A Coordenadoria de Oficinas Artísticas (Coart) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) está oferecendo oficinas de artes neste período de pandemia. As aulas, agora de forma on-line, fazem parte de um projeto para desenvolver aptidões por meio de linguagens artísticas.
A Coart está ligada ao Departamento Cultural da Uerj, que é vinculada à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da instituição. Em um ano normal, sem pandemia, são oferecidas mais de 70 oficinas por semestre, que acompanham o calendário da graduação. No começo do ano, aproveitando o período de férias, são oferecidas Oficinas de Verão com uma carga horária mais curta.
– Continuamos crescendo mesmo neste momento em que a graduação não está presente. É uma forma de fazer a comunidade externa conhecer o espaço e a cultura da Uerj, um jeito de se reinventar e produzir eventos – afirma a coordenadora da Coart, Mônica Bolsoni.
Ela conta com uma equipe de excelência, formada por servidores focados, cada um, em uma área artística, como artes visuais, cinema, corpo e dança, literatura, música e teatro. Além disso, também são oferecidas oficinas ministradas pelos próprios professores da universidade e por microempreendedores individuais.
A transição para o ensino virtual se fez necessário por causa da pandemia. Os professores precisaram reformular suas formas de desenvolver aulas, cursos e oficinas. Foi preciso adaptar situações de criação e experimentação, já que cada arte tem seus próprios desafios.
Antes da pandemia, o dia a dia no Centro Cultural sempre foi marcado por muita interação entre alunos e professores. Diversas oficinas organizavam rodas de conversa, curadorias e montagens de exposições, além de ser comum turmas transitarem pelo campus Maracanã realizando ações experimentais.
– O ensino público universitário precisa ser presencial, é preciso que esse espaço seja compartilhado entre alunos e professores. A pandemia e o distanciamento obrigaram que essas atividades aconteçam de forme on-line temporariamente. Os cursos tiveram adesão e participação, ficou claro que as pessoas estavam precisando dessas oficinas – disse Caio Neves, professor de Cinema.
No início do isolamento social, a Coordenadoria adotou o programa Coart em Casa, no qual disponibilizavam materiais e atividades para os alunos realizarem por meio de conteúdo on-line. Recentemente, foi decidido que as oficinas retornariam de forma remota, em plataformas on-lines, com as pessoas que haviam se inscrito no primeiro semestre.
– Meus conteúdos e minha forma de ensinar tiveram que ser readequados durante essa transição. São duas modalidades de ensino diferentes, que exigem competências diferentes e novos modos de trabalhar – contou o orientador das Oficinas de Música, Rafael Camacho.
Cada arte tem o seu desafio no momento da aula on-line. No caso da música existe uma questão sobre como lidar com o som, uma necessidade do aluno ouvir o professor e seu instrumento, e vice-versa. Segundo Rafael, algumas atividades precisaram ser repensadas, como o momento em que toda a turma tocava uma música juntos, algo que se mostrou impossível devido ao atraso na transmissão dos vídeos pela internet. Ao longo desse período de isolamento social, foi necessário descobrir novas estratégias, caminhos e conteúdos para contornar as dificuldades.
– O ensino remoto, apesar de todas as dificuldades, tem a vantagem de permitir que pessoas que moram longe da Uerj possam participar. Vários alunos falaram que sempre quiseram fazer as oficinas, mas, por conta do deslocamento ou do horário, não conseguiam – concluiu Camacho.