A Adega D´Ouro, em Vicente de Carvalho, e o Bar Varnhagen, na Tijuca, agora fazem parte do Circuito de Patrimônio Cultural Carioca, honraria concedida pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH). Os dois botequins se juntam a outros 32 estabelecimentos tradicionais da cidade. A placa que marca o título recebidos pelos bares foi entregue neste sábado (03/02) pelo prefeito Eduardo Paes.
O botequim Adega D’Ouro, um ícone do subúrbio carioca, fica próximo à estação de metrô Vicente de Carvalho. A família de Seu Monteiro, fundador da casa há 55 anos, preserva a culinária lusitana resgatada da região do Rio Douro. O clássico bacalhau é o carro-chefe da casa, servido em vários estilos: bolinho, postas, com batatas cozidas e salada, ou até mesmo pré-cozidos, para viagem, atraindo cariocas de todas as partes da cidade.
Na Tijuca, o Bar Varnhagen ainda segue o tempero da Dona Maria Natalina (1935-2013), responsável pelos quitutes que hoje são servidos por sua filha Cidália. O espaço tradicional é também conhecido como o Bar dos Passarinhos, pois clientes que frequentavam uma antiga feira de aves nas redondezas deixavam as gaiolas das aves penduradas, enquanto consumiam no botequim.
A casa foi berço do Movimento Artístico Cultural dos anos 1960 e 1970, que reunia nomes como Ivan Lins, Gonzaguinha, Aldir Blanc, César Costa Filho, Sílvio da Silva Júnior, Cláudio Cartier, Márcio Proença e Paulo Emílio, entre outros. O grupo tinha a presença eventual de Cartola, Milton Nascimento, Guinga, Nélson Cavaquinho, Jamelão, Donga, Jackson do Pandeiro, João do Vale, Emílio Santiago, Ney Matogrosso, João Bosco e Clementina de Jesus.
A Prefeitura seleciona locais de destaque para temas como Botequins, Diversidade Religiosa, Rádio e Bossa Nova, entre outros. Uma placa informativa é afixada no local e, por meio delas, os visitantes podem saber um pouco da história e da relevância de cada patrimônio. Ao todo, são 22 circuitos, com mais de 270 placas instaladas.