O Espaço Cultural Arte Sesc, no Flamengo, Zona Sul do Rio, recebe a partir do próximo sábado (15/04) a mostra de filmes húngaros “Liberdade, Amor”. A programação, realizada pela Embaixada e pelo Consulado-Geral da Hungria, em parceria com o Sesc RJ, vai apresentar três longas ao longo deste mês, que ilustram o penoso capítulo da história húngara, a Revolução de 1956, que ressoa com a atualidade. A entrada é franca.
O primeiro longa, a ser exibido no sábado (15/04), às 17h, será “Sangue nas Águas” (2006), dirigido por Krisztina Goda. Trata-se de uma história de amor durante a Revolução de 1956 que retrata, além dos combates e acontecimentos revolucionários, um episódio heroico do esporte nacional, a partida russo-húngara de polo aquático nas Olimpíadas de Sydney daquele ano.
Andrew Vajna, considerado pai da indústria cinematográfica húngara moderna, foi produtor do filme. A pedido dele, vários roteiristas trabalharam no longa, incluindo Joe Esterhas, Géza Bereményi, um dos maiores escritores daquele país da atualidade, e a jovem e talentosa Réka Divinyi. Os três criaram a história, que integra a dramaturgia hollywoodiana, na categoria literária e ímpeto jovem.
No dia 22/04, também às 17h, a obra em cartaz será “O Tempo Para” (1982), do diretor Péter Gothár. A história se passa nos anos da ditadura comunista e apresenta uma geração que foi criança ou ainda nem tinha nascido em 1956. O desejo de liberdade dos jovens faz a atmosfera sufocante pegar fogo. É um filme cult, cujo roteirista Géza Bereményi escreveu também “Sangue nas Águas”. Seu diretor de fotografia, Lajos Koltai, trabalhou no filme vencedor do Oscar de István Szabó, “Mephisto”, bem como em várias produções hollywoodianas.
A mostra termina no dia 29/04, às 17h, com o filme “A Testemunha”. O lendário longa-metragem de Péter Bacsó foi rodado em 1969 e imediatamente proibido pela censura, motivo pelo qual estreou apenas dez anos mais tarde, em 1979. Foi inicialmente exibido apenas em clubes universitários e pequenas salas. A obra alcançou a estatura de filme cult em seu país de origem, ganhando a fama de uma das melhores sátiras sobre o regime comunista.
A história se passa durante a era política de Rákosi, quando o comunismo magiar se espelhava no regime stalinista, seguindo a vida do pacato encarregado do dique local, József Pelikán, que é processado pelo Estado por matar ilegalmente seu porco (nesse tempo, as políticas de racionalização e coletivização dos recursos exigiam o controle sobre os alimentos). Preso por seu delito, em meio a absurdas idas e vindas burocráticas, Pelikán recebe do sistema uma segunda chance caso testemunhe contra um suposto inimigo de estado.
Serviço
“Liberdade, Amor” – cinema húngaro no Arte Sesc
Datas: 15, 22 e 29/04, às 17h.
Arte Sesc: Rua Marques de Abrantes, 99, Flamengo – Rio de Janeiro
Entrada franca.