A Prefeitura do Rio prorrogou as medidas sanitárias de proteção à vida até o dia 28 de junho. Foi o que determinou o decreto nº 48.974, publicado na edição desta sexta-feira (11/06) do Diário Oficial do Município. Mesmo com as médias móveis de atendimentos da rede de urgência e emergência, de casos confirmados de Covid-19 e de óbitos pela doença terem apresentado tendência de queda, o prefeito Eduardo Paes optou por manter as restrições em vigor.
O município permaneceu em alerta no combate à pandemia de Covid-19 e manteve a classificação de alto risco. Embora esteja otimista com o avanço da vacinação no Rio, Paes voltou a apelar para que os cariocas respeitem as regras e se cuidem.
– A situação não está sob controle. Vivemos uma pandemia, temos muita gente internada e contraindo a doença, então os cuidados mínimos devem continuar sendo tomados, entre eles destaco o uso da máscara. Estamos chegando lá, não vamos esmorecer – destacou o prefeito, durante a divulgação do 23º Boletim Epidemiológico, no Centro de Operações Rio (COR), na manhã desta sexta-feira.
Paes ainda comemorou uma tendência de aceleração da imunização contra a Covid na cidade. E destacou que sempre que for possível vai antecipar o calendário de vacinação previsto para terminar no dia 21 de outubro.
– O mês de julho promete ser promissor de tanta dose que vai chegar. Hoje, a Prefeitura atua na metade da sua capacidade de vacinação. Temos capacidade de vacinar 70 mil pessoas por dia e estamos imunizando, em média, 30 mil. Se chegar vacina, vamos para esse limite. Estou otimista. Para que vamos dar mole agora? No inverno, há muito sintoma de gripe. Não custa o esforço extra de usar máscara e evitar aglomeração – frisou o prefeito do Rio.
Bares, lanchonetes, restaurantes, quiosques da orla e congêneres continuam com permissão para o consumo apenas para clientes sentados, com distanciamento mínimo de um metro e meio entre cada conjunto composto por mesa e cadeiras limitado a oito ocupantes, sendo admitida música ao vivo sem restrição de horário. Já as academias de ginástica, piscinas, centros de treinamento e condicionamento físico podem ter aulas em grupos, com a ocupação dos ambientes limitada a um indivíduo a cada quatro metros quadrados.
Casas de espetáculo, concertos e apresentações podem funcionar, desde que mantenham distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os participantes, com capacidade de lotação máxima de 40% em locais fechados e 60% em locais abertos, somente com público sentado. As mesmas regras valem para atividades comerciais e de prestação de serviços localizadas no interior de shopping centers, centros comerciais e galerias de lojas, bem como as atividades de museu, biblioteca, cinema, teatro, casa de festa, salão de jogos, circo, recreação infantil, parque de diversões, temáticos e aquáticos, pista de patinação, entretenimento, visitações turísticas, aquários, jardim zoológico, apresentações, drive-in, feiras e congressos, exposições e eventos autorizados. Em todas essas ocasiões, a formação de filas de espera e de aglomerações na entrada e saída é proibida.
Rodas de samba estão liberadas, mas continuam suspensos o funcionamento de boates, danceterias e salões de dança; a realização de eventos, como festas com vendas de ingresso, em áreas públicas e particulares. A fiscalização das indicações do decreto será feita pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP), a Guarda Municipal do Rio de Janeiro e o Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (IVISA-Rio) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Cenário epidemiológico
O 23º Boletim Epidemiológico mostrou que, desde março de 2020, o Município do Rio totalizou 340.672 casos de Covid-19, com 27.173 óbitos. Somente em 2021 foram 134.512 casos e 8.543 mortes. A taxa de letalidade deste ano está em 6,4%, e a de mortalidade, em 128,2 a cada 100 mil habitantes. A incidência da doença é de 2.019,3/100 mil.
O boletim indicou ainda a permanência de todas as 33 regiões administrativas do município na classificação de alto risco para a transmissão da Covid-19, considerando as internações e óbitos, pela quinta semana seguida.
Na última semana, 57 novos casos de diferentes variantes do vírus foram identificados na cidade, sendo 55 moradores locais, e nenhum novo da cepa indiana. Desde a identificação do primeiro caso de novas variantes, o município contabiliza 604, sendo 491 residentes. São 479 casos da brasileira (P.1) e 12 da britânica (B.1.1.7). Dos moradores infectados por essas cepas, 38 faleceram, 15 permanecem internados e 438 já são considerados curados. Dos não moradores do Rio infectados pelas variantes, 24 vieram de Manaus, 7 de Rondônia e 82 de outros municípios
O homem de 32 anos, morador de Campos dos Goytacazes, identificado com a variante indiana do coronavírus (B.1.617), já concluiu o tempo de monitoramento e quarentena, retornando para o convívio familiar. Os contactantes relacionados a este caso continuam sendo monitorados diariamente pela SMS, por 14 dias, de acordo com a data do contato, mesmo sem apresentar sintomas e com os resultados dos exames negativos.
Independentemente da variante, as medidas preventivas são as mesmas para a população: manter o distanciamento, usar máscaras e higienizar as mãos com álcool 70° ou, quando possível, água e sabão; além das demais medidas de proteção à vida estabelecidas na Resolução Conjunta SES/SMS Nº 871 de 12/01/21, que podem ser consultadas em https://coronavirus.rio/.
“PaqueTá vacinada”
A SMS fará, no dia 20 de junho, a vacinação contra a Covid-19 de toda população em idade elegível da Ilha de Paquetá (a partir de 18 anos). A ação faz parte do projeto “PaqueTá vacinada”, realizado com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e que terá o objetivo de avaliar os efeitos da vacinação em larga escala e a segurança do imunizante. Com a cobertura vacinal total da população alvo, o monitoramento epidemiológico será feito por um período a ser estabelecido.
Paquetá tem uma população de 4.180 moradores, dos quais 3.530 são maiores de 18 anos cadastrados na Estratégia Saúde da Família. Até 31 de maio, foram aplicadas 2.923 doses da vacina contra a Covid-19 pelo calendário do município para os grupos prioritários, sendo 1.853 primeiras doses (D1) e 1.070 segundas doses (D2). No dia 20, todo o restante da população elegível será vacinado. Mas antes os moradores da ilha passarão exame de sangue sorológico, que será repetido ao longo da duração da pesquisa.
Vacinação de pessoas com 50 anos ou mais na próxima semana
Em mais uma antecipação do calendário de vacinação, a Prefeitura vai imunizar todas as pessoas a partir de 50 anos, com ou sem comorbidades, até a próxima semana. No sábado, dia 19 de junho, haverá ainda a repescagem para pessoas nessa faixa etária que ainda não tomaram a primeira dose (D1) da vacina contra a Covid-19. Com isso, as idades de 49 anos ou menos também têm suas datas adiantadas.
Além da aceleração da aplicação da D1, outra frente de atuação da SMS tem sido a busca ativa por pessoas que não retornaram no prazo para tomar a segunda dose (D2) da vacina. Atualmente, no Município do Rio, há 79 mil pessoas que descumpriram a data prevista para a D2, o que representa 4% dos que já atingiram esse prazo. É fundamental que a população não perca a data de retorno (anotada a lápis no comprovante da D1), pois somente com o esquema vacinal completo, de duas doses, é possível garantir a eficácia da imunização. Quem estiver com a D2 em atraso deve retornar ao local de vacinação onde tomou a D1, o quanto antes, para completar a proteção contra a Covid-19.
A busca ativa pelas pessoas que não retornaram para a D2 no prazo é feita inicialmente por contato telefônico pelas equipes das unidades de saúde a partir dos dados dos pacientes registrados. Caso não obtenham sucesso, uma outra tentativa poderá ser feita pelo endereço de residência.
Esta semana foi marcada também pela vacinação de trabalhadores da Educação Básica de 18 a 42 anos. No próximo dia 16, será a vez dos trabalhadores que atuam no Ensino Superior, profissionalizante e outros cursos, na mesma faixa etária. A repescagem para ambos os grupos será em 23 de junho. Para garantir sua dose, o profissional deve apresentar contracheque ou declaração da instituição educacional ou rede de ensino em que atua, para comprovar vínculo ativo na área da educação.
Até a última quinta-feira (10/06), 2.425.632 pessoas haviam tomado a primeira dose (D1) da vacina contra a Covid-19 no Rio, representando 46% da população carioca elegível para a vacinação (a partir de 18 anos). Desse total, 970.903 completaram o esquema vacinal, recebendo também a segunda dose do imunizante. A meta da SMS é vacinar 90% da população carioca adulta até outubro, número estimado em 5.279.803.
A SMS disponibiliza 280 pontos de vacinação em toda a cidade, funcionando de segunda-feira a sábado, para facilitar o acesso da população à vacina. A lista desses pontos, seus horários de funcionamento, o calendário de vacinação e mais informações sobre grupos prioritários, documentos, etc. estão disponíveis em https://coronavirus.rio/vacina e nas redes sociais da SMS. Neste sábado (12/06), haverá repescagem da vacinação para pessoas com comorbidades (lista do PNI), com deficiências, e para quem tiver 54 anos ou mais.