A melhora do cenário epidemiológico do município do Rio é cada vez mais evidente pelos indicadores da pandemia. Um deles é o de hospitalizações: apenas 0,8% dos leitos da rede SUS na capital está ocupado com casos de Covid-19. A influência da cobertura vacinal nesse número fica clara ao se observar que, entre os cerca de 50 pacientes internados, 90% não têm o esquema vacinal completo.
Outro dado de relevância é a positividade dos testes realizados de casos suspeitos. Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que uma taxa de positividade inferior a 5% indica o controle da doença, no Rio esse índice está em apenas 3% esta semana – o menor número desde março de 2020.
Com a queda acentuada do número de casos e internações por Covid-19, a Prefeitura do Rio publicou um decreto no Diário Oficial do Município, nesta sexta-feira (12/11), em que suspende a maioria das restrições que ainda estavam em vigor. Mas decidiu manter a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes fechados e em transportes públicos.
– Dificilmente teremos um cenário tão favorável na taxa de transmissão e no número de casos e óbitos. Então, por que eu tomei esta decisão? Porque acho que é importante o sinal que damos para a população. Na hora em que dizemos que não precisa mais usar máscara, parece que a pandemia acabou por completo, e não é assim. O vírus ainda está por aí e, provavelmente, ainda vai ficar por um tempo. Essa é uma medida tomada muito mais sob o ponto de vista educativo do que científico – explicou o prefeito Eduardo Paes, durante a divulgação do 45º Boletim Epidemiológico Covid-19, no Centro de Operações Rio (COR), na Cidade Nova.
Paes disse também que continua valendo a apresentação do passaporte de vacinação em locais fechados. Entre as medidas revogadas, está a que antes proibia o uso de ar condicionado em táxis, ônibus e carros que usam aplicativo para transporte de passageiros. O prefeito fez ainda um apelo ao governo federal para que a aplicação da dose de reforço chegue até as pessoas com idade acima de 30 anos e não fique restrita aos idosos.
– Já vimos que a vacina funciona e, por isso, entendemos que seria interessante o Ministério da Saúde avançar na terceira dose para pessoas até 30 anos. Esse é um pleito que a cidade do Rio de Janeiro faz. Seguimos o Plano Nacional de Imunização, mas seria muito importante e necessário que pudéssemos aplicar a dose de reforço até essa faixa etária – enfatizou Paes.
É possível verificar o efeito da vacinação ainda na diminuição da gravidade dos casos, considerando que as remoções de vaga zero (emergência) chegaram ao máximo de 1.101 em março deste ano, contra 97 em outubro – o menor índice de toda a pandemia. Traçando um recorte no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, principal referência contra Covid na rede SUS do Rio, entre os sete pacientes hospitalizados nesta quinta-feira (11/11), somente um tinha o esquema vacinal completo, quatro tinham o esquema vacinal incompleto e outros dois não se vacinaram.
O número de leitos ocupados é outro exemplo dos resultados de um cenário epidemiológico mais favorável: o pico de hospitalizações diárias por Covid em enfermarias e UTIs, que ocorreu em 12 de abril, quando foram registrados 1.457 internados, se contrapõe aos atuais 53 pacientes na última quinta-feira (11/11), uma redução de mais de 93% em sete meses.
E o preparo da rede municipal quanto a leitos tem sido fundamental para o enfrentamento da pandemia na cidade, fornecendo 56% dos aproveitados nas internações desde o ano passado. O aumento de 30% das internações em UTI por Covid em 2021, em relação a 2020, foi absorvido por uma maior oferta de leitos, graças às novas vagas abertas nos últimos 11 meses.
Cenário epidemiológico
A 45ª edição do Boletim Epidemiológico apresentou, pela terceira semana seguida, o mapa de risco da cidade para transmissão da Covid-19 por inteiro na classificação verde. Todas as 33 regiões administrativas do município estão no estágio de atenção de risco baixo no indicador que considera as internações e óbitos.
Além desses dois índices, casos notificados por Covid-19 e os atendimentos na rede de urgência e emergência por síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave na capital também mantêm a tendência de queda sustentada.
O boletim mostrou que, desde março de 2020, a cidade do Rio somou 493.646 casos de Covid-19, com 35.115 óbitos. Em 2021 são 277.040 casos e 16.026 mortes. A taxa de letalidade deste ano está em 5,8%, contra 8,8% em 2020; e a de mortalidade, em 240,6 a cada 100 mil habitantes, contra 286,6/100 mil no ano passado. A incidência da doença é de 4.158,9/100 mil, quando em 2020 era de 3.251,7/100 mil.
Mais informações sobre o cenário epidemiológico da covid-19 no Município do Rio estão disponíveis em coronavirus.rio/painel.
Vacinação
Nesta sexta-feira (12/11) e no sábado (13/11) podem receber a dose de reforço (DR) da vacina contra a Covid idosos com 61 anos ou mais; além de pessoas com alto grau de imunossupressão com 12 anos ou mais; e profissionais da saúde que tomaram a segunda dose (D2) em maio. A primeira dose (D1) estará disponível para todos os cariocas com 12 anos ou mais que ainda não tenham se vacinado; e a segunda (D2), para quem tem a data agendada. A partir desta sexta-feira está sendo antecipada ainda a D2 de Pfizer para pessoas com 15 anos ou mais: o intervalo, antes de 12 semanas, foi reduzido para três.
Na segunda-feira (15/11), por causa do feriado, não haverá vacinação no município do Rio; e nos demais dias, a SMS concluirá a aplicação de DR em idosos por faixa etária. Entre terça (16) e quarta-feira (17), as mulheres de 60 anos ou mais serão convocadas para receber sua dose; e na quinta (18) e na sexta (19), os homens dessa mesma idade. Já no sábado (20) haverá repescagem de DR para todo o grupo de idosos.
Até esta quinta-feira (11/11), 5.784.557 pessoas haviam tomado a D1 das vacinas contra a Covid-19. Com duas doses ou dose única, já são 4.922.402 pessoas, o que representa uma cobertura de 72,9% da população total e de 92,7% da população adulta (a partir de 18 anos). A DR em idosos e pessoas com alto grau de imunossupressão soma 933.573 aplicações até agora. Com mais de 11,6 milhões de doses já aplicadas, o município do Rio desponta como a quarta capital do país com a maior cobertura vacinal.
A SMS-Rio disponibiliza pontos de vacinação por todas as áreas da cidade, funcionando de segunda-feira a sábado, para facilitar o acesso da população à vacina. A lista desses pontos, seus horários de funcionamento, o calendário de vacinação, solicitação de imunização em domicílio e outras informações estão disponíveis em coronavirus.rio/vacina e nas redes sociais da SMS e da Prefeitura do Rio.