Faleceu no Rio, na madrugada desta segunda-feira (17/07), aos 88 anos, o pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor João Donato . O músico estava internado na Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio, e a causa da morte foi pneumonia. O velório de João Donato será no Theatro Municipal do Rio, nesta terça-feira (18/07), das 11h às 15h. Em seguida, o corpo será cremado no Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária, em cerimônia restrita a amigos e familiares.
João Donato de Oliveira Neto tinha 74 anos de trajetória musical. Nascido em 17 de agosto de 1934, no Acre, o artista manifestava interesse em música desde a infância. Aos 15 anos, ele já tocava sanfona no programa Manhãs na roça, de Zé do Norte — autor a trilha sonora do filme O cangaceiro, de Lima Barreto.
Seu primeiro disco, Chá dançante, foi gravado em 1956, sob direção musical de Tom Jobim. Em 1959, ao receber convite o violonista Nanai para se juntar ao grupo Bando da Lua, em Lake Tahoe, nos Estados Unidos, Donato se enturmou com músicos latinos. Tocou com Mongo Santamaria, Tito Puente, Ralph Peña, Eddie Palmieri e Johnny Martinez.
O músico permaneceu em solo norte-americano por treze anos. Gravou o disco A bad de Donato e compôs as músicas Amazonas, A Rã e Cadê Jodel.
João Donato é visto como um expoente da Bossa Nova, ao lado de João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Como arranjador, participou de discos de grandes nomes da música popular brasileira, como Gal Costa e Gilberto Gil.
Em 2016, Donato foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Instrumental, pelo álbum Donato Elétrico. O disco também foi eleito pela revista Rolling Stone Brasil como o 11º melhor álbum brasileiro daquele ano.
Aos familiares de João Donato, nossos sentimentos de pesar.