Ícone do site Caminhos do Rio

Artistas paulistas celebram a contracultura no palco do Manouche em três shows

Helio Flanders em “Folhas de Relva” – 25/07, quinta 

Helio Flanders, vocalista da banda mato-grossense Vanguart, volta ao Manouche com o novo show “As Folhas Secas”, inspirado na poesia do norte-americano Walt Whitman, no dia 25 de julho, quinta, que já rodou o Brasil e vários países da Europa como Alemanha, Portugal e Espanha. 

O show-leitura com Flanders ao piano e violão traz canções de seu primeiro trabalho solo “Uma Temporada Fora de Mim” (2015) – inspirado na poetisa Alejandra Pizarnik, na dramaticidade do tango e da solidão das grandes cidades – e de sua banda Vanguart, mesclando, de maneira quase inseparável dentro do roteiro, canções de sua autoria com traduções para a obra de Whitman. 

Walt, pai do verso livre e conhecido como o poeta da democracia, teve papel crucial na transcrição poética do homem moderno e ficou marcado por cantar a natureza e o corpo como o verdadeiro milagre a ser celebrado. Whitman foi homenageado por Fernando Pessoa com o longo poema “Saudação à Walt Whitman”, além de ser erigido como maior influência por poetas como Allen Ginsberg, Garcia Lorca e Jorge Luis Borges. 

Este é seu segundo mergulho na obra de Whitman. Já apresentou, também no Manouche e outras cidades, o espetáculo “Madeira Viva, com Musgo” com leitura de pequenos poemas inéditos de Whitman, traduzidos para o português por ele. Estes poemas fazem parte do seu livro homônimo editado pela Cobalto, com essas suas primeiras traduções inéditas no Brasil para 12 poemas de Walt Whitman. Este bloco de poemas gays são rascunhos que foram encontrados em um caderno do poeta, em 1860, sendo estas as primeiras versões de alguns poemas que depois seriam editados, como “Quando Ouvi ao Fim do Dia” e “Madeira Viva, com Musgo”.  

“Ele não é só um poeta, é uma voz, é minha paixão da vida”, conta Flanders. “Tive contato com o livro “As Folhas de Relva” em 2010 numa viagem que fiz a Buenos Aires e, desde então, as palavras dele ecoam dentro de mim de maneira incessante, e nos últimos anos comecei a traduzi-lo, por acreditar que posso colaborar em uma versão mais viva do que nas traduções habituais do poeta, que costumam ser muito engessadas. O canto de Whitman me salvou”, relata Helio”. 

Flanders é cantor, compositor, escritor, tradutor e atualmente passa uma temporada morando em Paris, de onde vem para apresentar estes shows intimistas e, agora, a nova turnê da banda. Desde o primeiro EP caseiro da banda Vanguart de 2002, “Ready to…”, ao mais recente “Oceano Rubi” (2022), o grupo já lançou mais de dez trabalhos, entre LPs e DVDs. Em 2010 a Folha de São Paulo elegeu o homônimo Vanguart (2007) como um dos 50 álbuns mais importantes da década. 

Instagram: @helioflanders / @clubemanouche

 

Cida Moreira e Helio Flanders – “Uivo: Um Voo Sem Proteção” – dia 26/07, sexta 

Elogiado pelo crítico de música Mauro Ferreira e aplaudido de pé pelo público em sua apresentação em abril, Cida Moreira e Helio Flanders retornam ao Manouche com o show “Uivo – Um voo Sem Proteção”, no dia 26 de julho, sexta, criado a pedido da casa como parte das comemorações de seu aniversário de seis anos de dedicação à arte naquele mês. 

Em “Uivo – Um Voo sem Proteção”, título inspirado no livro seminal do poeta ícone da geração beat Allen Ginsberg, Cida e Hélio fazem uma declaração poética, estética e política à contracultura e à vida sem pudores, com Tom Waits, Cartola, Lou Reed e Chico Buarque no repertório. 

Desde que se conheceram, em 2008, interpretando Cartola, estiveram juntos muitas vezes cantando suas referências culturais na música, de vários gêneros. Em 2015, no álbum solo de Helio, “Uma Temporada Fora de Mim”, Cida gravou a canção que o compositor fez em sua homenagem, “Dentro do Tempo Que Eu Sou”, e assim os dois dividiram os vocais pela primeira vez em disco. A equivocada “maldição” da contracultura os arrebatou e arrebata, seus universos são referência de um para o outro, neste encontro de gerações diferentes e complementares no sonho desvairado de serem artistas no Brasil.  No palco do Manouche, com Cida ao piano e Helio no violão e trompete, eles então unem suas vozes e formatam este show onde revisitam tanto o repertório de Cida, com Cartola e Tom Waits, como o autoral de Helio, em canções como “Forasteiro” (Hélio Flandres e Thiago Pethit) e “Romeo” (Thiago Pethit), “Perfect Day” (Lou Reed) e “Uivo” (Vitor Ramil), além de canções inéditas 

O uivo de uma geração, o inventário de um descontentamento, a linguagem revolucionando a linguagem, a música desconcertante, a alma de gerações pós Segunda Guerra mergulhadas no impasse sobre o futuro. Mas os sinais vieram, no mundo todo… a ousadia, a liberdade e um universo de sons e palavras magníficos. O uivo: um grito, uma catarse e uma caminhada para frente, a aposta na vida sem pudores. Isso tudo pretendem cantar. Isso tudo pretendem falar. Isso tudo pretendem ousar. Com as suas formas de ser, peculiaridades, sem medo, fazendo deste novo momento um marco libertário em suas trajetórias. 

Instagram: @helioflanders / @cidamoreiraoficial / @clubemanouche

 

Cida Moreira e Rodrigo Vellozo estreiam o show “Com o Coração na Mão” – dia 27/07, sábado 

Cida Moreira retorna ao palco do Manouche para a estreia de “Com o Coração na Mão” com um show inédito de vozes e pianos em duo com Rodrigo Vellozo (filho de Benito di Paula), paulistano criado no RJ, no dia 27 de julho, sábado. 

Esse é um espetáculo de duetos e duelos entre Cida e Rodrigo, que nasce a partir das trajetórias de dois artistas, de gerações diferentes, que sempre estiveram nas intensidades do teatro e da música. 

Com um repertório de canções “à flor da pele”, que oscila entre a rua e o palco. Possui uma narrativa que costura as intensidades da vida de artista, celebrando o teatro musical e os compositores populares brasileiros. No ringue, dois teclados acompanham a encenação construída pelas vozes e pelos textos autorais e de poetas célebres. É um show construído com a lógica teatral, com atmosfera e iluminação que constroem um universo distópico para esse encontro. 

É um show e é uma peça. No repertório, sambas, tangos, baladas, rocks e textos que dificilmente seriam apresentados no mesmo concerto. Formado por canções inéditas de Rodrigo Vellozo – com parceiros como Romulo Fróes, coautor da música-título “Com o Coração na Boca” – e por regravações de composições afinadas com a estética dessa inédita união dos artistas. 

“São canções que potencializam o universo que surge da fricção do meu encontro com Cida, artista com a qual me identifico profundamente em um sentido genealógico da música e do teatro”, conta Rodrigo Vellozo. 

Instagram: @rodrigovavellozo/ @cidamoreiraoficial / @clubemanouche

 

SERVIÇO:


Local: Local: Manouche (Rua Jardim Botânico, 983, – subsolo da Casa Camolese/Jd. Botânico)

Capacidade: 90 pessoas (público sentado)

Vendas: https://linktr.ee/clubemanouche – Ingresso Solidário – levando um quilo de alimento não perecível ou livro, a ser doado para o Rio Grande do Sul –

*Show: Helio Flanders (Vanguart) em “Madeira Viva, com Musgo” com canções inéditas mescladas a poemas de Walt Whitman – 25 de julho, quinta, às 21h

Preço: R$ 60,00 (meia-entrada e ingresso solidário) l R$ 120,00 (inteira)


*Show: Cida Moreira e Helio Flanders estreiam o show “Uivo – Um Voo sem Proteção”” – 26 de julho, sexta, às 21h

Ingressos: R$ 70 (meia-entrada e ingresso solidário) l R$ 140,00 (inteira)


*Show: Cida Moreira e Rodrigo Vellozo estreiam o show “Com o Coração na Mão” – 27 de julho, sábado, às 21h

Ingressos: R$ 70 (meia-entrada e ingresso solidário) l R$ 140,00 (inteira)

Sair da versão mobile