No dia 13 de maio, sábado, às 17h30, um concerto inesquecível será realizado com o órgão de tubos, recém-restaurado pelo Atelier de Órgão e Piano Canoinhas, da Paróquia dos Sagrados Corações, na Tijuca. No programa, Glória de Vivaldi, com Coros Sinfônicos e de Câmara da Associação Canto Coral, tendo como solistas Dani Sardinha (soprano) e Kassia Lima (mezzo-soprano). No órgão, Benedito Rosa e na regência, Miguel Torres.
Convidada para o evento, a Associação de Canto Coral (ACC), fundada em dezembro de 1941, tem um papel importantíssimo no cenário da música clássica no Brasil. É objetivo da instituição divulgar a herança musical brasileira e as grandes obras do repertório internacional.
Concertos, no Brasil e no exterior, assim como gravações das principais obras corais do nosso período colonial marcaram esses mais de oitenta anos de atividades ininterruptas que elevaram a música coral ao mesmo patamar da música sinfônica.
“Para nós da Associação de Canto Coral é uma honra participar desse relevante fato no cenário musical do Rio de Janeiro que é a reinauguração do órgão Bohn, da Paróquia dos Sagrados Corações, pois como instituição musical que há 82 anos ininterruptos promove concertos corais na cidade, vê um instrumento como esse novamente em utilização é de extrema importância, não só para os atos litúrgicos da igreja, como para a cidade do Rio de Janeiro”- ressalta o maestro Miguel Torres.
“Nós, integrantes dos coros de câmara e sinfônico, nos sentimos honrados e muito felizes em participar desse concerto. Sabemos da importância de termos instrumentos em perfeitas condições para que as nossas apresentações sejam executadas em toda a sua plenitude. Glória de Vivaldi, será um marco para a história musical de nossa cidade” – destaca a cantora do coro sinfônico, Susan Souto.
Sobre o órgão
Considerado o rei dos instrumentos, o órgão de tubos é um dos mais antigos do mundo. Surgiu na França, era chamado de órgão sinfônico. Silenciado por quase três décadas, esse órgão de tubos da marca ”Bohn”, fabricado na cidade de Novo Hamburgo-RS, em 1961, por João Edmundo Bohn voltará a ecoar seu som pela Paróquia dos Sagrados Corações.
“Assim que cheguei vários paroquianos me perguntavam: Padre vamos reformar o órgão Eu respondia: sim, num futuro próximo e conto com a sua ajuda. Entre os muitos desafios na paróquia, especialmente neste tempo já quase pós-pandemia, um deles, seria o trabalho de incentivar a comunidade paroquial, para fazermos a reforma do Órgão de Tubos. Tendo o apoio da comunidade, vendo o grande valor que o órgão já teve na vida da Paróquia, e que poderia recuperar em parte sua importância, a quase totalidade dos paroquianos assumiu este desafio. Que este dia fique marcado na história da Paróquia e no coração dos paroquianos, que quando queremos e estamos unidos, podemos realizar grandes coisas. Que continuemos nosso trabalho e missão juntos” – afirma Sérgio Stein, pároco da Paróquia dos Sagrados Corações.
Sobre a Associação de Canto Coral (ACC)
A fundadora e primeira diretora musical, Cleofe Person de Mattos, musicóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, estudou e descobriu obras de compositores do nosso passado musical, especialmente as do Padre José Maurício Nunes Garcia. Desta pesquisa resultou o resgate e a difusão de grande número de obras do nosso passado colonial.
A Associação de Canto Coral atuou com grandes orquestras, sob a direção de maestros renomados internacionalmente como Igor Stravinsky, Karl Richter, Victor Tevah, Sir Colin Daves, Helmuth Rilling, Jacques Pernoo e diretores brasileiros de prestígio, como Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Francisco Mignone, Isaac Karabtchevsky, Alceo Bocchino, Benito Juarez, Henrique Morelenbaum, entre outros.
Sua numerosa discografia inclui autores nacionais como José Maurício Nunes Garcia e os setecentistas mineiros; os nacionalistas Villa-Lobos, Francisco Mignone, Brasílio Itiberê e Camargo Guarnieri; e os contemporâneos Almeida Prado, Marlos Nobre e Ricardo Tacuchian.
Com o objetivo de formar público para a música clássica, mas também para a popular e a folclórica, reciclar profissionais que trabalham no ambiente musical e preparar novas gerações de cantores, a ACC promove palestras, ciclos de leituras de obras corais, vídeos comentados, cursos para professores, estudantes de música e comunidade coral, entre outras atividades.Com os desafios e dificuldades da pandemia de coronavírus a ACC incorporou nova tecnologia on-line para assegurar a continuidade de seus trabalhos.
A Associação de Canto Coral foi responsável por concertos de alto nível em que se destacam obras de um repertório muitas vezes desconhecido no Brasil, tanto nacionais quanto estrangeiras.
Atualmente presidida por Julieta Maluf, a ACC já esteve a cargo de nomes como Fernando Bicudo e Cícero Sandroni. Carlos Alberto Figueiredo e Valéria Matos foram seus diretores artísticos entre 1995 e 2012. A partir de 2013, o Maestro Jésus Figueiredo assumiu a direção artística.
A Associação de Canto Coral não conta com subsídios públicos, sendo mantida graças à contribuição de associados e eventual apoio de empresas privadas.
Prêmios Associação de Canto Coral
· Prêmio Apoio – Sociedade Teatro de Arte, 1957;
· Melhor Conjunto Coral – Sec. De Educação e Cultura do Estado da Guanabara (1959, 1960 e 1961);
· Medalha de Bronze – Jubilei de Prata da Rádio Mec, 1965;
· Medalha do Mérito Carlos Gomes – Estado da Guanabara, 1965;
· Prêmio Nacional do Disco – Associação Brasileira de Críticos Teatrais, 1963;
· Medalha Estácio de Sá – Conselho Estadual de Cultura, 2001;
· Mérito Cultural – União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, 2004
Sobre Miguel Torres
Regente dos Coros Prelúdio e de Câmara, preparador do Coro Sinfônico e professor de Leitura Musical
Bacharel em Regência pela Escola de Música/UFRJ, também possui licenciatura plena em Música e MBA em Gestão Cultural pela Universidade Cândido Mendes. Iniciou seus estudos musicais pelo piano. Estendeu seus estudos ao Canto lírico, tendo estudado com Victor Prochet, Gina Martins e Marianna Lima, do coro do Theatro Municipal.
Atualmente dirige os seguintes coros: Prelúdio e de Câmara da ACC, Cênico do Centro Universitário Celso Lisboa, Península na Barra da Tijuca e também atua como maestro preparador no Coro Sinfônico da ACC. Dirigiu concertos com as orquestras: Sinfônica da UFRJ e Musicâmara (Volta Redonda).
Tem se dedicado a área de ópera, teatro musical e coro cênico. Assinou a direção musical do espetáculo “À noite na Lapa – um musical ao som de Noel Rosa” em 2012 na UNISUAM. Também com grande sucesso dirigiu em 2018/2019 a opereta “A noiva do condutor” na Sala Baden Powell e no Teatro de Câmara da Cidade das Artes com o Coro Prelúdio da ACC. Em 2018 atuou como maestro interno na produção da ópera “Um baile de máscaras” de Giuseppe Verdi no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ficando responsável pela projeção dos vídeos utilizados como parte do cenário. Em 2020, com o Coro Cênico da Celso Lisboa lançou em formato de radio-novela “À noite na Lapa” que está no Spotify. Também atuou como maestro preparador do Coro Sinfônico da ACC nas montagens de ópera da Associação de Canto Coral: “O trovador” em 2017 de Verdi, “O Elixir do Amor” de Donizetti em 2018.
Na área educacional, atual como professor de canto coral no Programa Aprendiz Musical-Música nas escolas/Niterói. Também desenvolve atividades musicais no curso de Artes Cênicas da Celso Lisboa além de dar aulas de leitura de partituras, na ACC.
Ficha técnica:
Solistas: Dani Sardinha (soprano) e Kassia Lima (mezzo-soprano)
Órgão: Benedito Rosa
Regência: Miguel Torres
Serviço:
Glória de Vivaldi – Associação de Canto Coral
Coros Sinfônico e de Câmara
Local: Paróquia dos Sagrados Corações
Endereço: Rua Conde de Bomfim, 474 – Tijuca – Rio de Janeiro
Missa: 16h
Concerto: 17h30
Entrada franca