Para evitar a transmissão da raiva animal e preservar a saúde de cães e de gatos, a Secretaria de Estado de Saúde (SES), em parceria com o Ministério da Saúde e os municípios, está reforçando a importância da vacinação antirrábica. A expectativa da SES é que, até dezembro, cerca de 2,1 milhões de animais sejam imunizados e que seja atingida uma cobertura vacinal mínima de 80%. O último caso de raiva animal no Estado do Rio foi registrado em 2001. Em 2018, 81% dos cães e gatos foram imunizados.
De acordo com a coordenadora de Vigilância Ambiental da SES, Patrícia Meneguete, a campanha deste ano ganhou maior importância porque, no ano passado, ela não aconteceu em decorrência da falta de vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde.
“A vacina antirrábica é a única forma de prevenção do pet. Ela proporciona bem-estar aos cães e gatos, além de proteger seus donos contra a raiva humana. Em 2019, não aconteceu a vacinação, por isso é uma grande oportunidade de atualizar a caderneta de seu animal de estimação”, advertiu Meneguete.
A vacinação é aplicada em postos municipais. O calendário deste ano, em virtude da pandemia, foi ampliado. A vacina antirrábica será aplicada durante quatro meses, com a finalidade de evitar aglomerações. Desta maneira, cada município pode adequar a vacinação conforme sua programação.
De acordo com informações da Vigilância Ambiental, cerca de 1,1 milhão de doses já foi distribuída aos 92 municípios do Estado do Rio. A expectativa da coordenação é de que mais uma remessa seja entregue aos municípios nos próximos dias, totalizando 2,1 milhões de vacinas. A vacina é indicada para animais a partir de três meses de vida.
Forma de transmissão e principais sintomas
A transmissão da raiva ocorre por meio do contato com a saliva do animal infectado, por lambida ou mordidas. Após a infecção, o vírus se espalha no sistema nervoso, atingindo diversos órgãos e se proliferando nas glândulas salivares. Após a exposição ao vírus, os sintomas da raiva surgem em cerca de 10 a 60 dias.
No animal, no início da doença há alteração comportamental, mudanças de hábitos, salivação excessiva, latidos ou miados com maior frequência e agressividade. Com o agravamento do quadro, o animal passa a ter os músculos rígidos, fazendo com que tenha dificuldade para deglutir e mastigar, causando a famosa “boca espumando”, já que não consegue engolir a saliva. Este quadro pode evoluir para crises convulsivas e paralisia total do corpo.
Em caso de mordida, a pessoa deve lavar o ferimento com água e sabão de coco e procurar um posto de saúde. Os especialistas indicam que a vítima identifique o animal agressor e seu proprietário. Não mate o cachorro ou o gato. Ele deve ficar preso por dez dias, com alimentação normal, e seu comportamento deve ser informado ao posto de saúde. A raiva não possui tratamento. A única forma de prevenção da raiva é a vacinação anual dos pets.