Bate-papo e lançamento de catálogo na exposição da artista Marcela Cantuária no Paço Imperial

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Neste sábado, dia 6 de julho, às 16h, será realizado um bate-papo gratuito e aberto ao público com a artista Marcela Cantuária e a curadora Andressa Rocha na exposição “Transmutação: alquimia e resistência”, no Paço Imperial. Na ocasião também serão lançados os catálogos físico e virtual da exposição, que pode ser vista somente até o próximo domingo, dia 7 de julho de 2024. Com 72 páginas, o catálogo, que terá textos de Aldones Nino e Andressa Rocha e Clara Anastácia, além de fotos de Vicente de Mello, estará disponível no formato físico e também no formato e-book, com visualização gratuita no site da produtora Área 27(www.area27.art.br). 

A exposição “Transmutação: alquimia e resistência” apresenta, no Paço Imperial, obras recentes e inéditas de Marcela Cantuária, um dos nomes de maior destaque da cena de artes visuais da atualidade. Com curadoria de Aldones Nino e assistência curatorial de Andressa Rocha, a mostra traz cerca de 20 obras da artista carioca, que há cinco anos não faz uma exposição individual no Rio de Janeiro. A mostra é apresentada pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Paulo Gustavo. 

“Cantuária não se limita a pintar; ela conjura, diariamente engajando-se em uma prática que se assemelha à magia, capaz de remodelar a realidade, redefinir narrativas e transformar perspectivas. Como uma alquimista contemporânea, cada tela age como um encantamento, um chamado à reflexão e à transformação. Ela propõe uma reinvenção constante da criação artística, estabelecendo conexões entre múltiplas temporalidades”, afirmam os curadores no texto que acompanha a exposição. 

A mostra tem trabalhos produzidos desde 2016 até os dias atuais, sendo três inéditos, realizados especialmente para esta exposição. As obras trazem questões como o protagonismo político feminino, a luta de classes e a divisão de poderes. Elas também evidenciam a diversidade de técnicas utilizadas pela artista ao longo dos anos, caminhando da tela para o espaço por meio da utilização de mídias como tecido, madeira e cerâmica. “A exposição vai abordar diversos momentos da minha trajetória, desde onde a minha pintura começa, até onde estou neste momento”, conta a artista. 

Dentre as obras inéditas, estão duas pinturas de “Mátria Livre”, pesquisa que a artista desenvolve há oito anos, elaborando, por meio de um vocabulário plástico-formal, narrativas sobre como reencantar figuras femininas de luta contra o capital, o colonialismo e o patriarcado. A espinha dorsal da série consiste em reverenciar aquelas que construíram e disputaram espaços na política, lutando com teoria e prática. As novas pinturas trazem a poeta grega Safo, que viveu na ilha de Lesbos, e Marleide Vieira, militante do MST de Pernambuco, assassinada no ano passado pelo marido ao pedir o divórcio. “Represento mulheres que inspiram ações, trazendo a minha perspectiva, mostrando principalmente a força feminina. São imagens de mulheres que, na maioria dos casos, existem ou existiram enquanto lutadoras. É como criar um panteão dessas mulheres, lugar de merecimento e de imortalidade também”, afirma a artista. 

Além das pinturas, está em destaque na exposição a obra “A grande benéfica” (2021), um autorretrato da artista, pintado sobre biombo, medindo 1,80m X 1,80m. “É uma imagem ícone da exposição. Essa obra fala muito da relação que eu tenho com o tarô, fiz uma releitura da carta dois de copas, que representa o romance, e da carta do mundo, que é a realização, o ciclo, e mesclei com partes íntimas da minha vida”, conta Marcela Cantuária. “Esta obra evidencia sua estratégia de questionar e encenar junto aos espectadores as possibilidades de representação de sua identidade: enquanto ela apresenta um olhar combativo e direto em uma das faces do biombo, na outra observamos Cantuária em uma posição celebratória, em uma espécie de comunhão com o espaço onde se encontra”, ressaltam os curadores. 

O nome da exposição, “Transmutação: alquimia e resistência”, é repleto de significados, assim como as obras. “Sua produção, imbuída de simbolismo e intencionalidade, remete à prática da alquimia não apenas pela transformação de materiais — que se estende além dos tradicionais pigmentos, pincéis e telas para incluir madeira e cerâmica — mas também em sua busca constante por saberes e narrativas circunscritas à margem da retórica hegemônica, na exploração do potencial humano e na revelação de outras histórias. Tais trabalhos mergulham profundamente na realidade latino-americana, discutindo e salientando questões sociais e políticas”, afirmam os curadores.

 

Serviço: 

Bate-papo e lançamento catálogo exposição “Transmutação: alquimia e resistência”, de Marcela Cantuária

Sábado, dia 6 de julho de 2024, às 16h

Exposição: até 7 de julho de 2024

Paço Imperial

Praça XV de Novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro – RJ

Terça a domingo e feriados, das 12h às 18h.

Entrada gratuita

 

Catálogo:

72 páginas

Textos de Aldones Nino e Andressa Rocha e Clara Anastácia.

Fotos de Vicente de Mello.

R$75

E-book digital – visualização gratuita no site www.area27.art.br