Bar da Portuguesa, em Ramos, é o mais novo Patrimônio Cultural do Rio

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A cidade do Rio de Janeiro tem mais um patrimônio cultural. É o Bar da Portuguesa, tradicional botequim localizado em Ramos, na Zona Norte do Rio. Neste domingo (12/09), o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), órgão da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano (SMPU), fixou a placa azul que identifica os locais considerados patrimônios da cidade na fachada do estabelecimento. A celebração teve a presença do prefeito Eduardo Paes; do subprefeito da Zona Norte, Diego Vaz; do secretário municipal de Cultura, Marcus Faustini; e donos de bares da região.

– Os botecos são locais de celebração da vida do suburbano carioca. E as formas de comemorar o hoje ao longo dos anos nos bares nos deram patrimônios incríveis sejam na forma de beber, cantar, comer… Isso é a nossa cultura, nossa história que hoje felizmente temos o prazer de reconhecer como patrimônio cultural em vida a partir empoderamento de uma grande mulher suburbana – comenta Diego Vaz.

Com a chancela, o Bar da Portuguesa passará a integrar o Circuito dos Botequins do patrimônio carioca. Desde 2010, a Prefeitura do Rio, de forma pioneira e inédita no âmbito nacional, contempla bares e botequins como patrimônio imaterial na categoria atividade econômica tradicional e notável. O Bar da Portuguesa é o 27º a figurar nesta relação, que conta com bares de tradição como Casa Paladino, o Nova Capela, Bar Adonis e Adega Pérola.

Inaugurado em 1968, o boteco é conhecido pelo tradicional bolinho de bacalhau. O Bar da Portuguesa coleciona boas histórias. A proprietária é a portuguesa Donzilia Gomes. Dondon, como é conhecida, dona de todas as receitas daquela cozinha, inclusive os também famosos jiló e sardinha frita.

Ali perto nasceu e cresceu Pixinguinha (1897-1973), que se tornou frequentador assíduo. Na porta do bar, inclusive, tem uma escultura do maestro sentado numa cadeira onde ele costumava passar horas, assinada pelo cartunista Ique.

– Os bares e botequins são tradicionalmente reconhecidos como locais de convivência democrática, que traduzem o espírito festivo carioca. Este circuito tem o objetivo de divulgar e informar sobre esse rico acervo de bens culturais existentes na cidade – diz Laura Di Blasi, presidente do IRPH.

Circuitos do Patrimônio Cultural Carioca

Desde 2010, os Circuitos do Patrimônio Cultural Carioca começaram a ser feitos por temas que valorizem o patrimônio cultural carioca. Os circuitos deixaram de ser focados em arquitetura e passaram a abranger temas livres, ligados à cultura e à identidade carioca. Por meio da fixação de uma placa informativa, a Prefeitura do Rio seleciona locais de destaque para cada tema. Em cada placa, os visitantes podem saber um pouco mais sobre o local e sua importância para a história da cidade e para o tema em questão.

São 21 circuitos com bens culturais espalhados por toda a cidade. Entre os circuitos, temos: Liberdade, Art-Déco, Cinemas, Trem, Botequins, Águas, Samba, Bossa Nova, Praça Tiradentes, Herança Africana, Choro, Negócios Tradicionais e outros. Atualmente, são cerca de 242 placas por toda a cidade.