O Sesc RJ promoverá, este mês, a ação Cinema & Literatura, que tem o objetivo de fomentar a discussão sobre obras cinematográficas e literárias. Dos dias 21 a 31 de agosto, as unidades do Sesc Barra Mansa, Cocotá, Arte Sesc, Niterói, Nova Friburgo e Nova Iguaçu e o Museu do Carmo oferecerão exibições de filmes e debates fundamentados em temas específicos a partir das obras em questão.
Um dos destaques é a exibição do filme “A Hora da Estrela”, com um bate-papo sobre a interseção entre a obra cinematográfica e o romance de Clarice Lispector, que apresenta a história de Macabéa, uma nordestina órfã que vive no Rio de Janeiro. Na adaptação cinematográfica, dirigida por Suzana Amaral em 1985, o filme captura a melancolia e a solidão da protagonista, bem como a atmosfera urbana de São Paulo. Em Nova Iguaçu, o bate -papo será guiado através de um debate entre a escritora Thais Reis e a cineasta Aída Marques. Em Barra Mansa e em Cocotá, Aída receberá a professora e pesquisadora Clarisse Fukelman. Já no Espaço Cultural Arte Sesc, a conversa será entre a poeta e psicanalista Viviane Mosé, a pesquisadora e psicanalista Clara Lobo e a cineasta Vitã.
A exibição do longa “Por Onde Anda Makunaíma?”, seguida de um bate-papo mediado pelo pesquisador Klaus Schmaelter, refletirá a respeito da construção da identidade brasileira. A ação, que acontecerá no Sesc Nova Friburgo e no Museu do Carmo, usará como fio condutor o personagem “Macunaíma”, criado por Mário de Andrade, sob a ótica do filme “Por Onde Anda Makunaíma?” (Rodrigo Séllos, 2022).
Na ação que exibirá o longa “A Maldita”, a diretora do filme Tetê Mattos e o radialista Luiz Antonio Mello, autor do livro “A Onda Maldita”, debaterão a importância da rádio para o rock brasileiro e para a cidade de Niterói.
Duas ações diferentes também contemplarão o público infantil. O filme “Alice dos Anjos” será exibido seguido de uma conversa a respeito do fazer artístico para a infância. Uma conversa mediada por Gabriel Mellin, diretor do filme “A Menina e o Mar” também explorará a interseção entre o filme e a obra literária “O menino e o mar”, onde duas crianças apresentam formas completamente diferentes de enxergar o mundo.
As atrações são gratuitas e sujeitas a lotação.
PROGRAMAÇÃO
Sesc Barra Mansa
21/08 às 19h – A Hora da Estrela
Debate com a cineasta Aída Marques e com a professora e pesquisadora Clarisse Fukelman.
31/08 às 15h – A Menina e o Mar
Debate com o cineasta Gabriel Mellin e a escritora e arte educadora Juliana Correia.
Sesc Nova Iguaçu
27/8, 14h – A Menina e o Mar
Debate com o cineasta Gabriel Mellin e a escritora e arte educadora Juliana Correia.
29/08 às 14h – A Hora da Estrela
Debate com a escritora Thais Reis e a cineasta Aída Marques.
Sesc Cocotá
22/8 às 14h – Alice dos Anjos
Debate com o contador de histórias Anderson Barreto e a professora Iris Amâncio.
31/08 às 15h – A Hora da Estrela
Debate com a cineasta Aída Marques e com a professora e pesquisadora Clarisse Fukelman.
Sesc Niterói
27/8 às 18h – A Maldita
Debate com a professora, pesquisadora e cineasta Tetê Matos e com o escritor e radialista Luiz Antonio Mello.
29/8 às 15h – Alice dos Anjos
Debate com o contador de histórias Anderson Barreto e a professora Iris Amâncio.
Sesc Nova Friburgo
29/8 às 9h – A Menina e o Mar
Debate com o cineasta Gabriel Mellin.
30/8 às 19h – Por Onde Anda Makunaíma
Debate com o pesquisador Klaus Schmaelter.
Espaço Cultural Arte Sesc
14/9 às 17h – A Hora da Estrela
Debate com a poeta e psicanalista Viviane Mosé, a pesquisadora e psicanalista Clara Lobo e a cineasta Vitã.
Museu do Carmo
18/9 às 16h – Por Onde Anda Makunaíma
Debate com a escritora Ellen Lima Wassu e o professor e crítico de cinema Wallace Andrioli.
FILMES EXIBIDOS
A Hora da Estrela
Direção de Suzana Amaral. Brasil. 1985. 96 min. 12 anos.
Macabéa é uma imigrante nordestina, que vive em São Paulo. Ela trabalha como datilógrafa em uma pequena firma e vive em uma pensão miserável, onde divide o quarto com outras três mulheres. Macabéa não tem ambições, apesar de sentir desejo e querer ter um namorado. Um dia ela conhece Olímpico, um operário metalúrgico com quem inicia namoro. Só que Glória, colega de trabalho de Macabéa, tem outros planos após se consultar com uma cartomante.
A Maldita
Direção de Tetê Mattos. Brasil. 2018. 80 min. 12 anos.
Em 1º de março de 1982 a cidade de Niterói entra para a história ao sediar um dos mais importantes movimentos culturais: a chamada Geração Rock 80. Entra no ar a Rádio Fluminense FM, conhecida como “A Maldita”, que misturava irreverência, ousadia e criatividade com sua programação voltada para uma música carente de espaços comerciais de veiculação. A ousadia de acreditar no novo fez com que a “Maldita” se tornasse um dos principais veículos alternativos de comunicação, lançando grupos do rock brasileiro e da música independente e criando uma legião de fãs.
A Menina e o Mar
Direção de Gabriel Mellin. Brasil. 2022. 19 min. Livre.
O filme conta a história de duas crianças que possuem formas completamente diferentes de enxergar o mundo. E o mar, que abraça este encontro. Ele, com medo do que as águas podem trazer, e ela, que encontra poesia em cada grão de areia, aprendem juntos, que para apreciar a vida, basta se entregar aos sentidos. É nessa conexão que nasce uma história de superação, lições e uma experiência transformadora.
Alice dos Anjos
Direção de Daniel Leite Almeira. Brasil. 2021. 76 min. Livre.
Livremente inspirado em “Alice no país das maravilhas”, Alice dos Anjos é uma menina negra que vive no sertão nordestino, e que, após correr atrás de um bode preto apressado que usa terno e gravata no fundo do quintal de sua avó, é transportada a um lugar mágico, cheio de personagens incríveis que se tornam seus novos amigos em uma jornada de autoconhecimento.
Por Onde Anda Makunaíma?
Direção de Rodrigo Séllos. Brasil / Venezuela / Guiana. 2022. 84 min. Ficção. 12 anos.
Por onde anda Makunaíma? faz um resgate histórico e cultural daquele que é o personagem ficcional mais identificado com um certo jeito de ser brasileiro. A começar por Makunaima, mito de origem de etnias da tríplice fronteira Brasil-Venezuela-Guiana, registrado em livro pela primeira vez no início dos anos de 1910, pelo etnólogo alemão Koch-Grünberg.