeler Foundation (2000). A obra estreou, nove meses depois, no Teatro dei Filodrammatici, em Milão.
Em 1985, regeu o maior grupo instrumental de toda a história da música
brasileira: uma banda com dois mil músicos, apresentando um programa de
música tradicional e popular brasileira, na Praça da Apoteose, no Rio de
Janeiro. Em janeiro de 2004 o maestro regeu no Porto, um concerto
coral-sinfônico, dedicado à sua própria obra.
Em 2017, Tacuchian foi apontado pela Rádio MEC-FM como “O Compositor do
Ano”, com programas mensais dedicados a sua obra. Orquestras como a
OSTM-RJ, OSB, OPS, OSN, OSPA, OSESP, OSUSP, OSUFRJ, OSUNIRIO, entre
outras já programaram suas composições.
Em comemoração aos 80 anos do compositor, neste ano de 2019, sua música
foi programada cerca de 60 vezes, no Brasil e no exterior, dentre as
quais se destaca a primeira audição brasileira da Sinfonia das
Florestas, na Sala Cecília Meireles, com a Orquestra Sinfônica Nacional.
A Associação de Canto Coral, fundada em 1941 pela musicóloga Cleofe
Person de Mattos, divulga desde então a música coral brasileira,
realizando centenas de concertos nas melhores salas do Brasil e do
exterior, sob a batuta de renomados maestros como: Igor Stravinsky,
Heitor Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Francisco Mignone, Isaac
Karabtchevsky e Henrique Morelenbaum.
revitalizando a entidade, que possui variados coros com cantores
iniciantes até os mais experientes. Eles vêm se apresentando em espaços
como Cidade das Artes, Sala Cecília Meireles, Theatro Municipal do Rio
de Janeiro, Centro Cultural Justiça Federal, Centro de Referência da
Música Carioca, além de igrejas. Sem fins lucrativos, e sem subvenção
estatal, a ACC se mantém através de doações de seus membros e eventuais
patrocínios privados.
A Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro (OSJRJ), fruto do programa
Ação Social pela Música do Brasil, é composta por 55 jovens de grande
talento e dedicação com idades entre 15 e 24 anos e, em sua grande
maioria, residentes de comunidades do Rio. Alguns desses talentos,
inclusive, já se apresentaram recentemente em concertos na Alemanha,
Holanda, Suíça e nos Estados Unidos.
A participação desses jovens na Orquestra é fundamental para seu
desenvolvimento tanto profissional quanto pessoal. Neste processo de
aprendizagem, os alunos da ASMB adquirem maior disciplina, concentração,
capacidade de trabalho em equipe, respeito e paixão pela arte,
afastando-os, consequentemente, de atividades nocivas muito próximas de
suas residências. O objetivo da OSJRJ é dar suporte aos jovens músicos,
aperfeiçoando a prática orquestral e conduzindo-os à universidade e à
profissionalização.
A OSJRJ tem realizado apresentações no Theatro Municipal do Rio de
Janeiro, na Cidade das Artes, na Sala Cecília Meireles, no Centro
Cultural do Banco do Brasil, em escolas e universidades. Também exerce
um papel relevante através da divulgação da música clássica nas
comunidades do Rio de Janeiro, executando amplo repertório.
Preços
Frisas e camarotes – R$ 240,00 (40 cada cadeira)
Plateia e balcão nobre – R$ 40,00
Balcão superior – R$ 20,00
Balcão superior lateral – R$20,00
Galeria – R$10,00
Galeria lateral – R$ 10,00
O Theatro Municipal do Rio de Janeiro fica na Praça Floriano, s/nº –
Centro. Informações: (21) 2332-9191.