Os Mestres e Mestras de Capoeira e demais capoeiristas do Rio de Janeiro têm menos de um mês para preencher a inscrição no Cadastro Fluminense da Capoeira. A iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Sececrj), através do Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac), fica aberta até o dia 15 de junho e visa mapear as atividades realizadas nos 92 municípios. O órgão planeja lançar políticas públicas de fomento para o segmento e, para participar dos certames, será necessário estar com o cadastro em dia.
“Essa ação demonstra que estamos atentos à gestão compartilhada que concorre a todos os entes quando se trata da salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. A Roda de Capoeira e o Ofício de Mestra e Mestre de Capoeira são bens culturais de todos os cidadãos brasileiros, incluindo todos que habitam os 92 municípios do RJ, e nós, enquanto poder público, devemos cumprir com o papel de garantir que tais bens sejam protegidos”, ressalta Ana Cristina Carvalho, diretora do Inepac.
A iniciativa foi estabelecida com o objetivo de construir informações sobre a prática da capoeira e o ofício dos Mestres e Mestras no estado, como base para a elaboração de políticas públicas que contemplem o segmento e salvaguardem os bens culturais relacionados à prática.
O Cadastro deve ser realizado de forma online e todos os documentos comprobatórios precisam ser enviados até o dia 15 de junho. Quem já iniciou o processo de inscrição mas ainda não enviou os documentos, tem até a data anunciada para fazê-lo. É importante destacar que a realização do cadastro é condição fundamental para que os Mestres e Mestras participem e concorram aos mecanismos de fomento que serão criados.
Serviço
Link para cadastro: https://forms.office.com/r/9vTs6uHTbg
Vídeo explicativo sobre a inscrição: https://www.youtube.com/watch?v=sbzXaUQZNDk
E-mail para envio de documentos: [email protected]
História de lutas e conquistas
Os primeiros registros da palavra “Capoeira” correspondem ao início do século XIX. Ela foi desenvolvida de maneiras distintas em cidades portuárias do Brasil Império, como o Rio de Janeiro, Salvador e Recife, e era, então, realizada em sua grande maioria por escravizados africanos de origem banto e, com algumas exceções, por membros do exército e da polícia.
Por muito tempo, a Capoeira sofreu preconceito e foi considerada uma luta violenta, sendo alvo de repressão policial e coibida em âmbito legal. Foram necessárias décadas de desconstrução e conscientização e, a partir de 1930 e 1940, a prática começa a livrar-se, aos poucos, desse estigma e começa a ser reconhecida como um saber genuinamente brasileiro.
A Roda de Capoeira e o Ofício de Mestre e Mestra de Capoeira foram registrados como bens culturais imateriais do Brasil em 2008, por indicação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão do Ministério da Cultura (IPHAN/MinC).