O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou nesta quinta-feira (07/07) a VLTzação do sistema BRT dentro da estrutura viária da cidade. Ao longo de 15 anos, a Prefeitura vai substituir os veículos dos corredores Transcarioca e Transoeste do BRT pelo sistema Veículo Leve sobre Trilhos. E, já a partir do ano que vem, o município inicia a implantação do sistema VLT ligando o metrô de Botafogo à Gávea.
Com a VLTzação, a cidade totalizará 251 km de trilhos e terá o maior sistema das Américas. Hoje, são 28 km no Centro e no Porto Maravilha. Esse projeto só é viável por causa do investimento realizado na implantação da infraestrutura do sistema BRT. Como todo o sistema viário já está construído, a Prefeitura deixa de gastar neste momento o que já foi investido: R$ 4,5 bilhões na Transcarioca e R$ 2,5 bilhões na Transoeste.
A partir de agora, a Prefeitura vai investir na adaptação para o novo modal, com trilhos, trens e sistemas. O programa terá investimento estimado em R$ 14,8 bilhões para os três novos eixos.
– O plano que apresentamos tem três premissas. A primeira é a de que não se trata de um projeto para o meu tempo de governo. Temos de aprender que investimentos em infraestrutura em uma rede de mobilidade precisam ultrapassar governos. É um planejamento de longo prazo em que vamos buscar financiamento externo. A segunda premissa é que nada do que foi feito na infraestrutura dos BRTs se perde. Ao contrário, o que foi feito facilita a nossa vida para que esse plano seja factível e viável. Isso ajuda a reduzir os custos. Sem essa infraestrutura já realizada esse plano não seria possível. E a terceira é que não vamos parar nenhum dos planos já anunciados para o BRT. Não vamos deixar de comprar ônibus, fazer as reformas. Tudo o que está previsto para o BRT será cumprido no meu tempo de governo. Não vamos esperar 15 anos para ajeitar o sistema para que a população pare de sofrer com o abandono que passou o BRT – afirmou Eduardo Paes.
O VLT além de trazer vários benefícios, qualifica o sistema viário. Tem o dobro de capacidade dos articulados e intervalos regulares; é mais seguro; gera mais conforto para o usuário; não produz ruído; é sustentável e também integrado à paisagem urbana.
A ligação Botafogo/Gávea pelo VLT será feita via Parceria Público-Privada, com início da implantação prevista para o primeiro semestre de 2023. Serão 12 km de trilhos e 13 paradas, além de um Centro Integrado de Operação e Manutenção. Também estão previstas melhorias urbanísticas no entorno do traçado, incluindo solução para a drenagem da Rua Jardim Botânico.
A Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar) – antiga Cdurp – está à frente do projeto em parceria com a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR). Para o presidente da CCPar, Gustavo Guerrante, investir em VLT é mais que um projeto de transporte de qualidade.
– Queremos melhorar a qualidade do transporte para o carioca e apontar um caminho para o Rio do futuro. O VLT é um case de sucesso aqui e no mundo. É a transição para um Rio mais sustentável e com um modal aprovado pela população no Centro e no Porto. A última pesquisa apontou 88% de aprovação do VLT.
A secretária de Transportes, Maína Celidonio, destacou a importância da continuidade da expansão da infraestrutura na cidade e da mobilidade sustentável.
– É importante pensarmos num curto prazo, avançando na requalificação do BRT, mas também a longo prazo, com um modal que é mais regular, menos poluente e que tem também uma durabilidade maior.
A Prefeitura segue na realização de ações para melhorar os corredores de BRT da cidade. Enquanto planeja a transição dos modais, a SMTR já superou uma série de desafios: reabertura de 46 estações; acordo judicial com as empresas de ônibus; retorno gradual de linhas regulares prioritárias; compra de articulados; licitação do sistema de bilhetagem; e sistema sob administração municipal (Mobi-Rio);
Também seguem no cronograma a entrega de grandes projetos estruturantes de mobilidade como a conclusão das obras do BRT Transbrasil e do Terminal Intermodal Gentileza; a troca de pavimentação do corredor de BRT Transoeste; e a expansão recorde da malha cicloviária da cidade.