Rio, 31 de agosto de 2023
Acompanhamos atentamente os acontecimentos de 28 de agosto, após a constatação da presença de contaminantes no sistema de captação da ETA Guandu que ocasionou a interrupção no fornecimento de água para cerca de 11 milhões de consumidores domésticos e industriais.
O setor industrial investe de forma constante e intensa em sustentabilidade, como no tratamento de seus efluentes, e é frequentemente fiscalizado pelo poder público. Eventuais ocorrências devem ser apuradas pelas autoridades competentes, sem prejuízo ao direito de ampla defesa. A empresa citada no episódio desta semana está colaborando com a investigação e já contratou análises laboratoriais para sustentar sua defesa.
Entretanto, a contaminação na água no sistema do Guandu é recorrente e precisa ser vista com visão abrangente e de longo prazo. O alvo a ser atacado para trazer uma solução definitiva para essa bacia hidrográfica é a falta de um amplo sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitário dos municípios do entorno. Somente os rios Poços e Ipiranga recebem diariamente 13,5 toneladas de esgoto bruto sem tratamento. Esses rios deságuam diretamente na lagoa de captação de tratamento de água do Guandu. Esse é o problema estrutural a ser sanado.
A questão do Guandu precisa ser resolvida com urgência. No estado do Rio, menos da metade do esgoto é tratado, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. A privatização dos serviços de coleta e tratamento do esgoto e da distribuição de água foi fundamental para avançarmos. Por isso é importante acelerar a realização dos investimentos privados previstos em infraestrutura e saneamento. O resultado desses investimentos é que trará a solução e transformará a região do Rio Guandu, tanto na dimensão ambiental como na social.