A XX edição da Bienal do Livro do Rio marca o reencontro e a cerimônia de abertura teve exatamente este espírito. O escritor Zuenir Ventura, um dos autores mais presentes no festival nos últimos 38 anos, foi homenageado diante de uma plateia ansiosa pela oportunidade de conexão ao entorno dos livros, elemento tão fundamental para a transformação do país.
Participaram da solenidade o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e secretários municipais e estaduais de Educação e Cultura, o Presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), Marcos da Veiga Pereira, além da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lucia, que recebeu o Prêmio José Olympio, que desde 1983 reconhece personalidades e instituições com notáveis contribuições em prol do mercado editorial brasileiro.
A Bienal é realizada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela GL events, multinacional francesa presente em 27 países e líder global no mercado de eventos. Presidente do SNEL, Marcos da Veiga Pereira, enfatizou a importância e o significado deste encontro: “A Bienal do Livro chega a sua XX edição com um senso de importância que transcende a sua própria história. Quando penso na Bienal, três palavras me vêm à mente, a primeira é resiliência, a segunda é coragem e a terceira transformação”, disse ele, enfatizando em seu discurso que transformação através da leitura talvez seja a grande razão para a realização do evento.
Milena Palumbo, CEO da GL events, comemorou a retomada do setor de eventos, justamente a partir do maior festival de cultura do país – um ativo especial do Rio de Janeiro. ” A gente vive de juntar as pessoas; esse é o nosso negócio. Vivemos de realizar eventos, por isso, hoje, essa retomada, é de extrema importância. Estamos felizes porque, há 14 anos, decidimos instalar a sede da companhia aqui no Rio e aqui estamos, gerindo e recebendo as pessoas em dois ativos importantes para a economia da cidade, dos quais cuidamos com muito carinho: Bienal e o Riocentro”.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, destacou que a Bienal é o primeiro grande evento da cidade e que a ciência permitiu que todos pudessem participar de forma segura, vacinados. Ele relembrou a tentativa de censura da gestão municipal anterior contra o evento e se desculpou, reforçando que incentivar a leitura é uma missão de todos. “Quero pedir desculpas a todos que estiveram envolvidos na organização da Bienal na edição de 2019 por aquele absurdo”, disse o prefeito Eduardo Paes. “Devemos fazer do país cada vez mais leitores”.
A Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, homenageada por seu histórico voto ‘cala boca já morreu’, que garantiu aos autores do país a plena liberdade de publicar biografias não autorizadas, fez um discurso contundente.
“Agradeço a homenagem nesse evento que tem uma importância significativa para o país. Esse encontro é uma celebração de uma caminhada pela superação do que estamos vivendo”, disse ela. “Tiranos não gostam de livros, porque não possuem sonhos, e sim delírios”, complementou.
Zuenir Ventura, autor de “1968 – o ano que não terminou” e “Cidade Partida”, estava muito emocionado. “A Bienal é muito importante para mim. Estou aqui sempre que posso – mesmo com 90 anos”, brincou.
Confira os destaques deste sábado (04.12):
11h – As desigualdades e as elites no Brasil
Para onde caminhamos neste cenário de incertezas sanitárias econômicas e políticas? Com Jessé Souza, Muniz Sodré e Luana Génot e mediação de Jessé Souza, Muniz Sodré e Luana Génot.
13h – Acadêmicos pós-pandêmicos
Através dos tempos, a filosofia, ou o amor pela sabedoria, nos ajuda a fazer uma reflexão sobre a atualidade. Com Geraldo Carneiro, Antônio Cícero, Rosiska Darcy de Oliveira e Antônio Tores e mediação de Bia Correa do Lago.
15h – Em todas as mídias
Uma conversa sobre o deslizamento de narrativas por diversas mídias, os autores falam das suas experiências. Com Thalita Rebouças, Vitor Kley, Paula Pimenta e mediação de Leticia Pires
17h – FLUP – Da periferia para o Centro. Do Centro para a Periferia
Heloisa Buarque e Ana Maria que foram fundamentais para a história da Flup. entrevistam quatro personagens que passaram pela Flup Pensa. Com Yasmin Thayná, Rodrigo Santos, Jessé Andarilho, Monique Nix e mediação de Ana Maria Machado e Heloisa Buarque de Hollanda.
19 h – Lulu em traço e verso: 40 anos de carreira
No palco da Estação Plural, o cantor e compositor Lulu Santos lança seu livro “Lulu em Traço & Verso”, que reúne letras e cifras musicais de grandes sucessos de sua carreira. Com Lulu Santos e mediação de Marcelo Cosme.
Serviço:
A Bienal do Livro ocorre até o dia 12 de dezembro. Os ingressos estão à venda pelo site da Bienal, que também vai transmitir todas as sessões da programação. Há bilheteria física, com ingressos limitados por turno. Importante: apresentação de passaporte de vacina. O uso de máscaras é obrigatório.
Riocentro – Avenida Salvador Allende, 6555, Barra da Tijuca
Horários:
Sextas: 9 às 22h
Sábados e domingos: 10 às 22h
Segunda a quinta: 9h às 21h