Caixa Ninho traz para o palco um mundo feito de 720 caixas de papelão onde a imaginação das crianças voa longe

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Depois de passar por festivais e diversos teatros brasileiros, o espetáculo Caixa Ninho, que estreou na Cidade Maravilhosa em 2022, fará um giro pelas unidades do Sesc RJ em Nova Iguaçu (18/8), São João de Meriti (22/8), São Gonçalo (24/8) e Barra Mansa (25/8). Em um formato bastante atraente para as crianças da primeira infância, de até 6 anos de idade, 720 caixas de papelão fazem parte do cenário, por onde a magia acontece. Com elas, é possível brincar com os pequenos dando formas diferentes, além de ser uma oportunidade única de entrar no mundo lúdico da criança, estimulando a imaginação e a criatividade. E foi pesquisando mais a fundo este objeto de desejo infantil, que o coletivo Eranos Círculo de Arte, Companhia de Itajaí – Santa Catarina, chegou ao formato da peça – já assistida por cerca de 2400 pessoas em 60 apresentações. Para o diretor Leandro Maman, é uma grande responsabilidade, e também sempre extremamente gratificante levar o espetáculo em cidades do interior, principalmente para as crianças da primeira infância, que muitas vezes estão participando pela primeira vez de uma experiência teatral. “Somos testemunha do profundo envolvimento com a obra, desde as crianças mais novinhas”, diz.

Ao longo da trajetória, o Eranos Círculo de Arte, de 2009, coleciona prêmios, participações em festivais e circulação em todo o país. É ganhador de 6 prêmios CBTIJ (Centro Brasileiro de Teatro para Infância e Juventude): melhor espetáculo para a primeira infância, direção, formas animadas, adereços, direção de produção e programação visual. E conta com a participação no mais importante festival do Brasil destinado à primeira infância, o Festival Primeiro Olhar. 

Com expertise de trabalhos para este público, o grupo apresenta o conceito de protagonismo infantil: “onde as crianças estão no centro de todo o processo de criação das obras, até a participação efetiva durante as apresentações – os pequenos podem se relacionar de forma espontânea e sentir-se parte integrante do espetáculo (eles podem falar, atuar, ajudar a atriz na condução do roteiro, além de abrir a construção de um diálogo) – , o que os torna parte do espaço estético e criativo da peça. E com Caixa Ninho, o grupo continua a se aprofundar nesta esfera”, explica a autora, atriz e pesquisadora Sandra Coelho. Leandro Maman além de diretor, integra o elenco da circulação em companhia da atriz e pesquisadora de arte para a primeira infância Jéssica Fritzen. O palco é compartilhado também com a musicista Hedra Rockenbach, autora da ambientação sonora realizada ao vivo. 

Para aproximar-se deste universo de 1 a 6 anos de idade, o Eranos apostou na vivência das relações que vem desenvolvendo em pesquisa prática, realizando oficinas com crianças de escolas públicas de Itajaí (SC) através de propostas lúdicas, jogos e principalmente a observação de suas relações com o espaço e os brinquedos não estruturados, norteando a pesquisa para a construção dramatúrgica. 

A sinopse dá a dimensão do que as crianças podem esperar do espetáculo: Caixa Ninho é um acontecimento teatral para a primeira infância, onde as crianças são convidadas a entrar num universo de caixas de papelão – um cenário intimista, lúdico e modular – um espaço compartilhado de relação e construção em que tudo é possível. Neste mundo de caixas, crianças e adultos encontram um ninho e presenciam os primeiros voos de uma caixa passarinho. O elenco fica junto às caixas e estabelece este vínculo de construção e acolhimento. “A relação que as crianças estabelecem com as caixas – compreendidas aqui como brinquedos não estruturados, ou seja, não possuem uma funcionalidade específica -, foi o ponto de partida para a criação da peça” – completa Sandra Coelho.

O cenário da peça é composto por um grande número de caixas de papelão, em uma ideia de construção cenográfica fluída, onde a criança que participa do espetáculo possa interagir fisicamente, tornando-se também protagonista na relação e composição do espaço cênico e do jogo dramatúrgico, com mediação e condução do elenco. 

O uso de linguagem audiovisual e performática em artes cênicas é um dos diferenciais do trabalho do Eranos Círculo de Arte. Em “O Barquinho Amarelo” (2019), as imagens propostas convidam a criança para uma experiência de contemplação, imersão visual e sonora. Já em “#Mergulho – experiência teatral para crianças” (2014), elas têm voz ativa durante toda condução do espetáculo, e sentam junto ao cenário participando da narrativa. Em “Pô.Ema” (2014), as crianças constroem poemas junto com a atriz e ,ao vivo, alimentam uma Ema e seus Filhotes (bonecos de luz projetados em anteparo). Em Caixa Ninho, a proposta é a de continuar esta pesquisa, através da formação de uma narrativa que possibilite a relação entre criança e espaço cênico – com a construção de um espaço lúdico e modular, formado por caixas de papelão, em constante relação com elenco e o público. Este espaço cênico nos remete a um local com características de instalação, o que reforça a ideia de um teatro visual.

 

SOBRE ERANOS CÍRCULO DE ARTE – http://eranos.com.br/ 

Fundado em 2009 por Sandra Coelho e pelo diretor Leandro Maman, Eranos Círculo de Arte é um coletivo de artistas de Itajaí/SC que produz e pesquisa arte e suas interfaces entre o teatro, artes visuais, audiovisual e literatura. A companhia investe também em processos criativos com linguagem onírica e traz como eixo recorrente em seus trabalhos o uso de aparatos multimídia. 

Desde o seu início, a companhia desenvolveu mais de 30 criações entre espetáculos, performances e exposições, e participou de reconhecidos festivais como FIL RJ – Festival de Intercâmbio de Linguagens (2021, 2019 e 2016), Festlambe – Festival Internacional de Teatro Lambe-lambe de Valparaíso (2016), no Chile; Festival Novo Olhar – Jundiaí (2018), FILO – Festival Internacional de Londrina (2016), FITA – Festival Internacional de Teatro de Animação (2016), XII Feverestival – Festival Internacional de Teatro de Campinas (2016) e Festival Internacional de Teatro de Rua de Porto Alegre (2014) entre outros. Além de prêmios como o Iberescena (2017), Elisabete Anderle (2017, 2019 e 2020), Myriam Muniz (2015), Arte como Respiro – Itaú Cultural (2020), FUNARTE Respirarte (2020).

A partir de 2014, o grupo passou a investigar sobre o uso de tecnologias digitais para a primeira infância. Para o grupo, o teatro é uma maneira de democratizar o acesso à cultura, além de contribuir para a formação de plateia, trazendo desde cedo a experiência da fruição artística.

 

Fotos: Alexandre Brum e Eranos Círculo de Arte

 

FICHA TÉCNICA

PESQUISA E AUTORIA: Sandra Coelho e Leandro Maman

ATUAÇÃO: Jéssica Fritzen e Leandro Maman

AMBIENTAÇÃO SONORA e ILUMINAÇÃO: Hedra Rockenbach

TÉCNICA DE ILUMINAÇÃO: Jessica Catharine

DIREÇÃO GERAL E CONFECÇÃO DE BONECOS: Leandro Maman

DIREÇÃO DE ARTE: Sandra Coelho

SUPERVISÃO ARTÍSTICA: Adriano Guimarães

ASSESSORIA DE ANIMAÇÃO: Luiz André Cherubini

ASSESSORIA PEDAGÓGICA: Diego de Medeiros Pereira

 

 

SERVIÇO:

Caixa Ninho – Eranos Círculo de Arte

Sesc Nova Iguaçu (18/8) – Rua Dom Adriano Hipólito, 10 – Moquetá

Sesc São João de Meriti (22/8) – Av. Automóvel Clube, 66 – Centro

Sesc São Gonçalo (24/8) – Av. Pres. Kennedy, 755 – Estrela do Norte

Sesc Barra Mansa (25/8) – Av. Tenente José Eduardo, 560 – Vila Nova

Horário: 16h, exceto Sesc Barra Mansa que será às 15h

Ingressos: R$ 10 (inteira), R$ 5 (meia entrada) Grátis (credencial plena, PCG e estudantes até 16 anos)

Classificação indicativa: Livre

Gênero: Infantil (primeira infância – 1 a 6 anos)

Duração: 40min